Twitter começa a oferecer serviço de assinaturas

4 de junho de 2021 às 15:40


Com o nome de Twitter Blue, ferramenta, por enquanto, estará disponível no Canadá e Austrália e oferecerá recursos extras aos usuários pagantes

(Crédito: Freestocks/Unsplash)

Com informações do Advertising Age e da Bloomberg News

O Twitter revelou seu tão aguardado serviço de assinaturas, que irá fornecer aos usuários pagamentos algumas regalias na plataforma. Quem assinar o serviço poderá, por exemplo, desfazer posts já publicados e organizar a timeline de forma personalizada. A iniciativa é uma das propostas da rede social para tentar diminuir um pouco a dependência das receitas provenientes de publicidade.

Batizado de Twitter Blue, o produto custará US$ 2,99 por mês e oferecerá aos usuários diversas funcionalidades especiais, como a capacidade de ‘desfazer’ uma postagem antes de ser publicada, organizar as mensagens em diferentes pastas e acessar de forma mais fácil os tópicos da rede social. Os assinantes também terão acesso facilitado ao suporte da plataforma quando precisarem fazerem alguma reclamação e poderão escolher as cores do aplicativo.

O modelo de assinaturas pode ajudar o Twitter a diversificar seu negócio em um momento em que a pandemia ressaltou os riscos de uma forte dependência da publicidade digital. Mais de 85% da receita publicitária da companhia provém de comercialização de espaços publicitários, sendo o restante proveniente do licenciamento de dados. No segundo trimestre do ano passado, quando a pandemia obrigou várias partes do mundo a entrarem em lockdown e cancelarem eventos, a receita publicitária do Twitter caiu 19%. O Twitter Blue, portanto, poderia fornecer uma monetização mais consistente, ainda que menor.

A nova solução está sendo oferecida aos mais prolíficos dos 200 milhões de usuários diários do Twitter, incluindo jornalistas, gerentes de mídia social e para aqueles que usam a plataforma como sua principal fonte de notícias, de acordo com Sara Beykpour, líder de produto e responsável pelas assinaturas.

“O Twitter Blue é voltado para os clientes que são os mais engajados e mais apaixonados usuários, que realmente queiram levar sua experiência a outro patamar”, disse Beykpour, que não quis estimar a quantidade de pessoas que compõem o público-alvo do modelo de assinaturas. “Há algo especial sobre esse grupo que estamos aprendendo”, confessou a porta-voz.

O Twitter considera há anos a hipótese de oferecer um serviço pago, mas até então, a ideia não tinha passado de testes internos e pesquisas. O serviço, por enquanto, estará disponível apenas no Canadá e na Austrália, mas a ideia da empresa é levá-lo a outros mercados.

Com o novo serviço, os usuários poderão ver longas threads no modo de leitura, que reúne as mensagens em um formato de conteúdo mais longo, sem os botões que separam os posts. A rede social também está criando um serviço de atendimento ao cliente customizado, dedicado a receber as reclamações dos assinantes.

Um dos recursos aos quais os usuários que pagarem pela assinatura terão direito é uma espécie de janela de tempo, que permitirá que a pessoa visualize o tuíte por um tempo antes de ele ser publicado, com uma margem de tempo para que ele apague o conteúdo caso desista da publicação. Isso é diferente do botão de edição, que muitos usuários da plataforma pedem há anos. O CEO do Twitter, Jack Dorsey, disse por diversas vezes é improvável que a empresa disponibilize um botão de edição porque o uso de tal recurso seria perigoso para as mensagens que são compartilhadas de forma rápida. Alguém, por exemplo, poderia alterar uma mensagem postada depois de ela já ter sido amplamente distribuída.

Beykpour disse que essa janela de tempo entre a escrita e a publicação da postagem poderá ajudar os usuários a evitarem alguns problemas, como a postagem com erros de digitação. A porta-voz também disse que a rede social está planejando incluir outros recursos para seus assinantes. O TweetDeck, um serviço gratuito que muitas pessoas usam para gerenciar contas simultâneas na rede social, poderia se transformar em um modelo freemium, segundo a líder de produto, oferecendo recursos básicos no modo gratuito e opções mais avançadas no modo pago.

Alguns dos planos do Twitter para seu serviço de assinaturas haviam sido adiantados pela Bloomberg e outros detalhes foram descobertos e divulgados pela pesquisadora de segurança Jane Manchun Wong.

A empresa está criando outros produtos de assinaturas e pagamentos que visam permitir que usuários populares a ganhar dinheiro com suas contas na rede social. Nos últimos esses, a plataforma anunciou diversas ferramentas para criadores de conteúdo, incluindo um recurso de gorjetas que permitirão que os usuários doem dinheiro a outras pessoas a quem eles seguem e, delas, obtenham serviços exclusivos.

Um dos projetos de monetização da plataforma é o recurso que vem sendo chamado de Super Follows, que permitirá que os usuários cobrem de seus seguidores pelo fornecimento de algum tipo de conteúdo exclusivo, como newsletters, conversas de áudio e tuítes especiais. A companha ainda não revelou os detalhes desse recurso, mas existe a ideia de disponibilizar três diferentes faixas de preços: US$ 2,99; US$ 4,99 e US$ 9,99 por mês, declarou Esther Crawford, sênior product manager da rede social.

Fonte: Meio&Mensagem


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