Transmissão ao vivo aquece mercados de produção e conteúdo
5 de janeiro de 2021 às 12:11
Conceito se fortalece na pandemia e expande possibilidades para produtoras de eventos, do audiovisual, agências e marcas
Renato Rogenski
Durante a pandemia o formato de lives explodiu de vez, dando vazão à necessidade da audiência de vivenciar experiências coletivas, ainda que por meio de conteúdos virtuais. Na visão de Gustavo Luveira, diretor associado de relacionamento e novos negócios da R2 produções, o movimento abriu oportunidades em três frentes: para o produtor de eventos, para as produtoras do audiovisual e para as agências.
O profissional acha também que o período está sendo importante para que esses mercados se conectem como nunca para pensar em soluções e alternativas coletivas para os clientes. “Eu tenho que entregar o show, mas também tenho que entregar conteúdo sobre ele e o merchan para viabilizar tudo. É impossível fazer com excelência os três. Por isso é necessário unir expertises. Essa tríade é essencial para atender os cinco sentidos humanos e se conectar com o público”, avalia Gustavo.
O diretor e sócio da R2 produções enxerga um mundo de oportunidades nessa possível colaboração de pensar mais no conteúdo, sem deixar de pensar na experiência de consumo desse conteúdo. “Precisamos cada vez mais preparar um show que seja pensado para quem está lá, sentindo o cheiro da pólvora dos fogos e para quem está deitado no sofá com o cachorrinho do lado. E pra isso, a gente precisa de uma união do mercado”, diz.
“É um negócio promissor no mercado de produção, apesar de ser um bicho totalmente diferente” – Marianna Souza
A R2 foi a empresa responsável por algumas das lives de grande audiência neste período de pandemia, incluindo o show da dupla sertaneja Jorge e Mateus em abril de 2020, com ativação da Brahma, que bateu a marca de 3,1 milhões de espectadores simultâneos, na ocasião um recorde no Youtube. “É um negócio promissor no mercado de produção, apesar de ser um bicho totalmente diferente sob o ponto de vista de formato. Algumas produtoras estão realmente começando a se preparar e desenvolver meios de rentabilizar com essas entregas”, afirma Marianna Souza, presidente executiva da Apro.
O formato de lives também tem atraído eventos corporativos e gerado novas oportunidades para empresas que já trabalham com algum disciplina de comunicação. Em julho do ano passado, por exemplo, a IWM Agency, agência de marketing de influência, apresentou ao mercado a IWM Lives, um núcleo de negócio desenvolvido com o intuito de captar patrocinadores, além de fornecer suporte profissional para artistas e empresas que buscam transmissões adequadas ao seu perfil de público e produto.
Em maio do ano passado, a Act10n, empresa que também atua na conexão entre marcas e celebridades, passou a oferecer shows individuais ou festivais formados por nomes como Preta Gil, Tiago Abravanel, Daniel Boaventura, Bruno Martini, Latino e Double You. O serviço incluiu cenário, iluminação, produção audiovisual e internet em uma plataforma para empresas que queiram sediar uma atração virtual para seus colaboradores.
Também em maio de 2020 nasceu a RD Play, cuja proposta é produzir eventos multimídia em streaming, sejam eles ao vivo ou gravados. Os formatos são diversos, entre ele feiras, debates, palestras, reuniões e conferências virtuais, gravações de vídeo aulas e workshops, entre outros.
Fonte: Meio&Mensagem