Reebok quer ampliar presença entre público feminino
4 de março de 2020 às 11:47
Flavia Bittencourt, CEO do grupo Adidas, falou ao PROPMARK sobre nova plataforma que alia empoderamento, lazer e esporte
Por Danúbia Paraizo
04 de março de 2020 | 08:00
Flávia Bittencourt: “Estamos mais abertos a conversar com o público feminino”.
Responda rápido: o que 60 mulheres foram fazer em plena ressaca pós-Carnaval em um heliponto no interior de São Paulo? Para a Reebok, a resposta é simples: elas foram cuidar do corpo de maneira divertida e leve. A aula de dança com a coreógrafa Brunna Gonçalves, no último dia 29 de fevereiro, inaugurou o projeto Reebok Training Squad, plataforma de treinos voltada exclusivamente ao público feminino.
Flavia Bittencourt, CEO do grupo Adidas, detentora da marca Reebok, é uma das idealizadoras do projeto, que começou no México e já tem seus desdobramentos no Chile, Argentina, Peru e agora também no Brasil. Ela que já esteve no comando de varejistas como a rede de cosméticos Sephora na América Latina e também das Lojas Marisa, não tem dúvidas do potencial de consumo do público feminino.
“Quando as mulheres são questionadas sobre a prática de esporte, você logo pensa em algo mais profissional, como correr uma meia maratona ou pegar muito peso, mas isso não é necessariamente o ideal. Tem quem prefira só se sentir bem com o corpo e se divertir com as amigas de uma forma mais leve”, explica Flávia.
Mensalmente, no Reebok Training Squad, serão disponibilizados treinos gratuitos em São Paulo. O próximo programa, inclusive, inclui aulas de futevôlei e beach vôlei e está marcado para o dia 21 de março. A cada treino, o time de embaixadoras da Reebok marca presença para reforçar os atributos da marca, sobretudo, nas redes sociais. São elas Ariel Saori, Dessa Castorino, Sarah Fonseca, Thaís Bianca, Maria Montoro, Ivi Pizzott, Patrícia Sens e Juliana Franceschi.
Na entrevista a seguir, Flávia fala sobre os investimentos da Reebok no território feminino, a importância das experiências e negócios.
Esporte como diversão
A mulher sempre teve essa coisa de se cuidar. Ela gosta de estar bonita, isso tem a ver com Sephora, ela gosta de estar na moda, isso tem a ver com Lojas Marisa, mas ela também quer cuidar do corpo, do seu bem-estar, o que tem tudo a ver com Reebok. E estar bonita, se cuidar, não tem a ver com estar gorda ou magra, mas se sentir bem com o corpo que você tem. Estava faltando que uma grande marca esportiva se aproximasse do público feminino dessa forma. E é o que a gente está tentando fazer com o novo Reebok Training Squad. Queremos trazer uma proposta mais divertida.
Plataforma global
A gente lançou essa proposta do Training Squad na América Latina primeiro no México e funcionou super bem e os demais países agora começam a seguir. O Chile já começou também, além do Brasil, tem a Argentina que logo começa, e no Peru. Mas cada um com uma proposta diferente. E vamos conversando para saber o que mais funcionou, o que atraiu mais e assim a gente tenta seguir o nosso caminho. Mas claro, entender primeiro a preferência local. Fazer um treino em um ambiente que remeta a praia é bacana porque traz identificação local.
Lifestyle
Não precisa ficar o tempo todo dentro da academia se não é o que te dá prazer. Então, que tal dançar em um heliponto? Vamos fazer esporte na praia? Vamos tentar diferentes modalidades e locais para mostrar como atividade física pode ser divertida? E se a gente permitisse que as mulheres pudessem fazer isso com suas amigas? Por isso que pensamos em uma proposta que inclusive é de graça, você se inscreve pelo site e não paga nada. É sobre transformar o cuidado com o próprio corpo em algo divertido. Quando as mulheres são questionadas sobre a prática de esporte, você logo pensa em algo mais profissional, como correr uma meia maratona ou pegar muito peso, mas isso não é necessariamente o ideal. Claro que tem gente que gosta de treino, mas tem quem prefira só se sentir bem com o corpo e se divertir com as amigas de uma forma mais leve.
Posicionamento de marca
Como proposta de marca, a gente tem um potencial enorme ao se identificar com o público feminino. Isso não quer dizer que a marca é só para mulheres, mas significa que a gente está aberto para falar mais com elas. Quando você pensa em roupa de esporte, a mulher é muito mais consumidora do que o homem. A diferença é que ela não entra tanto em lojas esportivas. Acontece muito de as mulheres entrarem em uma loja para olhar um vestido ou um sapato e acabar gostando de um top, uma camiseta ou legging. É com essa mulher que queremos nos aproximar. Alguém que esteja interessada também em moda. Uma roupa que ela possa ir para academia e depois encontrar as amigas, almoçar ou fazer um happy hour. Como associar essas coisas sem ter de trocar de roupa necessariamente? Uma roupa que seja confortável, mas também bonita. Essa é a pegada que a gente quer ter.
PropMark (04.03.20)