Rádio será campo de disputa pela audiência na Copa de 2022
3 de dezembro de 2021 às 15:50
Grupo Bandeirantes, Jovem Pan, Transamérica e Itatiaia preparam estratégias para atrair ouvintes e marcas no Mundial do Catar
Bárbara Sacchitiello
3 de dezembro de 2021 – 9h01
Se no meio televisivo a Copa do Mundo do Catar terá suas transmissões concentradas na Globo (a empresa, até o momento, é a única detentora dos direitos da competição), no rádio, as opções para a audiência serão mais variadas. Nesta semana, o Grupo Bandeirantes anunciou a aquisição dos direitos da principal competição de seleções da Fifa, que será transmitida em duas de suas emissoras: a Rádio Bandeirantes e BandNews FM.
A Band entra em um campo onde já estavam a Jovem Pan, a Transamérica e a Rádio Itatiaia, players que já haviam anunciado a compra dos direitos da Copa de 2022, que terá início no dia 21 de novembro e vai até 18 de dezembro. Com esse ativo em mãos, ao mesmo tempo em que terão a oportunidade de criar um conteúdo atrativo para a audiência e também para o mercado publicitário, as emissoras também ganham o desafio de criar um diferencial para atrair o público em meio às demais ofertas de transmissões.
Para a Jovem Pan, a jornada do Catar é vista como uma das cobberturas mais importantes dos últimos anos, por conta, sobretudo, do crescimento do departamento de esportes do grupo e do aumento do consumo digital. Gabriel Dias, gerennte de esportes da Jovem Pan, faz um comparativo com a Copa do Mundo da Rússia, em 2018, em que a emissora já preparou uma cobertura pensada para o streaming, e, claro, para o dial. “Ao longo dos últimos quatro anos houve um crescimento exponencial nas nossas plataformas de vídeos. Apenas até novembro deste ano foram mais de 530 milhões de visualizações em nosso canal de esportes no Youtube, com média de 50 milhões por mês. O mais importante nessa Copa é que poderemos unir nossas três forças: TV, com o recente lançamento da JP News, com a força do rádio, com nossas transmissões no FM, AM e na rede Jovem Pan News ao nosso digital”, acredita.
Tendo o conteúdo esportivo como um de seus pilares (ao lado de jornalismo e entretenimento musical), a Transamérica também vê a cobertura do Mundial do Catar como um projeto fundamental, sobretudo pelo fato de que uma Copa tem potencial de atrair anunciantes interessados em se conectar com a audiência amante de futebol. Fábio Faria, diretor executivo da Transamérica, acredita que, mesmo em um cenário com outras janelas de opções para a audiência (como TV e meios digitais) o rádio segue tendo um papel importante e estratégico para os ouvintes.
“O meio é tradicional para o conteúdo esportivo. Seus narradores e comentaristas entregam uma abordagem diferente da TV, com maior riqueza de detalhes e informações por quase 24 horas durante o evento. É uma cobertura mais rica do ponto de vista de conteúdo. Além disso, teremos transmissão via streaming da Transamérica m todos os mercados de nossa rede, o que aumenta ainda mais nossa janela de distribuição”, conta.
Times em campo
Além das transmissões dos jogos das seleções, a cobertura da Copa envolve uma preparação especial da grade de programação para abraçar o evento. Fabio Fária conta que a Transamérica criará conteúdos voltados ao Mundial já a partir de março de 2022. “Além disso, também teremos ações diferenciadas durante a cobertura do evento. À parte, nossa equipe esportiva estará in loco, no Catar, cobrindo 100% do evento de forma presencial”, promete.
A Jovem Pan começou já neste ano a preparação de sua equipe para o Mundial da Fifa com o reforço da equipe de comentaristas. Há alguns dias, a emissora anunciou a contratação do jornalista Mauro Cezar Pereira e, a partir de 2022, chegam outros reforços: os ex-jogadores e pentacampeões Edilson (Capetinha) e Vampeta. “Esses dois nomes se unem a outros grandes jornalistas que farão parte da nossa cobertura, como Nilson Cesar, Wanderley Nogueira, Flavio Prado, Mauro Beting e outros companheiros”, conta o gerente de esportes.
Assim como o porta-voz da Transamérica, Dias também vê o rádio como um meio estratégico para as transmissões esportivas. “O rádio é o veículo que mais transmite informações sobre futebol diariamente, que melhor alimenta os torcedores antes, durante e depois dos jogos. E, principalmente, é o veículo que informa primeiro. Os sinais de imagem chegam por sistemas diferentes, de forma digital ou analógica, aumentando o delay. No rádio, não”, ressalta o profissional.
Pacotes comerciais
Além de agradar a torcida, as emissoras que transmitirão a Copa do Mundo também tem de se mostrar atrativas aos anunciantes. O grupo Bandeirantes já está em fase de negociação do pacote comercial da Copa do Mundo e já conseguiu garantir a primeira parceria, com a marca Philco. Outras quatro cotas de patrocínio estão sendo apresentadas a profissionais de agências e de anunciantes. Além das transmissão na BandNews FM e na Rádio Bandeirantes, o pacote envolve também outras emissoras do grupo (Nativa FM, Play FM e Band FM) que abrirão espaço para os jogos e notícias da seleção brasileira na Copa.
Na Jovem Pan, o plano comercial está em fase de desenvolvimento e deve ser apresentado em breve ao mercado. O mesmo acontece na Transamérica que, além da entrega na mídia no dial e presença em outras plataformas ao longo do ano, também prepara um evento especial de relacionamento, para o mercado publicitário, no Hotel Transamérica Resort Comandatuba, na Bahia, segundo o diretor-executivo.
A rádio Itatiaia, com sede em Belo Horizonte, também deve preparar um projeto comercial para a cobertura de seu 15o Mundial, com atrações dedicadas aos jogos. O grupo anunciou a aquisição dos direitos de transmissão da competição da Fifa em novembro.
Fonte: Meio&Mensagem