Quais são os desafios do omnichannel para o varejo

15 de setembro de 2022 às 15:13


Levantamento realizado pela Globo revela como as atividades presenciais e digitais têm impactado o consumo dos brasileiros

Após dois anos de pandemia da Covid-19, as atividades passaram a ter duas modalidades mais frequentes: as presenciais e as digitais. Segundo a pesquisa “A nova jornada de compra omnichannel”, realizada pela Globo, essa nova realidade vem impactando diretamente a maneira como as pessoas se relacionam e consomem.

Segundo o estudo, as mudanças de hábitos de consumo fizeram com que a convergência entre as lojas físicas e o digital se intensificasse, fazendo com que o omnichannel ganhasse mais relevância, elevando as expectativas dos consumidores e trazendo mais competitividade e complexidade ao varejo.

De acordo com a pesquisa, a integração dos dois mundos permite que o consumidor tenha autonomia na sua jornada de compra, escolhendo o formato que mais lhe convém e tende a crescer conforme aumenta a maturidade dos varejistas. Os dados apresentados mostraram que 53% dos consumidores declaram que gostam de comprar na loja e receber o produto em casa no caso de o item estar indisponível no ponto físico, assim como 46% preferem a opção de comprar pela internet e retirar o produto na loja.

O levantamento também mostrou que o consumidor quer gastar menos tempo na loja e esperam melhores serviços dos varejistas. Por isso, 62% afirmam que é fundamental que as lojas ofereçam alternativas de finalização de compra de forma rápida, como o autoatendimento.

O varejo de moda e alimentar
Ao olhar com foco para o setor varejista, a pesquisa apontou que a pandemia trouxa uma forma nova de as pessoas comprarem roupas, acessórios e calçados. Dos entrevistados, 48% afirmaram que mudaram a forma de escolherem e comprarem artigos desse setor desde o início da pandemia e, entre os fatores que ganharam mais relevância estão o preço (67%), o conforto (51%) e a qualidade do material (42%).

A pesquisa também ressaltou que, para 72% dos entrevistados, o preço é o motivo que mais leva as pessoas a comprarem produtos de moda de segunda mão. Outros fatores que aparecem nessa lista são qualidade do produto (36%), variedade (24%), e a preocupação com o meio ambiente (20%).

Já em relação ao varejo alimentar, o estudo da Globo revelou que 49% dos consumidores mudaram seu comportamento de compras de produtos de supermercado e, entre eles, 26% afirmam que estão comprando mais em lojas de bairro, 24% no atacarejo, 17% estão frequentando novas lojas físicas e 15% estão comprando mais pela internet, por meio de apps.

Apesar do aumento do e-commerce em 2021, sendo o setor supermercadista um dos que mais impulsionou a prática, 48% dos entrevistados não possuem nenhum aplicativo do setor instalado em seu celular. Já entre os que possuem o hábito, poder comparar preços (42%) e conveniência (41%) são os principais motivos de fazer compra de supermercado online.

Entre os que compram alimentos e bebidas online, 24% dos entrevistados pela pesquisa afirmaram que voltam a consumir mensalmente e 22% semanalmente. Apesar disso, a compra online enfrenta algumas barreiras como o gosto por ir presencialmente à loja (36%) e o frete alto (35%).

De forma geral, a pesquisa também aponta que, além de frequentar mais canais e lojas, os consumidores também estão mais infiéis em relação às marcas dos produtos. Dos entrevistados, 39% afirmam que essas mudanças se devem a fatores econômicos, pois estão buscando preços mais baixos e 30% afirmam que estão em busca de experimentar novos produtos e marcas.

O celular como meio principal
Os dados da pesquisa apontaram que o celular foi o meio que mais impulsionou o crescimento de vendas online, com destaque para o uso de apps: 66% dos consumidores declaram fazer uso do aparelho e de aplicativos para realizar compras. Enquanto isso, 60% das pessoas que usam o aparelho, mas preferem navegar diretamente nos sites e 52% afirmam que ainda optam pelo uso do computador. Além disso, 48% dos entrevistados afirmaram que se sentem mais dependentes do celular hoje do que antes da pandemia.

Outro ponto levantado pela análise foi o aumento das compras em sites estrangeiros: 51% dos entrevistados afirmaram que a pandemia fez com que eles passassem a comprar mais produtos enviados de outros países e, no caso da geração Z (pessoas de 18 a 26 anos), esse percentual sobre para 65%. Entre as principais categorias compradas em sites estrangeiros estão: roupas e calçados (58%), acessórios (44%), eletrônicos (37%) e produtos de decoração (30%). Brinquedos, cosméticos e bebidas também estão entre as categorias citadas.

Apesar disso, os dados também apontaram que a maioria dos entrevistados não vê a experiência da compra digital como algo novo e 44% declaram que gostariam de comprar produtos através de uma realidade virtual imersiva. Além disso, 30% dos entrevistados também afirmaram que gostam do chamado “live commerce” e outros 27% dos consumidores gostam da ideia de comprar produtos diretamente do controle remoto da televisão, dos produtos disponíveis na programação que estão assistindo, o chamado ‘conteúdo shoppable’.

Por outro lado, a pesquisa também mostrou que o fato de as pessoas estarem mais em casa, fez com que elas passassem a valorizar também o comércio local. Entre os entrevistados, 56% afirmam que a pandemia fez com que eles passassem a comprar mais em lojas de comércio local e, na geração X e Baby Boomers (42+), essa porcentagem sobre para 61%.

A pesquisa trouxe também um olhar para questões de diversidade e inclusão, mostrando que esses são assuntos relevantes para consumidores de todas as gerações: 59% dos entrevistados consideram que as lojas precisam se posicionar e proporcionar um ambiente mais diverso e respeitoso dentro dos estabelecimentos. Entre a geração X e Baby Boomers esse número chega a 63%.

Fonte: PropMark


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