Publicitários criam projeto para falar sobre ansiedade

28 de julho de 2021 às 16:19


Post em branco quer propor visibilidade e discussão sobre o Transtorno de Ansiedade Generalizado

Por ⠀Propmark

Tudo começou com uma crise real de ansiedade, mas logo o publicitário Daniel Portuga viu que tinha nas mãos uma ferramenta para jogar luz a um tema ainda pouco discutido e conhecido: Transtorno de Ansiedade Generalizado.

O Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade.

Portuga, que mora em Nova York e tem o diagnóstico de TAG, passou em 2020 o que chama de uma de suas piores crises, agravada pelo isolamento durante a pandemia Com isso, resolveu fazer o experimento que virou o projeto Post em Branco.

“Me vi trancado no meu apartamento em plena quarentena, solitário e completamente angustiado. Sem forças para pedir ajuda, mas ao mesmo tempo querendo sinalizar aos amigos que algo não estava bem, postei 227 posts em branco, sem nenhum texto, apenas trazendo a palavra OUT”, conta.

Segundo a OMS, quase 10% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade (Unsplash)

O Post em Branco era para ser um pedido de ajuda, mas se tornou um experimento social. Junto com Rodrigo Esteves, outro publicitário também diagnosticado com TAG, surgiu o projeto que quer se tornar uma ferramenta para que as pessoas que sofrem de ansiedade possam chamar atenção em um momento de crise e receber apoio.

De acordo com o resultado do experimento, o spam de Post em Branco trouxe diversas reações que refletem posturas conhecidas de quem lida com os portadores da doença. Foram reações que variaram de mensagens negativas, passando por perguntas sobre problemas técnicos e pessoas que deixaram de segui-lo. Apenas poucas mensagens tiveram como objetivo saber se ele estava bem.

“Muita gente não gostou da experiência e não entendeu como um pedido de ajuda. Algumas pessoas acharam que se tratava de vírus ou hackers. Vimos ainda que, assim como na vida real, muitas pessoas não querem “aquela pessoa problema” ou se envolverem de alguma maneira com isso e deixaram de me seguir”, detalha.

Para Rodrigo Esteves, o projeto tem uma força dupla “pois demonstra como as pessoas em geral ainda são desinformadas sobre o tema ao mesmo tempo que cria uma ferramenta para ajudar quem sofre com ansiedade e também que convive com pessoas nessa condição”.

Fonte: PropMark


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