“Publicidade não é despesa, é receita”, diz VP da Record

12 de maio de 2020 às 11:41


Vice-presidente comercial da Record comenta sobre os desafios do período e a destaca a importância de manter os negócios ativos

Bárbara Sacchitiello

Walter Zagari, vice-presidente comercial da Record.

Atualizada às 10h34

Assim como todos os veículos de comunicação do mundo, a Record TV teve sua estratégia de 2020 atravessada pela pandemia. Depois de reajustar a grade com a ampliação do conteúdo jornalístico, exibição de lives e resgate de atrações do acervo, a emissora volta sua energia para estimular o mercado publicitário a agir em conjunto contra a crise trazida junto com a emergência de saúde.

Desde a semana passada, a emissora abriu espaço no mais importante programa de sua grade, o Jornal da Record, para executivos de agências, anunciantes e de entidades do mercado publicitário mostraram a importância de as empresas estreitarem sua relação com os consumidores em um período cercado de incertezas.

Nessa segunda-feira, 11, a RecordTV anunciou uma importante renovação comercial. O Bradesco, que no ano passado tornou-se patrocinador do Jornal da Record (que, além da versão exibida diariamente, no horário nobre, também conta com quatro edições curtas, distribuídas ao longo da programação). O banco renovou o acordo para continuar patrocinando o telejornal por mais dois anos. Além das exibições na TV, as edições curtas do Jornal da Record também ficam disponíveis no R7, PlayPlus, YouTube, Instagram, Facebook e Twitter.

Por trás dessas ideias e negociações está Walter Zagari, executivo que, há anos, comanda a área comercial de todas as plataformas que compõem o grupo de mídia. Ciente dos efeitos que a pandemia já traz para a realidade econômica do País, sendo o principal, para o meio, um recuo dos investimentos dos anunciantes, Zagari fala sobre a importância de manter a proximidade com agências e anunciantes e fazer o mercado compreender os efeitos de manter os investimentos em publicidade ativos.

Meio & Mensagem: Quais são os maiores desafios da emissora em relação ao faturamento comercial?

Walter Zagari: Nossa abordagem da equipe de vendas junto às agências e aos anunciantes, que já era muito constante, passou a ser muito mais intensa e presente. O momento atual demanda uma dedicação muito além do que estávamos acostumados. Não podemos deixar a peteca cair! Temos que estar sempre presentes no dia a dia das agências e dos clientes, ser atuantes, parceiros e pró-ativos. A situação está difícil e o dinheiro escasso. Neste cenário, a criatividade e a competência técnica fazem total diferença. Minha equipe comercial está preparada para esse desafio e tenho certeza que superaremos esse momento. Já passamos por outras crises e sobrevivemos. E nessa, também, seremos vencedores.

M&M: De que forma a emissora vem dialogando e mantendo a proximidade com agências e anunciantes nesse período?

Zagari: Estamos muito mais atuantes junto ao mercado nestes últimos meses. Nossa “escala” de trabalho à disposição dos clientes é de 24 x 7. De fato, as coisas estão difíceis. Mas sem a nossa pró-atividade, com certeza, ficarão muito piores. Mais do que nunca, temos que fazer parte do dia a dia dos nossos clientes, sermos parceiros e consultores de negócios e traçarmos estratégias de comunicação em conjunto com o melhor custo-benefício. Nesse contexto, todos teremos a ganhar e seremos mutuamente ajudados. Como exemplo de ações da área comercial, na semana passada realizamos a primeira convenção online. Reunimos todas as emissoras da rede para traçarmos estratégias que minimizem os efeitos dessa crise. O resultado foi extremamente satisfatório, tendo a troca de informações como uma das ferramentas mais eficazes no combate à crise.

M&M: Desde o início da pandeia a maior parte das marcas retraiu seus investimentos em publicidade por conta das incertezas do período. Como essa atitude atingiu a Record?

Zagari: A intenção das marcas em investir existe, porém a verba de publicidade está recessiva. Temos que nos adequar a essa situação e, mais do que nunca, sermos técnicos e utilizar argumentos de defesa de vendas que mostrem que a TV está sendo o meio de maior penetração neste período e que é o meio de maior influência na vida das pessoas. Nesse contexto não há razão para que as mídias sejam canceladas. Investir em comunicação não é despesa. É receita.

Meio&Mensagem (12.05.20)


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