O perfil dos profissionais de marketing de influência: mercado é pouco diverso

26 de abril de 2022 às 16:07


Por Marcos Bonfim

Estudo inédito realizado pela YouPix e a 99Jobs, empresa de recrutamento inclusivo, mostrou que cenário é formado, predominantemente, por jovens, sudestinos, brancos, héteros e cis

Os profissionais que trabalham com marketing de influência têm um perfil pouco diverso. São, predominantemente, jovens, sudestinos, brancos, héteros e cis. É o que aponta um estudo inédito realizado pela YouPix e a 99Jobs, empresa de recrutamento inclusivo, em fevereiro deste ano.

Com foco na inclusão de pessoas negras nesses ambientes, a pesquisa ouviu 661 pessoas e apresenta um recorte de quem trabalha em agências especializadas, agências de digital com área dedicada à influência ou diretamente nas marcas.

Segundo o levantamento, a presença de pessoas brancas neste mercado é maior do que na população brasileira, com 69%. A heteronormatividade é outro traço forte dos profissionais do setor, com mais de 97,2%. Os profissionais também são majoritariamente jovens – 68,1% têm idades entre 26 e 37 anos – e sudestinos, com 60,3% em São Paulo.

Além disso, os profissionais negros recebem os menores salários – 34,5% afirmaram que ganham até R$3.500,00. Entre pessoas brancas, o percentual é de 23,6%. A pesquisa revela que 44,8% das pessoas empregadas na área tem uma média salarial de R$ 5.000 por mês.

São dados que, na opinião de Bia Granja, fundadora e CCO da YouPix, podem trazer impactos negativos em um momento em que tanto se fala sobre diversidade e inclusão na sociedade e no dia a dia das empresas.

Estudo revelou que profissionais negros recebem os menores salários (Photo by Christina @ wocintechchat.com on Unsplash)

“Apesar das pautas raciais e identitárias estarem em ebulição no mercado hoje, em geral, quanto menos diverso é o profissional, menor é a chance dessa pessoa se engajar em políticas afirmativas, como por exemplo, entender e realizar a escolha de um casting que reflita outros tipos de corpos, raças, regiões, gênero e realidades”, explica.

Para a executiva, as marcas precisam sair do discurso e se engajarem efetivamente em politicas afirmativas. “Pra dentro, contratando pessoas diversas, fazer com que elas tenham contexto e ambiente para crescer e chegar em cargos de liderança, pagar salários justos e iguais. E, pro lado de fora, entender que o dinheiro das marcas ainda tem muito poder pra reforçar ou quebrar os estereótipos, onde as verbas são empregadas e em quem importa muito”, complementa.

Esse processo de inclusão passa também pela remuneração. Embora a média salarial do mercado de influência esteja entre R$3.501 e R$7.500 (R$ 38,5% ganham entre esses valores) , os profissionais negros recebem salários menores refletindo a realidade das pessoas negras no recorte que o estudo mostrou, os menores salários são pagos a essa parcela de profissionais, que têm 34,5% ganhando até R$3.500,00.

Fonte: PropMark


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