O papel da inteligência artificial na transformação contínua da mídia digital

12 de setembro de 2023 às 16:29


Por Adrieny Magalhães

Profissionais compartilham a prática de suas rotinas com IA, discutindo as melhorias alcançadas e os principais desafios deste cenário

Quase que diariamente, profissionais de comunicação e criatividade se deparam com mais ferramentas de inteligência artificial (IA), que chegam com a proposta de mudar suas rotinas criativas. Para além de Alexa e Siri, vale citar ferramentas como o ChatGPT, que desde seu lançamento, em novembro de 2022, é motivo de grandes discussões no mercado.

Inevitavelmente, a utilização de IA no dia a dia das agências e outras empresas de comunicação está revolucionando a maneira como essas organizações trabalham e conversam com seu público. Por meio de sua capacidade, quase inesgotável, de criar, a IA se tornou ferramenta essencial para otimizar e aprimorar processos.

Em um cenário em constante evolução, se faz necessário entender alguns pontos: qual é o verdadeiro papel da IA, como utilizá-la de forma mais precisa na entrega de mensagens personalizadas em escala e quais são os desafios e responsabilidades que chegam a cada atualização.

IA x mídia digital
A mídia digital refere-se a qualquer forma de conteúdo de comunicação – texto, áudio, vídeo ou imagem – que é produzido em formato digital e distribuído eletronicamente, abrangendo uma gama de canais e plataformas online, como sites, redes sociais, aplicativos, podcasts, streamings de vídeo, e-mails, blogs e muito mais.

Por isso, ela pode ser utilizada para uma série de propósitos, como educação, publicidade, entretenimento e, claro, marketing e publicidade. Quando se fala em produção de conteúdo em tamanha escala, a IA consegue se conectar à mídia digital de várias maneiras, com um impacto significativo tanto na hora de criar, quanto na forma como os consumidores vão receber e interagir com o conteúdo.

Marina Rockett, da Hogarth Brasil: segmentar público para mensagens personalizadas (Divulgação)
Por ser veiculada em diversos formatos online, um dos usos da IA para a criação da mídia digital está no direcionamento da publicidade. Segmentar conteúdos com base no perfil e comportamento de cada usuário é uma das chaves para empresas entregarem seus conteúdos para um público mais relevante.

Para Marcelo Pincherle, vice-presidente de operações do GDB no Brasil, os primeiros benefícios concretos do uso da IA apareceram em duas frentes: targeting e geração de conteúdo.

“Na primeira frente, a capacidade de análise de diferentes sinais e informações permitiu o desenvolvimento de soluções ainda mais sofisticadas na criação de segmentos, audiências e definição de públicos. Enquanto, na segunda, os avanços mais evidentes foram vistos na elaboração de copies, criação e aperfeiçoamento de imagens e otimização criativa”, explica Pincherle.

Marina Rockett, designer e creative technologist da Hogarth Brasil, aponta a utilização da IA no dia a dia da empresa e também acredita que a IA pode, por exemplo, “ajudar a identificar padrões em dados de comportamento do consumidor, que podem ser usados para segmentar melhor o público-alvo e entregar mensagens mais personalizadas”.

Praticidade
Para os profissionais, a IA desempenha um papel fundamental no aprimoramento da praticidade na rotina de criação de conteúdo. Com o auxílio na pesquisa de informações relevantes, geração de insights, seleção de imagens e até mesmo na otimização de SEO, alguns processos ficam cada vez mais eficientes.

“Produtividade é a palavra-chave. Seja na criação automática de drafts para
documentos estruturados, como briefings e apresentações, seja na geração de insights que abastecem equipes de produto, de criação ou de planejamento, ou ainda na simulação de cenários para planos de mídia. E a lista não para aqui. Nenhuma das ferramentas de IA que opere nessas frentes substituirá a inteligência humana, mas vai potencializá-la”, destaca Abel Reis, chief product officer da UOTZ.

Lilian Prado, country manager Brasil da ShowHeroes, afirma que um dos grandes benefícios que se percebe no grupo é a possibilidade de produzir conteúdo de alta qualidade de forma mais rápida e humana, sempre otimizada pelo toque humano, porque “é essencial termos uma fase final de curadoria, edição e aprovação do material por pessoas”.

“Tecnologias baseadas em inteligência artificial já estão incorporadas aos fluxos de trabalho dos conteúdos que produzimos, incluindo textos, imagens, animações e soluções de design em geral, o que tem trazido melhora nos resultados, do ponto e vista de engajamento, promovendo uma maior conexão com a audiência”, continua Lilian.

Fonte: PropMark


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