Não respeitar privacidade pode afetar vendas

13 de agosto de 2020 às 14:58


Estudo Digital Society Index, da Dentsu Aegis Network, aponta que 81% dos jovens brasileiros da Geração Z deixariam de consumir uma marca que violasse seus dados

Luiz Gustavo Pacete

Geração Z articulada: usuários do TikTok se inscreveram em evento de Trump e depois não participaram, deixando o local quase vazio (crédito: Getty Images/Win Mcnamee)

No mês de junho, um feito inédito deixou o presidente americano Donald Trump de cabelo em pé. Fãs de K-Pop que utilizam a plataforma TikTok sabotaram um evento eleitoral do candidato à reeleição nos Estados Unidos. Os jovens se inscreveram em massa para participar do evento, mas não compareceram, deixando o local quase deserto. O político chegou a anunciar que mais de um milhão de pessoas haviam confirmado a participação. O episódio deixou claro o nível de consciência política dos jovens usuários das redes sociais e uma nova forma de como eles se relacionam com a tecnologia. Esse exemplo ilustra alguns dos insights constatados pelo estudo Digital Society Index (DSI), da Dentsu Aegis Network, que ouviu 32 mil pessoas pelo mundo durante o primeiro semestre deste ano e mostrou uma maior consciência dos jovens em relação ao uso da tecnologia.

O estudo mostra que um quinto dos jovens de 18 a 24 anos desativou suas contas na mídia social no ano passado, enquanto um terço está limitando o tempo em seus telefones. Apesar do isolamento social, que levou a um aumento da atividade online, 17% dos Gen-Z’s desativaram suas contas na mídia social nos últimos meses. Globalmente, um terço, 31%, limitou o tempo que passaram online ou olhando para seu smartphone, e quase metade, 43%, tomou medidas para reduzir a quantidade de dados que estão compartilhando online, tais como limpar seu histórico de busca ou optar por sair dos serviços de geolocalização.

No Brasil, 81% dos entrevistados defendem que uma violação de dados faria com que parassem de consumir uma marca. Outros 48% esperam benefícios em troca do uso de seus dados. “As marcas precisam reavaliar como elas constroem relações com este grupo de uma forma que privilegie a transparência, o empoderamento e uma clara troca de valores ao utilizar os dados dos consumidores. Também precisam garantir que estão usando a tecnologia de uma forma que proporcione um benefício social mais amplo à medida que as expectativas sobre elas aumenta, sobretudo na criação de experiências e soluções úteis”, analisa Eduardo Bicudo, CEO da Dentsu Aegis Network Brasil.

Fonte: Meio&Mensagem


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