GroupM prevê crescimento global mais lento para a indústria em 2023
6 de dezembro de 2022 às 18:04
Retração da receita da publicidade digital e impactos econômicos na China decorrentes de novos lockdowns faz empresa de mídia do WPP revisar previsões de crescimento
Por Aleda Stam, do Advertising Age
Diante da desaceleração da receita da publicidade digital e do impacto econômico dos lockdowns e protestos na China, o GroupM fez uma revisão de suas previsões para o crescimento da indústria em 2023.
Para este ano, a empresa do WPP estima que o mercado crescerá 6,5% globalmente – sem considerar marketing político. Em junho, a projeção da companhia era de 8,4%. Já para o próximo ano, a alta global deverá ser de 5,9%, com ganhos em TV conectada, retail media e aceleração de mercados como a Índia. Em junho, o GroupM apontava crescimento de 6,4% para 2023.
A Magna, empresa do IPG Mediabrands, também reduziu a previsão para 2023 de 6,3% para 4,8%, chegando a US$ 833 bilhões. Para 2022, a companhia espera que a receita publicitária cresça 6,6% e chegue a US$ 795 bilhões, impulsionada pelos investimentos feitos durante as eleições norte-americanas e brasileiras, os Jogos Olímpicos de Inverno e a Copa do Mundo. Meses atrás, a Magna projetou alta de 9,2% para este ano.
A revisão do GroupM se deve principalmente ao atual cenário da China, cuja economia está sentindo os impactos dos novos lockdowns para conter a Covid-19, além dos protestos que têm ocorrido no país. Se antes apostava em um crescimento de 3,3%, a companhia agora prevê um declínio de 0,6% no mercado chinês. Para os EUA, a estimativa recuou de 10,1% para 7,1% (sem considerar o marketing político). Juntos, os mercados chinês e norte-americano devem responder por 55,5% da receita publicitária global em 2022.
Luz no fim do túnel
A queda das previsões para este e o próximo ano não são necessariamente trágicas, porém. Em um documento do GroupM, Kate Scott-Dawkins, diretora global de business intelligence, atribuiu as mudanças às contínuas reviravoltas da pandemia e à recuperação que está em curso. Ela descreve como fortes os desempenhos do segundo e terceiro trimestres de 2021: “é um fator comparativo bastante difícil para as companhias que acompanhamos em termos de receita publicitária, então acho que uma vez que chegarmos ao próximo ano, veremos índices de crescimento normalizados”.
O GroupM também reajustou a previsão para a publicidade digital. Em junho, previa alta de 11,5%, agora, de 9,3% (em 2021, o segmento cresceu 31,9%). Em termos de share, o setor representará 67% da receita publicitária global e a empresa prevê que a participação do digital chegue aos 73% até 2027.
O segmento que cresce mais rápido é o de retail media, que deve alcançar US$ 110,7 bilhões neste ano, superando os US$ 101 bilhões estimados pelo GroupM em setembro. “Estamos vendo o segmento como um grande impulsionador de crescimento globalmente. É um componente cada vez maior para muitas dessas empresas de bens de consumo, estamos vendo isso se tornar um componente cada vez maior dos budgets de mídia”, afirma Kate.
No OOH, o GroupM aponta crescimento global de 2,2% e ressalta que, em mercados como o brasileiro, os índices já estão acima dos de 2019.
Fonte: Meio&Mensagem