Getty Images busca representação genuína para Carnaval Brasileiro

17 de fevereiro de 2020 às 11:37


Estúdios foram deixados para trás e a festa nas ruas, com os bloquinhos, tornou-se o principal cenário das imagens disponibilizadas na iStock.

Carnaval. O que vem à sua mente quando você lê esta palavra? A festa mais famosa do Brasil costuma ser lembrada de maneira estereotipada pela publicidade, com fotos posadas que focam em desfiles de escolas de samba, por exemplo. Mas há muito tempo a festa não é restrita a isso. Daí a criação de uma série com imagens mais diversas. O projeto é da iStock, plataforma da Getty Images.

Os estúdios foram deixados para trás e a festa nas ruas, com os bloquinhos, tornou-se o principal cenário das imagens.

“Nossos clientes não estão procurando a versão ‘clichê’ do Brasil, como Carnaval no Rio, Caipirinha ou a bandeira do Brasil, porque são muito mais do que isso. É por isso que a autenticidade é tão importante para nós. Vencemos ao entender essa necessidade crescente, poder guiar nossos colaboradores e oferecer isso a nossos clientes”, explica Renata Simões, gerente sênior de conteúdo criativo da iStock e Getty Images na América Latina, líder do projeto.

“No que diz respeito ao Carnaval brasileiro, clientes nos disseram muitas vezes que desejam imagens com as quais seu público-alvo possa se identificar. Devido à crescente popularidade do Carnaval de rua em todo o Brasil, essas imagens são as nossas mais vendidas nesta época do ano. Temos colaboradores do Nordeste para o Sul, cobrindo o autêntico Carnaval de rua para satisfazer as necessidades de nossos clientes”, explica Renata.

Em 2019, a plataforma lançou o projeto #ShowUs, em parceria com Dove e Girlgaze. “Foi a resposta a uma pesquisa que mostrou que 70% das mulheres dizem que ainda não se sentem representadas nas imagens que veem todos os dias”, relata a gerente. Segundo Renata, nos últimos 12 meses, houve “grandes aumentos” nas pesquisas no site da Getty Images pelos seguintes termos: “Pessoas reais” – 115%; “Sincero” – 101%; “Real” – 126%; “Mulher de verdade” – 150% e “Pessoas comuns” – 156%.

“Somos tão alfabetizados visualmente que sabemos muito bem quando as imagens não são autênticas e ‘de banco de imagens’. É facilmente identificável e carece da capacidade de se relacionar com um público amplo. Atualmente, as marcas estão procurando maneiras de se diferenciar da concorrência e em um mundo dominado por conteúdo visual (imagens estáticas e vídeo), imagens de qualidade são essenciais para se destacar”, analisa a executiva.

A gerente explica que as equipes de ciência de dados da iStock by Getty Images desenvolveram algoritmos que fazem exatamente isso. “Essa é uma das maneiras pelas quais a IA e o aprendizado de máquina podem fazer grandes coisas para ajudar os clientes a encontrar conteúdo que corresponda ao seu estilo visual. Quando entendemos o que torna uma imagem autêntica, podemos começar a ajudar os clientes de maneiras que não apenas os ajude a definir sua assinatura visual da marca, mas a encontrar a imagem certa que corresponde à história que eles querem contar”, esclarece.

Outros esforços visam a veiculação de imagens mais verdadeiras na publicidade. Além do já citado #ShowUs, também em 2019 o coletivo gaúcho Viva Voz, composto por cinco estudantes, desenvolveu a iniciativa Tem Que Ter. Trata-se de um banco de imagens que retrata LGBTs em cenas cotidianas e que tem como objetivo descontruir a visão preconceituosa e estereotipada. Pouco antes, em 2018, a Shade, uma agência de Nova York, criou o Nappy, um site com fotos em alta resolução de pessoas negras e 100% gratuito.

Propmark (17.02.20)


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