Facebook e Twitter: aumento de usuários e incertezas

4 de maio de 2020 às 11:34


Redes sociais reportam expansão de público e de faturamento, mas já enxergam a desaceleração da publicidade.

Istanbul, Turkey – December 15, 2018: Person holding a brand new Apple iPhone X with Facebook profile on the screen. Facebook is a social media online service for microblogging and networking, founded in February 4, 2004.

Na semana passada, Facebook e Twitter apresentaram os resultados financeiros do primeiro trimestre, que servem como um primeiro panorama de análise dos impactos da pandemia da Covid-19 nos negócios das grandes redes sociais. Os números divulgados pelas companhias indicam duas tendências que devem prevalecer pelos próximos meses: o número de usuários das redes sociais tende a crescer durante o período de isolamento social. Paradoxalmente, essa alta audiência não conseguirá deter a queda do faturamento publicitário.

O Facebook encerrou o primeiro trimestre com um faturamento de US$ 17,4 bilhões, um crescimento de 17% em comparação com os três primeiros meses de 2019. Ainda assim, em conferência com os investidores, o CEO da companhia, Mark Zuckerberg, demonstrou pouco otimismo em relação ao futuro.

“O impacto em nosso negócio tem sido significativo e continuo muito preocupado que a atual emergência de saúde e suas consequências econômicas, irão durar mais do que as pessoas estão prevendo atualmente”, disse Zuckerberg. A rede social declarou que mais pessoas estão utilizando seus serviços durante esse período. Segundo a empresa, 2,36 bilhões de usuários, em todo o mundo, estão conectados diariamente aos seus aplicativos (Facebook, Instagram e WhatsApp), o que representa um crescimento de 11% na comparação com o mesmo período do primeiro trimestre de 2019. Apenas o Facebook, principal marca da companhia, registrou um incremento de 11% em seu número de usuários diários.
O chief financial officer do Facebook, David Wehner, declarou que esse aumento de usuários diários impulsionou o número de impressões publicitárias, porque houve um maior inventário a ser comercializado. Essas impressões cresceram 39% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O preço dos anúncios, porém, teve uma queda de 16%, uma vez que muitos anunciantes também tiveram de rever seus investimentos em marketing e publicidade em meio à pandemia.

O Twitter também teve um início de ano de números positivos. A companhia registrou uma receita de US$ 808 milhões, número acima das expectativas dos investidores. Em quantidade de usuários, a rede social também cresceu: alcançou, no trimestre, a marca de 166 milhões de usuários diários ativos (no final de 2019, o Twitter contabilizada 152 milhões de usuários ativos). De acordo com os analistas, esse é o maior crescimento de usuários registrados pelo Twitter desde quando a companhia passou a relatar suas métricas, em 2016.

Assim como o Facebook e as demais redes sociais, no entanto, o Twitter também mostra que o aumento de usuários não representa, necessariamente, crescimento de receitas publicitárias. O faturamento comercial cresceu 3% no trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, em um movimento de retração de verbas por partes das marcas. Analisando apenas o período de 11 a 30 de março, a queda de faturamento publicitário no Twitter foi de 27%. O declínio foi notado, sobretudo, no mercado dos Estados Unidos.

Com informações do Advertising Age

Meio&Mensagem (04.05.20)


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