Enquanto hábitos de música retornam ao normal, consumo de podcasts no Spotify dobrou no último trimestre
30 de julho de 2020 às 17:00
Relatório trimestral da plataforma aponta ainda perdas na altura de 356 milhões de euros, mesmo com a manutenção do número de assinantes e usuários ativos.
por Pedro Strazza
O Spotify divulgou nesta quarta-feira (29) os primeiros resultados do último trimestre fiscal, que revelam que a aposta da companhia em podcasts continua a compensar. Embora o número de usuários ativos que ouvem os programas tenha crescido apenas entre 19% e 21%, o relatório mostra que a quantidade de conteúdo da área consumido por este público mais do que dobrou nos últimos meses, um indício de que a plataforma solidificou a presença de parte da audiência em seu ecossistema.
A notícia é ótima para os planos de publicidade da companhia com os podcasts, mesmo que esta fonte de renda ainda represente um porcentual menor na receita. Como nos meses anteriores, o Spotify manteve uma agenda de investimentos e expansões na área neste trimestre que culminou no acordo de exclusividade com o programa de Joe Rogan, a estreia do podcast de Michelle Obama e o negócio para a produção de originais exclusivos inspirados em personagens da DC Comics. Houveram muitas atualizações que aumentaram a presença dos podcasts na plataforma, incluindo a ferramenta de vídeo e as listas de mais escutados.
O crescimento dos podcasts também chega num momento em que o Spotify começa a ver seu negócio retornar à normalidade pré-pandemia. Embora a companhia relate perdas da altura dos 356 milhões de euros durante estes três meses, houve um aumento de 29% no número de usuários ativos na plataforma em relação a 2019, o que na prática significa que o serviço agora conta com 299 milhões de assinantes que diariamente utilizam o streaming.
O mais interessante, porém, é a constatação de que os hábitos de consumo estão mudando mais uma vez. Se no relatório anterior o Spotify chegou a comentar que “todo dia agora parece o fim de semana”, a partir do fim de junho a companhia relata que as horas de consumo da plataforma voltaram aos índices anteriores ao distanciamento social nas regiões do mundo onde a pandemia está sob controle – na Europa e na Ásia, ou seja. A América Latina, por sua vez, vive um momento esquizofrênico: ainda que a região possua um dos maiores índices de crescimento do globo (33% na taxa anual de aumento do número de assinantes), o continente neste trimestre apresentou máximas de consumo que estão ainda 6% abaixo do habitual.
Fonte: B9