Dia das Mães divide opiniões entre comércio e governo de SP

29 de abril de 2020 às 11:49


Governador João Doria sugeriu mudança na data para agosto devido a pandemia, mas associações defendem antecipação da reabertura do comércio

Por Danúbia Paraizo

Dia das Mães será comemorado no próximo dia 10 de maio.

Representantes do comércio foram surpreendidos na semana passada com a fala do governador do estado de São Paulo, João Doria, após ter sugerido que o Dia das Mães fosse postergado para a última semana de agosto. A medida teria como objetivo evitar prejuízos aos comerciantes, uma vez que as pessoas estarão em isolamento social, e portanto, não podem ir às ruas fazer as compras para data. O comércio, por sua vez, também está restrito para serviços essenciais.

A sugestão de Doria, no entanto, não foi bem recebida pelas entidades representativas. Em nota oficial, a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) defenderam a manutenção do Dia das Mães tradicionalmente celebrado no segundo domingo de maio, que neste ano, está marcado para o próximo dia 10.

As entidades defendem ainda o início da flexibilização do isolamento a partir do dia 1 de maio, Dia do Trabalhador, como forma de minimizar os impactos negativos para a data no comércio. Vale ressaltar que o Dia das Mães é a segunda mais importante para o segmento, atrás apenas do Natal. “O Dia das Mães foi uma das razões pelas quais sugerimos ao nosso governador iniciar a flexibilização para o Dia 1º de maio. A decisão dele em reabrir o comércio somente em 11 de maio vai levar os comerciantes a terem uma dificuldade em aproveitar essa data”, diz Alfredo Cotait Neto, presidente da Facesp e da ACSP

Nesta segunda-feira (27), no entanto, Doria descartou qualquer possibilidade de antecipar a reabertura do comércio, algo também apoiado pela prefeitura da cidade de São Paulo. Durante coletiva de imprensa, declarou que “não há exceção. Não houve para a Páscoa, não terá para o Dia das Mães. Teremos uma quarentena obrigatória até o dia 10 de maio, a não ser serviços essenciais. Os demais podem atender online”. O governador ressaltou ainda que tem “certeza que todas as pessoas saberão compreender, aquelas que ainda têm suas mães, que é melhor proteger do que colocar em risco”.

De acordo com estimativa das entidades, a queda no movimento das vendas do Dia das Mães pode ultrapassar 90%, caso o comércio ainda se mantenha fechado. Também por meio de nota oficial, a FecomercioSP se manifestou contrária a postergação da data. A entidade categorizou como “superficial” a sugestão do governo. “O ideal seria o poder público focar na injeção de mais recursos às linhas de crédito apresentadas, principalmente ao micro e pequeno empresário, e no detalhamento do plano de reativação da economia paulista”.

A federação declarou ainda que a mudança no calendário afetaria ainda o Dia dos Pais. “Essa proximidade pode atrapalhar o desempenho das vendas das duas comemorações e comprometer até mesmo o faturamento de outras datas já consolidadas no segundo semestre como a Black Friday, por exemplo, já que o poder de compra dos consumidores estaria comprometido com mais de uma comemoração em um curto espaço de tempo”.

PropMark (29.04.20)


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