Como será medido o desempenho de anúncios na Netflix?
21 de outubro de 2022 às 13:58
Executiva da Integral Ad Science, empresa parceira da plataforma que fará a verificação de campanhas, comenta metodologia e importância da transparência para anunciantes
Giovana Oréfice
Na última quinta-feira, 13, a Netflix realizou coletiva de imprensa global para oficializar o lançamento de seu novo plano de assinatura suportado por anúncios.
A estratégia da plataforma inaugura novo momento para o mercado publicitário ,colocando à frente dos anunciantes uma opção de canal de veiculação de anúncios a partir da segmentação de audiência e garantia de exibição segura.
A nova empreitada da gigante do streaming não está sendo construída apenas com a ajuda dos anunciantes que desejam anunciar no meio. Em julho, a Netflix anunciou que a Microsoft foi a empresa escolhida como parceira de publicidade e, na semana passada, confirmou que também vai trabalhar ao lado da Integral Ad Science (IAS) e da DoubleVerify para medir a visibilidade dos anúncios.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, Marcia Byrne, managing director da América Latina para a IAS, aponta que a missão da companhia será garantir que os anunciantes só rodem campanhas em ambientes qualificados – aquela livre de fraudes e de bots, em contexto seguro. “Sem verificação, é possível que percentual muito grande de todas as verbas publicitárias seja, literalmente, jogado no lixo”, comenta Marcia. “Por isso, a Netflix resolveu fazer acordo com empresa de verificação, porque, obviamente, querem começar fazendo certo e entregando o inventário deles em modo o mais qualificado possível”, completa a diretora.
Durante comunicado à imprensa, a plataforma afirmou que estavam próximos do sold out do inventário de anúncios. Nos Estados Unidos, o fato se concretizou, segundo a executiva da IAS.
Metodologia e transparência dos anúncios na Netflix
A Integral Ad Science já atende plataformas de streaming, como a Hulu, e emprega diferentes metodologias. Alguns são os firewalls e os walled gardens, que consiste em qualquer plataforma ou ecossistema em que o provedor tecnológico tenha controle sobre o hardware, apps ou até mesmo conteúdo.
Para a Netflix em específico, a IAS se baseará na Xandr, plataforma adserver adquirida pela Microsoft recentemente. A Xandr abrigará o inventário publicitário da gigante de streaming. As campanhas de anunciantes serão tagueadas com o código da IAS para apresentar o percentual de verificação de visibilidade e tráfego inválido dos anúncios. Os resultados iniciais, que serão apresentados no primeiro trimestre de 2023, podem ser de bots ou de search ads e search platforms, considerados menos danosos.
A Netflix ainda não divulgou oficialmente quais informações serão cedidas às empresas parceiras para que as análises sejam feitas. Contudo, afirmaram preocupar-se com a privacidade de seus usuários e que deverá divulgar aos anunciantes dados como ano de nascimento e gênero dos membros.
“Em inventário como de TV conectada (CTV), que é muito qualificado e muito caro, é onde eles [bots] querem estar para fazer a maior quantidade de dinheiro no menor tempo possível”, descreve Marcia. Ela explica que o CPM de CTV tem o maior custo do mercado, que gira entre US$ 30 e US$ 40. Isso representa um valor três vezes mais caro do que aqueles de TV linear, display e digital. “Os anunciantes pagam preço muito premium para estarem dentro desse CTV sem poder não ter ferramentas que deem controle, transparência e segurança total de que realmente estão com conteúdo livre”, acrescenta.
A executiva classifica que as empresas estão com enorme expectativa em estarem presentes nesse momento em que o streaming se apresenta como mais uma opção em seus planos de mídia e que, no longo prazo, o mercado deverá ser educado sobre as métricas e inteligência de dados em TV conectada. “A IAS só é válida caso os dados que fornecemos sejam utilizados para fazer a otimização das campanhas”, finaliza Marcia.
Fonte: Meio&Mensagem