Como o áudio marketing está avançando no Brasil?

13 de janeiro de 2022 às 15:52


Para analistas, estratégia é uma ferramenta para gerar retenção e proximidade para com os usuários

Taís Farias

No ano passado, uma pesquisa desenvolvida pela Voozer, empresa de posts em áudio, apontou que, entre as pessoas que acessam a pelo menos um conteúdo em texto na internet por dia, 72% afirmam não ler tudo o que gostariam. A principal razão para isso seria o dilema entre excesso de informação disponível e falta de tempo por parte dos usuários. É exatamente com essa premissa que muitas companhias vêm investindo no áudio marketing para suprir a necessidade de informar de forma rápida e que possa ser associada a outras atividades do dia a dia do consumidor.

Podcasts são um dos principais formatos usados pelo áudio marketing (Crédito: everything bagel/shutterstock)

Além de atender o consumidor multitarefas, o áudio também é uma ferramenta de aproximação. Como explica Lucas Rocha, sócio da Elévon. “Além desta questão de praticidade e tempo, o áudio marketing humaniza o conteúdo das marcas. A sensação é de estar conversando com aquela pessoa que é uma grande referência para o cliente. Isso cria relações de confiança e aproxima muito o cliente final da marca”, explica.

Dentro os formatos de áudio que se alinharam às estratégias de marketing, o podcast é o destaque. No ano passado, empresas como Azul Linhas Aéreas, Sanofi Pasteur, Natura Musical, Heineken e Tetra Pak começaram a investir nesse formato. “As marcas estão buscando ocupar seus territórios e conquistar protagonismo de fala dentro dos segmentos que conversam com seus consumidores. No podcast elas encontraram uma mídia que além de agregar valor, distribuir conhecimento e se aproximar do público, gera relevância para a marca”, aposta Marcos Chehab, CEO da Pod360.

Mas, para além dos podcasts, outros formatos vêm ganhando espaço como a narração de blogposts em áudio, audiobooks e áudios via Whatsapp e Telegram. Enquanto as narrações de blogposts ajudam nas métricas de SEO e geração de leads dos sites, impactando positivamente no funil de marketing, os áudios em canais fechados são uma alternativa de fácil consumo e vem se popularizando em setores como o financeiro.

Dados e futuro

Assim como em outras estratégias, o áudio marketing se torna mais atrativo ao ser munido por dados. O engajamento com o conteúdo é, hoje, o principal indicador dentro da cadeia de criação. As plataformas de áudio disponibilizam métricas de alcance, tempo de escuta, downloads, compartilhamentos, além de insights personalizados e ferramentas específicas para os anúncios.

Segundo o sócio da Elévon, há ainda mais oportunidades ao encarar o universo da busca em áudio. “As empresas terão o desafio de entender, e para isso os dados serão essenciais, não apenas os dados de consumo de seus conteúdos de áudio, mas também como é o comportamento de pesquisa por voz dos usuários. Estes dados, impactarão inclusive nos conteúdos de vídeo e de texto, não apenas nos conteúdos de áudio. Hoje existe um esforço gigantesco para entender as pesquisas de texto, principalmente no Google. Isso impacta nas palavras-chave a serem patrocinadas, no conteúdo que irá para o blog, nos ajustes de SEO”, explica.

Esse cenário somado ao avanço de tecnologias emergentes cria um futuro otimista para o áudio marketing. “Com a chegada do 5G e a popularização de aparelhos conectados, as aplicações estão deixando de utilizar interfaces touch para utilizar o áudio, como já são operados a maioria dos smart speakers, por exemplo. O áudio está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, o que favorece a criação de conteúdos e soluções no formato”, aposta o CEO da Pod360.

“O áudio tem muito fit com o novo comportamento de consumo de conteúdo na internet, cabe às empresas entenderem como criar algo relevante nestes novos canais para tirar proveito disto”, defende Lucas Rocha.

*Crédito da foto no topo: LightField Studios/shutterstock

Fonte: Meio&Mensagem


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