Com Eletromidia, CPTM prevê arrecadar mais de R$ 400 mi
14 de fevereiro de 2020 às 13:39
Empresa passa a comercializar 100% da mídia nos trens e estações de todas as linhas; contrato é válido por 10 anos.
Nesta sexta-feira, 14, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Eletromidia assinaram um acordo de exploração publicitária dos ambientes dos trens, plataformas e estações pelos próximos dez anos. A empresa de mídia out-of-home foi a vencedora de um pregão realizado pela companhia, que contou também com a participação da Cemusa (JCDecaux).
A empresa de mídia exterior já era parceira da companhia de transportes desde 2011. O novo contrato assinado, porém, apresenta algumas novidades em relação aos acordos anteriores. Antes, a Eletromidia já comercializava boa parte dos espaços publicitários no ambiente dos trens e estações, mas alguns ativos ainda estavam sob a administração da própria CPTM. A partir de agora, a negociação de veiculação publicitária em 100% dos espaços disponíveis nas estações, plataformas e trens será de responsabilidade da Eletromidia. “Agora, o contrato abrange todas as modalidades de mídia no ambiente dos trens e, também, traz diferenças na remuneração”, explica Eduardo Jorge Pereira, diretor de planejamento e novos negócios da CPTM.
Sobre a questão financeira, o diretor comenta que um dos principais pontos desse novo contrato é o pagamento de uma outorga inicial, no valor de R$ 109,5 milhões. Esse montante será pago pela Eletromidia à CPTM em um prazo máximo de 15 dias após a assinatura do contrato.
A exploração publicitária renderá bem mais para a companhia de transportes. Ao longo dos próximos dez anos, a empresa de mídia repassará para a CPTM 35% de toda a receita bruta obtida com a comercialização de publicidade nos ambientes de trens e estações. Para esse pagamento, o contrato estabelece uma remuneração mínima garantida de R$ 270,8 milhões. Caso o percentual arrecadado com publicidade ultrapasse essa quantia, as receitas repassadas à CPTM serão ampliadas, sempre correspondendo a 35% do total.
Além de comercializar os espaços publicitários em todas as linhas da CPTM, a Eletromídia também será obrigada a investir na modernização e manutenção dos equipamentos de mídia. “O contrato prevê o destino de R$ 25 milhões para a modernização do aparato digital, tanto de monitores quanto de peças estáticas. A Eletromídia também pode propor a criação e instalação de outros ativos à companhia”, comenta Pereira.
Considerado o pagamento da outorga inicial, a remuneração mínima garantida e o investimento na modernização das peças publicitárias, a CPTM chega a um valor total de R$ 405 milhões no contrato. “Não lembro de ter visto um contrato dessa dimensão financeira”, ressalta o porta-voz.
Serviços e publicidade
Além de veicular as mensagens de marcas que queiram se comunicar com os mais de 3 milhões de passageiros que circulam pelos trens da CPTM diariamente, a Eletromídia também auxiliará a companhia a ampliar a prestação de serviços aos passageiros. No contrato, está prevista a instalação de monitores e painéis com informações sobre o próprio sistema de transportes. A instalação dessas peças deve ocorrer em um período máximo de seis meses.
Na opinião do diretor, a receita oriunda da exploração publicitária ganha cada vez mais importância no panorama das companhias de transportes. “As receitas acessórias, que são aquelas que não provém da cobrança das tarifas, já são uma realidade em boa parte do mundo. Isso permite uma melhoria nos serviços prestados aos passageiros”, afirma.
Meio & Mensagem (14.02.20)