Chegada de novos players aquece concorrência no streaming

10 de agosto de 2020 às 14:06


Netflix lidera mercado, seguida pela Amazon Prime, que saltou da quarta posição no país; estreia da Disney Plus promete movimentar negócios

Por Alisson Fernández

Fonte: PropMark


A maioria das indústrias ainda enfrenta desafios com o atual cenário imposto pela Covid-19. No entanto, as empresas de streaming audiovisual observaram bons resultados. Com cinemas, festivais e teatros fechados, as pessoas encontram nas plataformas de vídeos uma opção de entretenimento durante a quarentena.

A Netflix, pioneira no segmento, presenciou um crescimento significativo no primeiro semestre do ano, com 26 milhões de novas assinaturas pagas. Em 2019, no mesmo período, a plataforma havia conquistado 12 milhões de usuários. “No segundo trimestre, a receita cresceu 25%, enquanto o lucro operacional trimestral ultrapassou US$ 1 bilhão. No entanto, esperamos menos crescimento para o segundo semestre de 2020 em comparação com o ano anterior, pois os consumidores estão superando o choque inicial das restrições cívicas e sociais”, revelou Reed Hastings, cofundador e CEO da Netflix, em sua última carta divulgada aos acionistas.

Isolamento social na pandemia motivou que muitos brasileiros buscassem pelos serviços de vídeo no streaming (Foto: Mollie Sivaram / Unsplash)


Em janeiro, a Amazon informou, em comunicado oficial, que a plataforma Prime Video já detinha mais de 150 milhões de assinantes em todo o mundo. Segundo dados do guia de streaming Just Watch, as ofertas no Brasil, que oferecem pacotes por R$ 9,90, fizeram a companhia saltar do quarto lugar para a segunda posição, com 23% de participação no mercado, ficando atrás apenas da Netflix. Vale ressaltar que o crescimento da plataforma também foi impulsionado pelos conteúdos da Disney, pois a companhia realizou uma parceria com o estúdio na América Latina, que deve ir até setembro.

Quando o assunto é a The Walt Disney Company, a chegada da Disney Plus ao Brasil promete deixar o mercado de streaming ainda mais competitivo.
A empresa chegou a anunciar que a estreia ocorreria em novembro deste ano, mas um burburinho nas redes sociais fez o lançamento ser questionado. A informação seria de que a Claro havia denunciado a plataforma à Anatel, alegando que companhia não possui produções nacionais e, assim, não estaria de acordo com a Lei da TV Paga, que estabelece cotas de conteúdos produzidos no país. Porém, vale lembrar que ainda não ficou decidido se é a Anatel ou a Ancine que cuidará das regras do setor.

Para melhorar a qualidade dos serviços e trazer novos filmes e programas para o seu catálogo, a Netflix já prepara novidades para o terceiro trimestre como novas temporadas de Stranger Things e La Casa de Papel. “Retomamos lentamente as produções em muitas partes do mundo. Embora tenhamos restabelecido recentemente a produção de dois filmes na Califórnia e dois projetos de animação em stop-motion no Oregon, esperamos que mais produções nos EUA sejam iniciadas neste trimestre. Em alguns locais do mundo, como a Índia e parte da América Latina, a retomada é mais desafiadora e esperamos reiniciar no fim do ano nessas regiões”, ressalta Hastings.

Ainda segundo o executivo, a programação para este ano segue sem alterações. “Nossos planos para 2020 de lançar programas e filmes originais continuam em grande parte intactos. A pandemia e as pausas na produção estão afetando nossos concorrentes e fornecedores da mesma forma. Com nossa grande biblioteca de títulos acreditamos que a satisfação de nossos usuários permanecerá alta”, diz.

Com grandes empresas digitais e de entretenimento apostando nos próprios serviços de streaming, a Netflix, líder no segmento, salienta que não se preocupa com a concorrência. “Em vez de nos preocuparmos com todos esses concorrentes, continuamos mantendo nossa estratégia de tentar melhorar nosso serviço e conteúdo a cada trimestre e mais rapidamente do que eles. Nosso forte crescimento contínuo é uma prova dessa abordagem e do tamanho do mercado de entretenimento”, finaliza Hastings.


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