Por Que Precisamos Falar de Menopausa no Trabalho

18 de outubro de 2024 às 11:12


Até 2030, a população mundial de mulheres na menopausa e pós-menopausa deverá chegar a 1,2 bilhão; grandes empresas começam a entender a urgência de abordar o tema

Em um movimento novo no mercado de trabalho, empresas estão começando a apoiar as mulheres durante uma das fases mais marcantes da vida: a menopausa. Muitas companhias perceberam que criar um ambiente de trabalho inclusivo para as mulheres especialmente nessa fase inevitável da vida é não apenas um imperativo moral, mas também uma necessidade estratégica.

A menopausa impacta metade da população por uma parte significativa da vida. Até 2025, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo estarão na menopausa. Esse período, marcado por mudanças hormonais e ajustes fisiológicos, pode afetar significativamente a trajetória profissional, especialmente se continuar sendo um tabu no mercado.

Historicamente, a menopausa foi considerada um tema relevante apenas para mulheres mais velhas. Mas a realidade é que o climatério, período de transição que antecede e sucede a menopausa, começa, em média, aos 45 anos para a maioria das mulheres. Além disso, coincide com o momento em que muitas estão assumindo (e até deixando) posições de liderança, o que impacta não apenas as profissionais, mas o mercado de trabalho como um todo.

Neste Dia da Menopausa (17), entenda o que as companhias podem fazer (e como muitas já estão se movimentando) para abordar o tema e tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo.

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Evitar o tema da menopausa no ambiente de trabalho pode levar à saída de lideranças femininas

O impacto da menopausa na economia
Poucas condições rivalizam com a menopausa em termos de prevalência e previsibilidade; apenas diabetes e câncer se aproximam, embora nenhuma afete uma parte tão significativa da população. Só nos Estados Unidos, o impacto econômico da menopausa chega a mais de US$ 26,6 bilhões (R$ 150,9 bilhões), segundo estudo da Mayo Clinic. Esse valor engloba custos diretos com saúde e indiretos resultantes da perda de produtividade e absenteísmo.

Uma parte desses efeitos financeiros — aproximadamente US$ 1,8 bilhões (R$ 10,2 bilhões) — pode ser atribuída à perda de produtividade. Os sintomas da menopausa, que vão de ondas de calor a mudanças de humor, podem afetar o desempenho no trabalho, especialmente se esses quadros não forem identificados e tratados.

Kate Renwick-Espinosa, presidente da VSP Vision Care, uma das maiores empresas de planos de saúde oftalmológico dos EUA, ressalta o papel da liderança em ajudar as mulheres a atravessar esse momento da melhor forma, dentro e fora do trabalho. “Como líderes, é essencial reconhecer os desafios invisíveis que nossos colaboradores podem enfrentar durante as transições da vida.”

O efeito contrário disso resulta na saída de mulheres do mercado de trabalho em um momento que muitas vezes coincide com o auge das carreiras femininas. Nos EUA, 1 em cada 10 mulheres deixa seu emprego devido a sintomas da menopausa que interferem na sua vida cotidiana, de acordo com pesquisa da Mira, plataforma de rastreamento de fertilidade. Essas profissionais, muitas vezes em cargos seniores, têm grandes responsabilidades, e sua ausência pode impactar a estrutura e as operações do negócio. Os dados deixam claro a urgência de as organizações abordarem os desafios relacionados à menopausa e oferecerem suporte às mulheres.

Grandes organizações, principalmente nos Estados Unidos e Europa, estão começando a garantir não só que haja espaço para falar sobre o assunto, mas que as mulheres tenham licenças e outros benefícios relacionados a esse momento da vida. “As empresas precisam abrir espaço para que as mulheres falem livremente sobre seus sintomas. O silêncio não ajuda ninguém. Os gerentes podem abrir o diálogo por meio do aprendizado”, aconselha Dr. Nick Panay, presidente da Sociedade Internacional de Menopausa.

A gigante química Quaker Houghton desenhou uma campanha de conscientização, mudou o tecido dos uniformes das mulheres nas fábricas, adicionou dispensers de água e criou políticas que permitem que as funcionárias tenham flexibilidade no trabalho durante os sintomas.

Entre outras iniciativas, o Banco da Irlanda passou a oferecer licença remunerada de 10 dias por ano para as funcionárias com sintomas físicos ou psicológicos relacionados à menopausa. Assim como a varejista britânica ASOS, que anunciou que suas funcionárias teriam flexibilidade no trabalho e poderiam pedir licença sem aviso prévio ou trabalhar de casa.

Os impactos do tabu no trabalho
Políticas de igualdade e flexibilidade no ambiente de trabalho impulsionam as mulheres a alcançar posições mais altas. A menopausa geralmente coincide com um momento importante da carreira das mulheres, tipicamente entre os 45 e 55 anos. E como essa fase da vida geralmente dura entre 7 e 14 anos (com a persistência de alguns sintomas por período indefinido), milhões de mulheres no pós-menopausa assumem cargos de liderança enquanto experimentam uma série de sintomas.

O estudo Mulheres no Local de Trabalho, da McKinsey, lança luz sobre um aspecto frequentemente negligenciado da experiência da menopausa no trabalho: as microagressões. Essas formas sutis de preconceito, como comentários depreciativos, piadas ou atitudes arrogantes, banalizam as experiências físicas e emocionais associadas à menopausa.

Segundo a pesquisa, muitas mulheres se autoprotegem no trabalho por medo de serem vistas como fracas ou vulneráveis, o que também acaba impedindo que compartilhem suas experiências e necessidades abertamente. Consequentemente, as profissionais podem evitar discutir os sintomas da menopausa por receio de julgamento ou equívocos sobre sua competência.

Millennials na perimenopausa
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2021, as mulheres com 50 anos ou mais representavam 26% de todas as mulheres e meninas no mundo, um aumento em relação aos 22% de uma década antes. Agora, uma nova geração está entrando nessa fase da vida: as millennials.

Essa geração agora enfrenta a perimenopausa — o estágio anterior à menopausa — que pode começar já no final dos 30 ou início dos 40 anos. É durante esse período de transição que os efeitos das ondas de calor e da instabilidade emocional podem ser mais intensos e debilitantes.

Desde que entraram no mercado de trabalho, as millenials ficaram conhecidas por priorizar fatores como saúde mental e física, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e uma cultura de trabalho colaborativa. À medida que navegam pela perimenopausa, suas expectativas em relação aos empregadores vão além dos benefícios tradicionais. Elas buscam locais de trabalho que entendam e acomodem as experiências únicas e os desafios que acompanham a menopausa.

“Dado o tamanho e a gravidade do desafio, há surpreendentemente poucos recursos confiáveis disponíveis para as mulheres”, diz Deborah Anderson-Bialis, cofundadora e CEO da Inflection. “Por meio da educação, as mulheres se sentem seguras para obter os cuidados de que precisam e participar ativamente da tomada de decisão com seus médicos. Muitas das organizações consideradas Melhores Empresas para Trabalhar lideram o caminho com um suporte mais holístico à menopausa.”

Papel das empresas
A medicina carece de uma abordagem holística para tratar a menopausa — a maioria dos programas de residência médica oferece pouca ou nenhuma instrução sobre como ajudar os pacientes a abordarem o tema. Essa lacuna leva as mulheres a buscarem informações e conselhos fora dos sistemas de saúde tradicionais.

Ao promover conversas abertas por meio de webinars, workshops e sessões informativas, as empresas podem quebrar o estigma, normalizar discussões sobre essa fase e criar uma rede de apoio para mulheres em todos os estágios da carreira.

Conscientização: Mulheres mais jovens precisam de informações precisas sobre a menopausa. Ao discuti-la abertamente, elas podem entender melhor o que esperar e como lidar com os sintomas quando o momento chegar.

Preparação: Quando as funcionárias mais jovens estão cientes da menopausa, podem se preparar. Essa abordagem proativa reduz o medo e a ansiedade associados ao desconhecido. Por exemplo, muitas mulheres são erroneamente levadas a acreditar que seus episódios de “névoa mental” são precursores de Alzheimer ou demência.

Redes de apoio: Grupos de liderança feminina podem criar redes de apoio que permitem às mulheres compartilhar experiências, buscar conselhos e aprender umas com as outras. Colegas mais velhas podem oferecer insights, enquanto as mais jovens trazem novas perspectivas.

À medida que se prioriza o bem-estar dos profissionais nas estratégias de negócios, a falta de suporte à menopausa ainda continua como uma lacuna persistente. Enfrentar essas necessidades não é apenas uma consideração de RH, e sim um aspecto importante da liderança. Envolver todos os executivos é um imperativo estratégico para alinhar o compromisso desde as metas ESG até a criação de um ambiente inclusivo que reconheça e atenda ativamente os desafios da menopausa e de outros momentos e necessidades dos profissionais.

Ao priorizar a menopausa como um aspecto-chave do bem-estar e da produtividade das mulheres, as organizações podem reter profissionais experientes e líderes no auge das suas carreiras e impulsionar as novas gerações de lideranças femininas.

*Mary Tinebra é membro da C200, associação das principais mulheres empresárias corporativas e empreendedoras do mundo. Ela liderou equipes na criação de estratégias de recursos humanos de classe mundial e tem um histórico de otimizar a interseção entre as necessidades dos funcionários e a tecnologia. Atualmente, Mary atua como dirigente da Inflection, uma plataforma global líder em educação digital na área de saúde.

Fonte: Forbes

Influenciadores virtuais alcançam altas taxas de engajamento e interessam marcas

às 11:06


O Marketing digital está passando por uma transformação marcante com o crescimento dos influenciadores virtuais, que já começam a superar seus pares humanos em termos de engajamento. Personalidades criadas com o auxílio da inteligência artificial estão atingindo taxas de engajamento de até 6,5%, conforme apontam dados de uma pesquisa divulgada pelo HypeAuditor.

O dado ressalta o avanço da nova geração de influenciadores digitais e escancara o interesse da indústria nas benesses da tecnologia. Com a vantagem de não enfrentarem limitações humanas, como cansaço ou controvérsias, as personalidades virtuais oferecem uma alternativa confiável e eficiente para empresas, permitindo campanhas publicitárias contínuas e sem interrupções.

Na avaliação de Luiz Guardieiro, Diretor de Receita da P3, os influenciadores virtuais não são apenas uma moda passageira, mas uma realidade que está moldando o futuro do Marketing digital. Neste panorama, marcas que buscam maior controle sobre suas campanhas e querem evitar riscos estão cada vez mais investindo nesses personagens digitais, que podem ser programados para atender a necessidades específicas.

Por outro lado, a questão da autenticidade e da conexão emocional permanece em aberto. O Diretor ressalta que muitas marcas e consumidores ainda preferem interações com influenciadores humanos, pois estes são capazes de abordar as experiências de vida e as vulnerabilidades que geram vínculos emocionais genuínos com o público.

Com o avanço da tecnologia e a criação de personagens cada vez mais realistas, o debate sobre a ética e os impactos dessa substituição no Marketing tende a crescer. Por enquanto, os influenciadores virtuais se apresentam como uma solução eficiente para as empresas, ao mesmo tempo em que desafiam os influenciadores humanos a manterem sua relevância em um cenário de rápida evolução tecnológica.

Fonte: Mundo do Marketing

Ian Cândido

Em upfront, Globo dá ênfase às métricas e celebra 100 anos do grupo

às 11:01


Empresa apresenta nova opção de assinatura para Globoplay, aposta na TV 3.0 e mostra descontentamento com dados “confusos” que circulam no mercado

Anualmente, em outubro, a Globo realiza seu upfront para apresentar novidades de ads e da programação para o mercado publicitário, além de celebrar conquistas do último ano. Na edição 2024 do evento, a empresa revelou uma nova assinatura para Globoplay sem anúncios, estreia de programas e frisou um esforço maior em discutir métricas.

Manzar Feres e Paulo Marinho enfatizaram preparo da empresa para o futuro (Crédito: Daniela Toviansky/Globo)

Receita publicitária e novidades de ads

O Globoplay que, até então, contava com uma única assinatura com anúncios, agora terá duas versões. A partir de 4 de novembro, o usuário poderá adquirir uma assinatura mais acessível com anúncios — denominada plano padrão com anúncios; ou optar por um pacote mais caro, mas sem publicidade. “É um ajuste ao desejo do consumidor e à democratização”, esclarece Manzar Feres, diretora de negócios da Globo. A executiva relata que a plataforma cresce ano a ano em publicidade e assinaturas.

Adicionalmente,  Globoplay acrescenta ao seu portfólio de anúncios o Frame Ads, formato já utilizado na TV aberta na qual o conteúdo segue em exibição, mas divide espaço com anúncios no formato de um L. Ele faz parte de uma série de formatos menos intrusivos em que a empresa investe para evitar que o consumidor pule a publicidade. “Mantemos o foco em ser menos intrusivos e oferecer uma experiência melhor para o consumidor”, diz.

No evento, a empresa relembrou o público de dois outros formatos imersivos: o Pause Ads, que se trata de anúncios que aparecem quando o usuário pausa o conteúdo que assiste; e o Binge Ads, formato que aparece enquanto o usuário aguarda a exibição de um próximo capítulo. O grupo apresentou tais formatos no upfront do ano anterior.

Com exceção do pós-pandemia, a Globo afirma que 2024 já apresenta o maior crescimento de receita publicitário da empresa dos últimos 12 anos, sobretudo no digital, onde afirma crescer dois dígitos acima do mercado.

Ainda se tratando de novidades comerciais, o Receitas.com passa a integrar os pacotes comerciais relacionados a gastronomia. A marca que adquirir espaço em programas de culinária também terá sua mensagem veiculada no portal. Já no Carnaval, a emissora irá comercializar cotas regionais.

Ênfase nas métricas existentes e foco em novas métricas

Em luz das discussões recentes envolvendo métricas, a Globo dará ênfase às métricas auditadas e seu poder de alcance uma pauta nas tratativas com o mercado. Na semana passada, a Globo contestou dados de audiência divulgados pelo YouTube. Antes disso, em abril, associações do mercado de comunicação publicaram uma carta repudiando a adoção unilateral de integração de métricas de audiência do meio TV e das plataformas digitais. A carta se referia à comparação entre dados da internet e os da televisão.

No evento, a empresa reforçou o compromisso com métricas transparentes. “Na última semana, houve dados enviesados, recortes que não representam a realidade. Vamos continuar lutando contra fake news e contra métricas confusas, que não ajudam o mercado e os anunciantes. Acreditamos que um mercado transparente é o melhor caminho para o Brasil, para a publicidade brasileira e para os anunciantes”, argumenta.

Conforme Manzar, ainda é complexo criar modelos de atribuição a cada plataforma de veículos. Assim, o grupo trabalha junto às associações do mercado para propor novas métricas cruzadas entre plataformas. Além disso, a empresa irá ampliar esforços na comunicação, produzindo estudos sobre o assunto e sendo mais vocal a respeito do seu alcance.

“Sempre fomos mais discretos como grupo. Sempre apostamos que todos estavam fazendo a coisa certa. Se encontrarmos muitas fake news, vamos responder com os fatos”, declara.

Em sua fala, durante o evento, Manzar celebrou o legado do publicitário Washington Olivetto, que faleceu no domingo, 13.

TV 3.0

Durante sua apresentação, a Globo destacou os investimentos na TV 3.0, novo padrão televisivo que combina a infraestrutura de transmissão via antena da TV tradicional aos formatos de anúncios interativos, segmentados e “shoppable” da TV conectada. Segundo Manzar, a união desses dois universos cria sincronicidade, simultaneidade e interatividade.

“A TV conectada é um ambiente logado. Posso transmitir uma única mensagem para várias pessoas e posso segmentar. Ela vai ser gratuita, chegar no Brasil todo e democrática, além da experiência de vídeo e áudio ser superior”, diz Manzar.

A Globo já faz demonstrações da TV 3.0 internamente e para parceiros. A emissora afirma que já conta com parque televisivo no Rio de Janeiro e São Paulo preparado para o lançamento da TV 3.0. A expectativa do grupo é que a regulamentação seja lançada em 2025. A partir disso, a empresa instalará infraestrutura no restante do País.

Segundo a executiva, a TV 3.0 vai mudar a forma de firmar negócios na televisão. “Para anunciantes a possibilidade de fazer funil completo com novos formatos, segmentação e relevância contextual”, disse, no evento.

Aniversário do Grupo Globo, TV Globo e Globoplay

Em 2025, o Grupo Globo celebra alguns marcos temporais. O Grupo Globo completa um século, a TV Globo faz 60 anos e o Globoplay chega a uma década. Ao Meio & Mensagem, a diretora conta que a empresa celebrará as datas com uma grade de programação especiais, incluindo grandes shows.

Antes da data do centenário do grupo, celebrada em 29 de junho, a emissora exibirá uma série documental sobre os cem anos. Em 25 de abril, a TV Globo iniciará uma maratona de 60 horas de programas celebrando os marcos. Já na noite seguinte ao centenário, a empresa exibirá uma programação ao vivo das cidades cenográficas dos estúdios. Essa programação incluirá o maior palco criado para transmissão.

Os marcos servem como subterfúgio para celebrar o poder de adaptação à tendências tecnológicas e sociais e reforçar seu posicionamento como casa do conteúdo brasileiro.

“Vamos continuar investindo fortemente em conteúdo, em tecnologia, em inovação e em novos negócios, oferecendo uma proposta de valor ao mercado cada vez mais potente, completa e diversificada. Reafirmo o nosso compromisso de contar novas histórias, de deixar um legado de criatividade, qualidade e integridade. Aproximando os múltiplos Brasis que formam o nosso País”, dividiu Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo.

The Masked Singer, apresentado por Eliana, será temático em homenagem aos 60 anos da TV Globo. Os mascarados e as músicas farão alusão às novelas da emissora. O programa terá Belo, Sabrina Sato, Tatá Werneck e Tony Ramos como jurados.

Novos programas

A emissora aproveitou o Upfront para anunciar novos conteúdos em suas grades e no Globoplay. Diogo Nogueira irá estrelar o programa de gastronomia Diogo na Cozinha no qual receberá convidados. O programa será exibido no GNT e Globoplay.

A Globo importará o formato reality Next Level Chef, liderado pelo britânico Gordon Ramsay. Ana Maria Braga comandará a atração no Brasil, que ganha o horário nobre. O programa será produzido inteiramente nos estúdios Globo.

A empresa ainda traz de volta o projeto Amigos, mas com artistas mulheres do sertanejo.

Além disso, a Globo deu mais detalhes para programas já anunciados. A emissora apresentou a atriz Debora Bloch como interprete de Odete Roitman no remake de Vale Tudo. Debora revelou que um outro personagem será o assassino. O cantor Daniel reafirmou a estreia do programa Viver Sertanejo, de domingo, e a equipe de jornalismo lembrou o lançamento do jornal Bom Dia Sábado.

Fonte: Meio&Mensagem

Thaís Monteiro
17 de outubro de 2024

Economia prateada: longevidade e inovação combinam?

às 10:58


Empreendedoras e especialistas falam sobre as oportunidades e desafios do mercado sênior

Até 2030, o Brasil será o sexto país com maior número de pessoas acima de 60 anos do mundo. Hoje, a população 50+ é composta por 55 milhões de brasileiros, que movimentam 1,6 trilhões de reais por ano, de acordo com estudo da Locomotiva. As projeções indicam que esae grupo só crescerá nos próximos anos, chegando a 90 milhões de pessoas em 2045. Nesse contexto, surge a economia prateada, um mercado de negócios e iniciativas com foco no público sênior. 

Apesar dos grandes números, esse ainda é um mar a ser explorado. “Há muito dinheiro parado na mesa porque as pessoas não percebem a necessidade de criar soluções, produtos, serviços e inovações para esse público consumidor”, destaca Andrea Tenuta, head de novos negócios na Maturi, consultoria de diversidade etária e geracional. 

“A Maturi foi criada como uma plataforma voltada para a contratação de profissionais mais velhos, focando em pessoas com 50 anos ou mais, onde identificamos uma dor maior, tanto do lado dos profissionais quanto das empresas. Esse número, no entanto, varia de acordo com a demografia de cada companhia, ficando entre 40 e 60. Não há uma quantidade exata, mas é nessa faixa que percebemos uma queda significativa no mercado”, afirma Andrea.  

Andrea Tenuta é head de novos negócios na Maturi, consultoria de diversidade etária e geracional (Crédito: Divulgação)

Com nove anos de existência, a Maturi expandiu sua atuação. Hoje, a empresa oferece treinamentos visando não apenas a contratação, mas a inclusão desses profissionais. Com uma comunidade de 250 mil pessoas cadastradas, o desafio agora é que não existem vagas suficientes. Por isso, a empresa passou a oferecer treinamentos que incentivam o empreendedorismo. 

Aqui entra o trabalho da SilverHub, uma aceleradora de negócios que nasceu com o intuito de promover soluções que atendam as necessidades desse público. A aceleradora foi fundada em 2021 por Cristián Sepúlveda, CEO, Marcos Eduardo Ferreira, presidente do conselho, e Arine Rodrigues, executiva de negócios.  

Novo paradigma do envelhecimento

Mas, antes de empreender a SilverHub, Arine já tinha um negócio com foco em longevidade, o Vida60mais, plataforma de marketplace e educação. “Quando comecei, em 2020, era como capinar um mato altíssimo. Poucos entendiam o que estávamos fazendo. Hoje, sinto que o diálogo avançou, mesmo que lentamente”, reflete. 

Para entender o momento desse mercado no Brasil, a Lab Nova Longevidade, iniciativa da Ashoka com foco no público sênior, realizou um mapeamento das iniciativas brasileiras. O estudo encontrou 400 iniciativas em 30 frentes de atuação diferentes, sendo que 62% delas tinham 5 anos ou mais de existência. A Ashoka é uma organização que apoia empreendedores sociais no mundo inteiro. 

Arine Rodrigues, executiva de negócios da SilverHub (Crédito: Divulgação)

Dentre as frentes de atuação mais frequentes, 82% tinham foco no “envelhecimento saudável” e 17% em “educação midiática”. “Um ponto importante é a questão cultural, que envolve não apenas a produção e disseminação de conhecimento sobre envelhecimento, mas também uma educação voltada para a longevidade. Precisamos identificar quais iniciativas estão contribuindo para essa produção e disseminação de conhecimento e de que forma elas estão combatendo o idadismo e as representações negativas das pessoas idosas”, aponta Marília Duque, à frente do Lab Nova Longevidade. 

“Outro hub relevante é o de saúde e cuidado, onde a questão de gênero também é crucial. No Brasil, a família tem uma grande sobrecarga no papel de cuidadora da pessoa idosa, e essa responsabilidade recai majoritariamente sobre as mulheres”, continua a pesquisadora. “Além disso, percebemos a importância de dar visibilidade a bons exemplos. Constatamos que, para criar demanda, é necessário destacar não apenas indivíduos que estão envelhecendo bem, mas também iniciativas de diferentes setores que realmente contribuem e podem ser vistas como boas práticas para transferir tecnologia e escalar impactos.” 

Um dos objetivos do mapeamento, de acordo com Marília Duque, é criar um novo paradigma do envelhecimento. “Esse paradigma visa criar uma sociedade onde todas as pessoas possam envelhecer contribuindo para suas famílias, comunidades e territórios, tornando-se agentes de transformação”, explica. 

Invisibilização das mulheres maduras

Para isso, a pesquisadora destaca a importância de “quebrar o pacto de silêncio” sobre o tema, que ainda é um tabu, principalmente para as mulheres, que se veem invisibilizadas nessa fase da vida. “Apesar da crescente visibilidade de celebridades e artistas envelhecendo, a experiência de envelhecer no Brasil ainda é desigual e varia conforme a formação e o território”, complementa. 

Marília Duque é pesquisadora no Lab Nova Longevidade (Crédito: Divulgação)

A menopausa, por exemplo, é um demarcador importante dessa divisão na vida da mulher. De acordo com a pesquisadora, existem lugares no Brasil, em especial no Nordeste, que se referem às mulheres na menopausa como “não-mulheres” ou “mulheres secas”. Outra questão que invisibiliza a mulher madura é a cultura jovem-cêntrica e os ideais de beleza feminina, que cultuam a jovialidade. “À medida que envelhecemos, nos distanciamos desse referencial de beleza, como se fôssemos sendo apagadas. Não há espaço para uma mulher que envelhece, com toda a sua subjetividade, feminilidade e sexualidade”, aponta Marília. 

A mídia e a publicidade têm um papel vital na busca por esse novo paradigma da longevidade. “Ainda temos uma visão hedonista nas propagandas, que continuam a reforçar a imagem da juventude. Enquanto essa representação prevalecer em nossos programas de TV e revistas, o público sênior ficará esquecido como consumidor”, afirma Juliana Ramalho, CEO da Talento Sênior, empresa de talent as a service que atua na contratação de profissionais 45+ sob demanda, do Grupo Talento Incluir. 

O casamento entre inovação e longevidade 

A Talento Sênior surgiu de uma inquietação que Juliana teve quando ainda era uma jovem estagiária. Ela viu seu mentor se despedir da empresa assim que completou 60 anos. “Ao ver as pessoas sendo demitidas, percebi que, após os 60 anos, quem saísse não retornaria mais ao mercado”, diz a CEO. Assim, a empresa adotou um novo modelo de trabalho e prestação de serviço, o “talent as a service”. “Isso significa que a companhia pode contratar um profissional sênior para um projeto específico ou para um acompanhamento contínuo, mas não em tempo integral”, explica. 

Juliana Ramalho é CEO da Talento Sênior, do Grupo Talento Incluir (Crédito: Divulgação)

Dessa forma, as startups da economia prateada surgiram para atender esse público, mas os desafios são grandes e partem principalmente de questões culturais sobre a visão do profissional maduro e seu papel na sociedade. “Não estamos nos preparando adequadamente e só vamos nos deparar com essa realidade quando a previdência realmente colapsar e não soubermos como agir. O que estamos tentando fazer é antecipar esse movimento, alertar as pessoas, destacar dados e fomentar discussões, como, por exemplo, sobre como as pessoas desejam ser chamadas”, destaca Arine. 

“Um estudo interessante da Dom Cabral revela que nem isso temos definido. As expressões ‘maduros’ e ‘longevos’ trazem a analogia das frutas, enquanto o termo ‘idoso’ carrega uma conotação negativa. Esse estigma é reforçado por percepções errôneas sobre o envelhecimento”, continua. 

Assim, tais iniciativas também contribuem para o combate ao etarismo. “Quando falamos de etarismo, não é só pela dificuldade de conseguir uma vaga ou ser contratado, mas em todas as esferas, porque vivemos em uma sociedade etarista. As pessoas não percebem, mas ainda falta valorização das pessoas que estão envelhecendo”, reflete Andrea.  

Outro desafio, principalmente das startups da economia prateada, é a falta de investimentos. “Os investidores ficam hesitantes, ponderando se vão ou não apostar no futuro. Para as startups, isso significa que o case precisa ser muito bem estruturado, com projeções de faturamento detalhadas, para que possamos atrair o cheque dos investidores que estão dispostos a entrar nesse mercado. É um campo arriscado, mas com propósito e um caminho sem volta”, aponta Arine Rodrigues. 

Oportunidade de ouro

Apesar do mapeamento indicar que a maioria das iniciativas do mercado de inovação em longevidade têm mais de 5 anos, a avaliação das empreendedoras é que falta maior engajamento e letramento das empresas com a pauta. “É um mercado ainda muito novo. Embora seja uma temática que tem ganhado mais atenção, há um universo gigante a ser explorado”, indica Andrea Tenuta. “Comparado a outros segmentos, diria que ainda está extremamente no início, muito devido à falta de repertório das pessoas sobre o assunto.” 

Além disso, as especialistas apontam a urgência desse tema virar prioridade “Hoje, quem fala sobre longevidade no País está com a agenda super demandada, porque são poucos tratando de um assunto que não é do futuro, mas do presente. O último censo mostra que a expectativa de vida cresce enquanto a natalidade diminui”, avalia Arine. 

A verdade é que estamos vivendo uma revolução demográfica, que aponta para o envelhecimento da população e para uma inversão da pirâmide etária. “Estamos envelhecendo num ritmo muito acelerado. O que a França levou 120 anos para fazer, nós estamos fazendo em 20, mas estamos menos preparados. Já não somos mais um país jovem, então há muitas áreas inexploradas para atender ao envelhecimento da população”, aponta Andrea. 

Por isso, a pesquisadora Marília Duque destaca a importância das iniciativas que focam na educação, tanto para o público geral — sobre os potenciais, necessidades e desejos da população sênior –, quanto para as pessoas maduras, incentivando o “life long learning”. “A educação é fundamental, desde a educação formal, que é essencial para o desenvolvimento cognitivo e as oportunidades na vida, até a educação para a longevidade, que ensina que estamos envelhecendo desde o dia em que nascemos”, diz. 

Se o aumento da população idosa não for suficiente para chamar atenção do mercado, os dados econômicos talvez possam ser: 64% dos maduros são responsáveis por toda ou pela maior parte da renda da casa no Brasil, como aponta o estudo da Locomotiva. “A renda dos maduros é frequentemente vista como vulnerável, quando, na verdade, eles são protagonistas”, destaca Arine. 

“É fundamental que a sociedade olhe para os seniores com respeito, reconhecendo-os como o novo foco de consumo e a nova base da pirâmide, que agora está em cima, e não embaixo”, concorda Juliana Ramalho. “À medida que superamos as barreiras que a sociedade impõe, as oportunidades se abrem em diversos campos: saúde, esportes, turismo, entretenimento e arte. O público 50+ é um grande consumidor nessas áreas, porque tem dinheiro e mais tempo disponível”, complementa. 

Além do aumento da população madura, também enfrentamos uma tendência de diminuição do grupo jovem. “Conforme o nível de instrução das mulheres aumenta, a natalidade tende a cair, resultando em menos filhos. Isso configura um cenário de colapso para a previdência e a saúde”, afirma Arine. 

“A questão da longevidade vai cair nas mãos de todas as famílias e dos CEOs das empresas, que terão de enxergar isso como um grande mercado consumidor. Se você focar apenas nos jovens, seu mercado vai encolher”, destaca Juliana. 

Um mercado do presente 

O primeiro passo para adentrar no mercado de longevidade é entender quem são seus públicos. “É impressionante como é óbvio entender o perfil do seu consumidor, mas muitos não percebem. Isso acontece porque o tema ainda é muito distante, e muitas vezes temos equipes jovens tentando entender um público maduro”, aponta Andrea. 

Nesse processo, também é fundamental compreender a heterogeneidade desse público, buscando suas necessidades e desejos. “Reconhecer essas necessidades implica entender que, assim como pensamos em classe social e grau de escolaridade como variáveis, devemos também considerar as ‘velhices’ no plural”, destaca Marília. “Isso significa que o mercado precisa inovar ao olhar para longevidade, porque uma pessoa de 50 anos é completamente diferente de uma de 80 ou 60. Não dá pra colocar todos num mesmo grupo”, complementa Arine. 

Depois, Marília destaca a necessidade de incluir as pessoas maduras nos processos de desenvolvimento de produtos e soluções e nos testes de validação. “Se não as incluímos, as chances de que esses itens não atendam realmente ao que elas desejam são muito altas”, afirma. Mesmo que o público da empresa não seja uma pessoa idosa, é importante entender se este grupo está presente em algum momento da jornada do cliente. “A dependência da renda da pessoa idosa no Brasil é tão significativa que, talvez, seu cliente seja, sim, uma pessoa idosa. Ele pode estar comprando para o filho, o neto ou um pai mais velho”, diz a pesquisadora. 

Entretanto, para que esta população consuma, ela precisa estar dentro do mercado de trabalho. E aqui existe outra barreira: a inclusão do profissional sênior. “As empresas estão diminuindo bastante as contratações, especialmente de pessoas mais velhas, alegando as mesmas desculpas de sempre, como o aumento no plano de saúde e a aversão a contratar quem pode sair rapidamente”, aponta Juliana. “Precisamos garantir que essa população tenha renda e esteja consumindo, caso contrário, o País vai parar. Para que isso aconteça, é essencial que eles estejam empregados”, continua. 

“Muitas empresas não veem as pessoas idosas como valiosas na força de trabalho, resultando em desligamentos precoces. Isso significa perder a colaboração dessa diversidade. Além disso, existe uma limitação nas oportunidades abertas para esses profissionais, que são vistas como incapazes de continuar aprendendo e se desenvolvendo”, complementa Marília. 

Empreendedorismo e regionalismo

Para aqueles que não conseguem a recolocação profissional, ou buscam uma transição de carreira, o empreendedorismo surge como solução. “As próprias pessoas que estão envelhecendo começam a empreender para atender suas necessidades. Todos os dias, vejo startups com ideias incríveis, como caixas de produtos e serviços voltados para a geração sanduíche, que cuida de filhos e pais, além de medicamentos e cuidados com a saúde”, afirma Andrea. 

Além da variedade de frentes de atuação que o mercado de longevidade pode atuar, Arine destaca as diferentes experiências de envelhecimento que são influenciadas pela classe social e regiões do país. Por isso, a empreendedora decidiu levar o Vida 60+ Expo, que ocorre no final de outubro, para Pernambuco. “Cidades como Rio de Janeiro e Porto Alegre já têm mais idosos do que adolescentes, mas no Norte e Nordeste, o diálogo sobre longevidade ainda é muito limitado.” 

Iniciativas como as startups desse mercado e os eventos que promovem discussões sobre longevidade são as que estão trazendo a pauta para a agenda de todos. Mesmo que a passos lentos, o tema está começando a despertar interesse. “A realidade é que o mercado está começando a perceber a importância da população acima de 60 anos. Esse entendimento está se espalhando, porque é um fato: essa faixa etária vai ter um papel muito maior em todas as decisões do que a juventude”, conclui Juliana Ramalho. 

Fonte: Meio&Mensagem

Lidia Capitani
16 de outubro de 2024

Geração Z lidera compras influenciadas por criadores de conteúdo

15 de outubro de 2024 às 16:20


A faixa etária de consumidores mostra-se mais crítica e seletiva nas compras

Uma pesquisa da plataforma Mavely revelou que 52% da Geração Z, composta por indivíduos nascidos entre 1995 e 2010, compraram presentes baseados nas recomendações de influenciadores. Além disso, 58% dos integrantes dessa geração confiam em influenciadores para obter ideias de presentes.

O estudo, que analisou as tendências de compras para as festas de fim de ano, também indicou que 54% dos consumidores em geral planejam fazer a maior parte das compras tanto online quanto pessoalmente. No entanto, a Geração Silenciosa, pessoas nascidas entre 1925 e 1945, se destacou ao realizar 30% de suas compras exclusivamente online, em comparação a 15% da Geração Z.

Os influenciadores exercem uma influência significativa sobre as decisões de compra da Geração Z, com 47% dos jovens utilizando guias de presentes fornecidos por criadores de conteúdo, em contraste com 25% de consumidores de todas as idades. Além disso, 56% dos entrevistados relataram que alguns presentes de fim de ano foram promovidos por influenciadores.

“Para eles, influenciadores não são apenas figuras de mídia, mas pessoas com as quais sentem que podem se conectar de maneira mais pessoal e autêntica. Esse relacionamento cria uma confiança natural, uma vez que veem os criadores de conteúdo como fontes confiáveis, que compartilham experiências reais e dicas práticas. O estilo de vida aspiracional dos influenciadores, combinado com a forma como interagem diretamente com seus seguidores, cria uma forte relação de credibilidade”, afirmou Fabio Gonçalves, diretor de Talentos Internacionais da Viral Nation.

A pesquisa também revelou que a Geração Z tende a ser mais criteriosa nas decisões de compra. Cerca de 23% dos consumidores mais jovens afirmaram que precisam ver um produto promovido de quatro a cinco vezes antes de considerar a compra, enquanto a média entre a maioria dos compradores é de duas a três vezes. Gonçalves destacou que essa seletividade se deve à exposição excessiva a informações desde a infância.

“Esta geração é mais criteriosa em suas decisões de compra pois foi exposta a um excesso de informações desde criança e desenvolveu uma postura crítica e consciente em relação ao consumo. Eles valorizam autenticidade e transparência, e tendem a precisar ver um produto promovido várias vezes antes de considerarem uma compra, pois pesquisam mais e verificam a consistência das recomendações. Essa seletividade faz com que as marcas precisem investir em campanhas de marketing de influência sustentadas, que criem confiança e relevância ao longo do tempo”, concluiu.

Imagem: Shutterstock

Fonte: Mercado e Consumo

Redação

 14 de outubro de 2024

Experiências ao vivo devem criar conexão e surpreender o consumidor

às 16:18


Especial traz os melhores cases de live marketing de 2024 criados pelas principais agências do mercado; ações para Rock in Rio foram destaque

O mercado de live marketing no Brasil tem se destacado nos últimos anos, impulsionado pela demanda por experiências autênticas e interativas. Com a transformação digital e o desejo dos consumidores por conexões mais significativas, as agências têm se esforçado para criar ativações que não apenas promovem produtos, mas também envolvem o público em narrativas emocionantes que gerem memórias. Com um cenário em constante evolução, as agências estão cada vez mais integrando tecnologia, sustentabilidade, inovação, criatividade e inclusão em suas estratégias.

Heloisa Santana, presidente-executiva da Associação de Marketing Promocional (Ampro), compartilhou que o setor de live marketing movimenta cerca de 25 milhões de empregos, diretos e indiretos, representando um faturamento anual de mais de R$ 1 trilhão, o que corresponde a 4,5% do PIB nacional. Além disso, de acordo com o estudo Bússola de Marketing, cerca de 40% dos anunciantes têm a intenção de investir em promoções, patrocínios, eventos e pontos de vendas.

A agência AKM, sob a liderança de Eduardo Andrade, destacou-se em 2024 com projetos como o T&M para a Bradesco Seguros, onde uma esfera de LED de 3,5 metros se tornou o centro da experiência imersiva. Andrade explica que a tecnologia não apenas enriqueceu as experiências, mas também otimizou processos internos, garantindo resultados rápidos e eficazes. “A experiência precisa ser o foco, não se trata apenas de ideias criativas, mas de conversão efetiva”, complementa.

No Rock in Rio Brasil 2024, Heineken buscou potencializar a experiência do público do festival por meio de música e energia verde

As sócias da agência Atenas, Denise Garrido e Quércia Andrade, também trouxeram inovação ao live marketing ao assinar as ativações de seis marcas no Rock in Rio 2024. Com 35 ativações no evento, a agência se destacou com a Heineken Power Station, um espaço que conectou sustentabilidade, tecnologia e música. “Ver essa interação em larga escala é gratificante e nos motiva a continuar inovando”, afirma Quércia. Elas veem o futuro do setor como híbrido, combinando experiências físicas e digitais para criar conexões significativas.

Fonte: Propmark

Por Adrieny Magalhães – 15 de Outubro de 2024 

93% das pessoas têm preocupações relativas ao uso antiético da IA

às 16:10


71% das pessoas se preocupam com o uso de seus Dados sem consentimento pela IA Generativa. Lucas Alencar, co-fundador da startup Adopets, aponta futuro incerto caso não haja regulamentação de privacidade

Segundo a pesquisa “IA Generativa: O que o público consumidor espera”, da ThoughtWorks, empresa de consultoria global em tecnologia, 93% das pessoas têm preocupações éticas sobre a ferramenta. Dentre elas, 71% se afligem com o uso de seus Dados sem consentimento. O levantamento foi realizado com dez mil consumidores nos seguintes países: Austrália, Brasil, Alemanha, Índia, Itália, Holanda, Singapura, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. Todos os entrevistados tinham 18 anos ou mais e tinham conhecimento prévio do tema.

Um dos maiores desafios envolvidos nesse processo é estabelecer um equilíbrio entre regulamentações que garantam segurança e confiabilidade, sem sufocar as possibilidades da inovação 

Desde o lançamento do ChatGPT, que em dois meses ganhou uma base de 100 milhões de usuários ativos, mais rápido do que qualquer outra plataforma, a popularização em massa do uso da IA gerou também um receio generalizado sobre suas potencialidades. Lucas Alencar, especialista em desenvolvimento de produtos e co-fundador da startup Adopets, salienta que o ceticismo em relação a tecnologias emergentes é natural.

“Um dos maiores obstáculos é a natureza ‘caixa-preta’ de muitos sistemas de IA, particularmente os modelos de aprendizado profundo. A opacidade dos processos de tomada de decisão dificulta a compreensão por parte até mesmo de especialistas, criando barreiras à confiança”. Ele acrescenta que à medida que a tecnologia começa a impactar positivamente diversos setores da sociedade tanto em termos de produtividade quanto financeiramente, incluindo novas práticas e metodologias de para testes e validação da segurança destes sistemas haverá aumento crescente na aceitação e confiabilidade dessas inovações.

Para ele, um dos maiores desafios envolvidos nesse processo é estabelecer um equilíbrio entre regulamentações que garantam segurança e confiabilidade, sem sufocar as possibilidades da inovação. Se a IA Generativa quiser ser sustentável a longo prazo, vai ser preciso considerar outras questões além das suas capacidades técnicas. “É fundamental garantir a proteção contra ataques, a operação confiável em diversos cenários e a salvaguarda da privacidade dos usuários”.

E, para que não se torne um conceito superestimado, Alencar avalia que a IA Generativa tem que focar em entregar valor tangível, garantindo que seu desenvolvimento seja guiado por princípios éticos. “Precisamos abordar as preocupações sobre privacidade, segurança e impacto no emprego dos consumidores. Além disso, o ideal é que ela seja implementada de maneira gradual, permitindo que as pessoas se adaptem e vejam os benefícios incrementais”, termina.

Fonte: Info Channel

Por Redaçãoem 15 de outubro de 2024

Campanhas mais marcantes de Olivetto, segundo líderes de agências

às 16:00


Publicitários compartilham seus cases prediletos criados pelo profissional criativo mais famoso do mercado brasileiro

“Como Uma Onda”, comercial da Rider criado por Olivetto na década de 1990 (Crédito: Reprodução/YouTube)

Na esteira das homenagens e lembranças a respeito de Washington Olivetto, que morreu no domingo, 13, inevitavelmente vêm à tona conversas sobre o que de mais caro há para qualquer publicitário: o trabalho que se coloca na rua.

Foram muitas as campanhas que construíram a trajetória profissional do criativo paulistano e que, por consequência, moldaram a publicidade brasileira e influenciaram milhares de pessoas, muitas das quais escolheram o ofício publicitário depois de terem sido impactadas pelos trabalhos dele.

Pensando nisso, a reportagem de Meio & Mensagem pediu que lideranças, profissionais de criação, estratégia e mídia de algumas das principais agências do País contassem qual é a criação de Olivetto que mais marcou suas trajetórias, pessoais e profissionais.

Karina Ribeiro, CEO da VML: “Primeiro de tudo, precisamos lembrar que essa campanha foi criada na década de 1980, quando algumas questões que hoje discutimos sequer eram pauta para grande parte da sociedade. À luz disso, precisamos reconhecer que há muita ousadia em cogitar falar desse momento tão marcante na adolescência e colocar isso na TV, numa época em que havia tão menos espaço para diálogo sobre sexualidade dentro de casa. Essa escolha mostra o poder que a propaganda tem em ser socialmente relevante. Acredito que muito do legado de Washington está reunido neste filme, porque mostra que, quando entramos na cultura, geramos diálogo com temas relevantes na vida das pessoas, entregamos valor para todos: marcas, consumidores e nosso mercado.”

“Primeiro sutiã”, da W/GGK para Valisère

PJ Pereira, creative chairman da Pereira O’Dell: “Rider era uma mágica. Ele pegava uma música, um artista inesperado. Colocava num comercial e o Brasil estava todo cantando. Você vê Cannes criando uma categoria de branded entertainment, e depois uma variação só pra música e pensa: tudo Washington.”

“Como Uma Onda”, da W/Brasil para Rider/Grendene

Joanna Monteiro, coCCO da Africa Creative: “Impossível falar de uma só quando se tem 25 anos filmes incríveis de Bombril, clássicos como ‘Hitler’ e Valisère, casal Unibanco… mas vou ficar com o filme de bombons garoto chamado “Portas”. Filme dos anos 90 dirigido pelo Julinho Xavier e, se não me engano, redação da Tetê Pacheco. Brasileiro, divertido, dando uma personalidade deliciosa à marca. Eita, tinha compre batom, também!! É, uma só para o Washington fica difícil!”

“Portas”, da W/Brasil para Garoto

Hugo Rodrigues, chairman da WMcCann: “Eleger apenas uma é quase uma injustiça com todas as outras, mas, pela longevidade – e para não cair na tão reconhecida e celebrada campanha ‘Primeiro Sutiã a gente nunca esquece’ – eu diria que o Garoto Bombril também sempre será inesquecível.”

“Garoto Bombril”, da DPZ para Bombril

Marcelo Rizerio, CCO da Euphoria Creative: “Washington Olivetto foi um professor em todos os sentidos para quem trabalha com comunicação. Direta ou indiretamente, todos nós aprendemos muito com ele. Um dos seus trabalhos que mais admiro é ‘Hitler’ para Folha de S. Paulo, uma verdadeira aula de criatividade, mas também de execução. O bom craft não precisa de muito. Na verdade, quanto menos uma ideia precisa para acontecer, mais poderosa tende a ser. Esse filme para Folha é a prova de que uma boa ideia pode ser simples desde que seja inteligente, e o conceito ‘É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade’ é tão forte que seria possível reproduzir esse mesmo comercial com várias personalidades dos dias de hoje – seria tão atual e impactante quanto foi na época. Afinal, o mundo cheio de tecnologia de hoje discute muito sobre ‘fake news’ e existem várias maneiras disso impactar a vida das pessoas, principalmente na política. Washington já sabia disso lá atrás e alertou ao mundo sobre esse tema de um jeito brilhante. Uma verdadeira aula de ideia, texto, imagem e conceito, ou seja: um legado. Não à toa foi eleito um dos cem melhores comerciais do mundo.”

“Hitler”, da W/GGK para Folha de S.Paulo</h2

Pernil, CCO da AlmapBBDO: “Foram tantas campanhas icônicas que é muito difícil citar apenas uma. Mas, para sair um pouquinho do óbvio, vou falar da campanha da Cofap. Aquela com os simpáticos Dachshunds marronzinhos (no formato de amortecedores) que convenciam os donos a só usarem o Turbogás Cofap. O slogan era: ‘O melhor amigo do carro. E do dono do carro.’ Além de alimentar a minha vontade de fazer propaganda, essa campanha fez com que eu me apaixonasse por essa raça. Tanto que, hoje, tenho um salsichinha que é o xodó da minha vida.”

Icaro Doria, CCO da DM9: “Eu cresci achando o intervalo comercial mais divertido do que a programação dos canais de tv. Por causa do Washington eu desde pequeno sabia exatamente o que eu queria ser quando crescer: publicitário. Trabalhar na criação de uma agência de propaganda. Foi tudo por causa dele. E das coisas que a W fazia. Cofap. Tudo com o cachorrinho da Cofap que mesmo depois de 30 e tantos anos eu ainda me refiro aquela raça como cachorrinho da Cofap”.

“O melhor amigo do carro e do dono do carro”, da W/Brasil para Cofap

Rafael Urenha, CCO e sócio-fundador da Galeria: “Washington foi o mestre na arte de elevar a publicidade ao status de cultura popular. Eu nunca vou esquecer a primeira vez que assisti ao Carlinhos Moreno cantarolar Pense em Mim, de Leandro & Leonardo, durante três minutos num break comercial, lançando mais um hit da Bombril (e da dupla) em cadeia nacional. A pura audácia e genialidade de entreter e vender.”

“Pense em Mim, da W/Brasil para Bombril

Rita Almeida, head de estratégia da AlmapBBDO: “Fico com os comerciais do Posto São Paulo, de uma sensibilidade incrível. Essa campanha carrega alguns elementos muito inovadores que o Washington ensinou pra gente: é a primeira vez que me lembro de ter visto a vulnerabilidade de uma marca como centro da campanha (nós não somos os maiores, então resolvemos ser os mais carinhosos). Usou uma música popular do Erasmo e Roberto Carlos (Sentado à beira do caminho), se utilizando e fazendo parte da cultura. Com dois personagens super bem escolhidos e bem dirigidos pelos quais as pessoas se apaixonavam, assim como foi com o Carlos Moreno (Bombril). Sensibilidade resume essa campanha, o Washington e toda a sua obra.”

Paulo Camossa Júnior, fundador da Piraporanó e ex-diretor geral de mídia da AlmapBBDO: “Entre tantos trabalhos memoráveis, tenho um carinho especial pela campanha para o Posto São Paulo – possivelmente um dos primeiros clientes da W. Propunha um caráter underdog irresistível para a marca: dois frentistas carismáticos e solitários aguardando ansiosamente por um cliente. Era ‘a maior rede em simpatia’, inevitável torcer por ela. Eu ainda estava na faculdade, e essa campanha me ajudou a entender que criatividade vale muito dinheiro. O Posto São Paulo certamente tinha um budget modesto: não vi a campanha muitas vezes na TV, mas me lembro de poucas tanto quanto essa. Genial.”

“Sentado à Beira do Caminho” W/GGK para Posto São Paulo

Benjamin Yung, BJ, CEO da DPZ: “Não posso deixar de mencionar o comercial “Homem de 40 anos”, criado por Washington Olivetto na DPZ. Ele marcou a história da publicidade brasileira ao conquistar o primeiro Leão de Ouro em 1975. O filme, feito para o CNP – Conselho Nacional de Propaganda, já combatia o etarismo há 50 anos, abordando uma pauta que continua relevante até hoje. O comercial solicitava que os anúncios de classificados de emprego da época não incluíssem mais a frase preconceituosa “idade máxima 40 anos” e dessem a oportunidade para “uma cabeça cheia de cabelos brancos” mostrar seu potencial. Ao mesmo tempo, exibia fotos de pessoas muito bem-sucedidas que só se destacaram após os 40 anos. Esse movimento iniciado pelo comercial acabou se tornando um projeto de lei que eliminou esse preconceito nos anúncios de emprego. Um grande exemplo de uma das minhas maiores crenças: de que podemos usar todo o poder da criatividade para transformar o mundo.”

“Homem de 40 Anos”, da DPZ para CNP

Fonte: Meio&Mensagem

Isabella Lessa
14 de outubro de 2024

Marcas optam por retornar ao X com ‘cautela’

11 de outubro de 2024 às 18:41


O propmark conversou com agências que avaliaram o novo cenário da rede social para a publicidade

Fora do ar desde 30 de agosto, o X (ex-Twitter) voltou a operar no Brasil nesta terça (8). A plataforma foi suspensa após não cumprir com a intimação do STF (Supremo Tribunal Federal) e só foi liberada no Brasil ao pagar uma multa de R$ 28,6 milhões.

Como uma rede social predominante no país, o X era importante para as empresas marcarem presença digitalmente e um meio estratégico de publicidade.

Assim que caiu, o propmark avaliou como a suspensão do X repercutiu no mercado publicitário e muitas agências migraram e se adaptaram às alternativas, como o Threads, do Instagram, e o Bluesky, ambas com a proposta semelhante à antiga rede do passarinho.  

Como as marcas serão impactadas com o retorno do X/Twitter, após a suspensão?
Para João Finamor, professor de marketing digital da ESPM, o retorno da rede impacta o mercado de marketing, pois se tornou uma ferramenta significativa.  

“Não só obviamente pela produção de conteúdo, principalmente geracional quando se conversa com geração Z, mas também como uma ferramenta de escuta social já que é uma das plataformas que nós conseguimos mapear e monitorar as conversas, conseguimos saber sobre o que o brasileiro anda falando, sobre os interesses e tudo mais”, explica o especialista.

Finamor diz ainda que isso serve tanto para quem cria conteúdo, quanto para quem quer estudar o digital. “Então o retorno vem colaborar nos dois pontos: na criação, para quem produz conteúdo, mas também para quem quer fazer análise entender um pouco mais do comportamento digital”, destaca.

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João Finamor, professor de marketing digital da ESPM (Divulgação)

E para agências?
Brunno Maceno, head de conteúdo da Jotacom, revela que a agência está planejando voltar com cautela para a rede, pois tiveram resultados positivos ao investir nas “alternativas” como Threads e BlueSky, principalmente com marcas como Duolingo, Burger King e Carmed, que sempre foram bem presentes na rede do passarinho. “Aqui na agência, estamos nos preparando para voltar com cautela. […] Esses resultados positivos nos fizeram olhar com outros olhos para esses canais e nos fizeram recalcular a rota de quais devem ser os focos para contato direto com os seguidores e interação em tempo real.”

Além disso, o head também comenta que a volta dos usuários vai ser um termômetro.  “No geral, entendemos que é um momento para analisar se vale ou não a pena (re)investir nossas fichas no X. Tudo vai depender dos usuários e da migração natural deles”, completa.

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Brunno Maceno, head de conteúdo da Jotacom (Divulgação)

Para a Performics, a volta do X no Brasil representa mais uma oportunidade de interação, porém com desafios para agências e marcas. “O X possibilita conexões rápidas entre marcas e audiências, com conteúdos que podem viralizar de forma orgânica. Isso exige das agências mais agilidade criativa e acompanhamento constante das tendências. Mas para agências como a Performics,  especializada em performance e otimização contínua, o retorno do X é uma oportunidade para aplicar nossa expertise, criando campanhas mais eficientes e mensuráveis”, diz Rafaela Queiroz, managing director da Performics.

Em relação às marcas, Rafaela acredita que a estratégia precisa ser forte visando a segurança. “Para as marcas, o X oferece a chance de intensificar sua presença e relacionamento com os consumidores, ampliando o alcance de campanhas e interações diretas. No entanto, é necessário ser estratégico para evitar riscos reputacionais, garantindo que as mensagens sejam percebidas como autênticas e relevantes. Em resumo, o retorno do X reforça a necessidade de uma abordagem ágil e integrada, onde criatividade, dados e adaptação em tempo real se convergem para criar campanhas impactantes e seguras para as marcas”, explica.

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Rafaela Queiroz, managing director da Performics (Divulgação)

A AKM vê que ainda acontecerão discussões relacionadas à moderação e liberdade de conteúdo em geral. “Embora os usuários estejam sedentos para retomar à plataforma, ainda será possível ver uma migração forte para redes onde essa liberdade ainda se mostra mais irrestrita ou menos polida. Será bastante interessante observar esse movimento, uma vez que as pessoas já experimentaram outros ambientes. Além disso, essa transformação revela uma atenção maior do Judiciário brasileiro sobre as redes sociais, o que é um avanço importante para a regulamentação das ações nesses espaços, essencial para a segurança e sustentabilidade das estratégias de marketing das marcas”, afirma Luma Machado, head de estratégia da agência.

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Luma Machado, head de estratégia da AKM (Divulgação)

A Ampfy acredita que a volta do X possa ser benéfica, mas deve ser vista com cautela com o objetivo de verificar a estabilidade da plataforma no Brasil. “Acreditamos que a diversificação de meios, plataformas e redes sociais é benéfica tanto para o consumidor final quanto para a sociedade, além de trazer vantagens para as marcas e agências. Portanto, é positivo ter mais opções de comunicação disponíveis.  Devemos considerar que essas plataformas precisam respeitar as legislações e estar alinhadas com os valores sociais. Com isso, tendo uma relação transparente com a sociedade, a volta do X é uma ótima notícia. No entanto, isso também revela uma relação institucional instável. Enquanto nos animamos com o retorno da plataforma, adotamos uma postura cautelosa. Iremos aguardar que a plataforma alcance estabilidade no que diz respeito às suas relações institucionais antes de incluí-la nos planos dos anunciantes”, destaca Douglas Bocalão, sócio e COO da Ampfy.

“Não sabemos se questões políticas poderão impactá-la novamente ou se ela poderá ser desativada outra vez em um mês. Portanto, é importante que eles retornem ao Brasil e demonstrem estabilidade para realmente se consolidarem como um player competitivo no mercado”
Douglas Bocalão (Ampfy)

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Douglas Bocalão, sócio e COO da Ampfy (Divulgação)

A WMcCann enxerga que esse é um momento de observação. “As marcas irão observar se a repercussão será semelhante à de antes, além de monitorar se os criadores que já se estabeleceram no Bluesky e em outras redes decidirão voltar. Será, portanto, um exercício de análise do comportamento tanto do público quanto dos criadores, com o intuito de compreender os resultados. No entanto, certamente haverá esse pico de interesse, e as marcas que enxergarem relevância nesse movimento vão querer estar presentes. Porém, não é possível afirmar que elas voltarão com a mesma força de antes ou com grandes estratégias e investimentos”, aponta Larissa Magrisso, diretora-executiva de conteúdo da WMcCann.

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Larissa Magrisso, diretora-executiva de conteúdo da WMcCann (Divulgação)

A DM9 percebeu uma redução nos investimentos no X antes do bloqueio no Brasil por diferentes motivos. “Há algum tempo que as marcas vêm, de certa forma, reduzindo seus investimentos no X. É uma plataforma que, de certa forma, vem se nichando cada vez mais e é justificado o uso em poucas situações que acabam, normalmente, ficando nas grandes conversas da internet, como em Olimpíadas, Rock in Rio e Big Brother Brasil. Acredito que o segundo motivo que vem afastando um pouco as marcas é a questão da saudabilidade, porque o X é uma rede mais reativa e crítica, então as marcas que entram lá acabam trabalhando mais para fazer SAC, para responder às críticas, do que para poder de certa forma se relacionar com a sua comunidade”, pontua Cleber Paradela, VP de conteúdo e inovação da DM9.

O executivo também acredita que o momento é de cautela para as marcas. “A plataforma também tem outros problemas. A gente vê esse cabo de guerra da plataforma com o STF, com a Justiça brasileira, uma redução das iniciativas da empresa de brand safety e de segurança da comunidade, então algumas ações que foram desligadas, que, de certa forma, colocam em risco não só a comunidade como também as marcas que patrocinam, então tem esse segundo movimento que eu acredito que as marcas vão voltar com parcimônia, elas vão tomar decisões com muita cautela e aguardar para ver quais vão ser os próximos movimentos da empresa, antes de tomar qualquer decisão de investimento nessa plataforma”, conclui o executivo.

(Divulgação)
Cleber Paradela, VP de conteúdo e inovação da DM9 (Divulgação)

Fonte: Propmark

10 de Outubro de 2024 

Como vender ideias criativas para clientes avessos ao risco

às 18:37


Profissionais de marketing estão cada vez mais conservadores e focados na performance, tornando mais difícil a tarefa de vender criatividade

Criatividade não é uma venda fácil. Nunca foi e nunca será. Muitos profissionais de marketing se tornaram particularmente cautelosos e avessos a riscos, seja para atingir metas financeiras, evitar controvérsias ou ambos.

Profissionais de agência afirmam que foco em marketing de desempenho está matando o potencial de ideias criativas para anunciantes (Crédito: GaudiLab/Shutterstock)

Assim, está mais difícil do que nunca persuadir clientes a investir dinheiro em ideias, conforme afirmam diretores de criação, líderes de agência, consultores e profissionais de marketing, ouvidos pelo Ad Age.

A dependência excessiva do marketing de performance — investimento publicitário que pode estar diretamente vinculado a um ganho de receita — está matando a criatividade, declaram executivos de agências frustrados com as marcas se tornando ainda mais avessas ao risco do que o normal.

Eles apontam que, no último ano, anunciantes investiram mais neste tipo de marketing de geração de vendas e se afastaram de campanhas de marca disruptivas e de grande orçamento. Como resultado, se tornaram mais receosos com as aprovações das ideias, exigindo que as agências respaldem cada uma delas com pesquisas.

Fatores de impedimento

Além disso, a burocracia está sufocando as ideias, pois os departamentos, incluindo o financeiro, têm impedido decisões de marketing.

lguns profissionais de agências também declaram que um foco maior em atingir gerações mais jovens, inclusive a geração Z, levou alguns diretores de marketing a buscar validação de ideias criativas junto a mais pessoas, inclusive colaboradores juniores, o que acaba por dificultar o processo de defesa da campanha.

De acordo com os executivos, tal timidez e construção de consenso muitas vezes gera um resultado final muito diferente da ideia original. Projetos estão até mesmo sendo cancelados quando um novo insight, que vem do cliente, coloca em xeque a ideia criativa.

Embora nenhum dos apontamentos seja novidade, os fatores combinados estão chegando ao seu ápice.

Os profissionais de marketing têm bons motivos para agir com cautela, especialmente em um ano eleitoral e em um cenário em que as mídias sociais dão mais espaço para que consumidores expressem suas queixas sobre campanhas. Os criativos, por sua vez, às vezes são culpados de ir longe demais quando ficam sem um norte, e podem ficar tão presos a uma ideia que esquecem que estão a serviço dos negócios de seus clientes.

Em defesa dos profissionais de marketing

Nick Primola, vice-presidente executivo e CMO global da Association of National Advertisers, discorda que os profissionais de marketing estejam sendo muito cautelosos.

Os CMOs estão “tão otimistas quanto sempre, quando se trata de tentar ideias inovadoras e disruptivas”, afirma Primola. No entanto, essas ideias não se conectam a uma campanha de TV que demanda grandes investimentos, defende. Segundo ele, a disrupção é um esporte de equipe.

“O marketing agora está altamente interconectado com toda a empresa. Portanto, ideias disruptivas terão implicações para várias partes interessadas na empresa, incluindo as de vendas, serviço, funcionários da linha de frente, TI, franqueados, RH, cadeia de suprimentos, preços, comunicações e assim por diante. Isso significa que há uma dinâmica mais complexa de tomada de decisão para dar sinal verde a novas ideias. As agências que conseguem ajudar seus clientes a navegar por isso se tornam parceiras mais valiosas”, explica.

Excesso de confiança em dados e desempenho

Ainda assim, profissionais de agências comentam que as marcas estão muito determinadas a provar todas as ideias criativas possíveis com dados. Os próprios CMOs são pressionados pelo foco de seus CEOs no marketing de desempenho.

Maria Garrido, CMO da Deezer, confessa ter sentido essa pressão. Ele diz que “o pêndulo” estava muito para o lado da arte nos primeiros dias do marketing, e, agora, oscilou muito para a ciência e os dados. “Espero que encontremos um equilíbrio”.

Diversos entrevistados apontam a Nike como um excelente exemplo de estratégias de marketing aclamadas pela criatividade — com campanhas como “Is it the shoes?” com Michael Jordan e Spike Lee — que perderam o rumo ao enfatizar demais o marketing de performance e, como consequência, a empresa se viu diante de demissões em massa e declínios nas vendas.

Busca por equilíbrio

Como adianta Garrido, da Deezer, profissionais de marketing precisam equilibrar arte e ciência para obter um resultado completo.

“Para nós, o importante é realmente pensar nas melhores marcas de hoje, equilibrando o crescimento de curto prazo e as vendas de marca de curto prazo com a construção de marca de longo prazo”, complementa Jaime Robinson, cofundadora e diretora de criação da agência independente Joan.

Desde o início de um relacionamento com um cliente, Joan “planeja o que o profissional de marketing precisa realizar para atingir seus KPIs no prazo imediato” e, então, responde como é possível construir a marca para o longo prazo.

Se você é alguém que quer fazer “criatividade por diversão, arte ou o que for, então vá ser um artista”, acrescenta Robinson. “A publicidade é sobre ouvir, entender e aplicar a criatividade a um problema”.

Use dados a seu favor

Embora alguns criativos citem os dados como um ponto problemático para efetivamente tirar a criatividade do papel, outros dizem que os números podem ser usados ​​a favor da ideia.

A pesquisa pode ser a melhor amiga de uma agência. Al Merry, fundador e diretor de criação da agência independente, explica que sempre tenta mostrar aos clientes exemplos de trabalhos semelhantes que a agência já fez antes. “Isso é importante como garantia”, defende.

Ele também acha útil dar aos clientes várias ideias: “O que eles esperavam, o que achavam que iriam receber e também algo que não esperavam”. Para o fundador, isso faz com que os anunciantes fiquem muito mais “confortáveis” e abertos a ideias.

Fonte: Meio&Mensagem

11 de outubro de 2024 


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