Campanhas históricas dos 100 anos da Folha de S. Paulo

19 de fevereiro de 2021 às 12:47


Relembre clássicos como “Hitler”, “Presidentes” e “O Mundo”

Por Leonardo Araujo

Fundada em 19 de fevereiro de 1921, a Folha de S.Paulo chega aos 100 anos nesta sexta-feira (19). Além de um marco para o jornalismo brasileiro, a data também é uma boa oportunidade para que o mercado da publicidade reverencie trabalhos marcantes do periódico.

Afinal, as campanhas da Folha são consideradas por muitos como as melhores de um jornal brasileiro. Não à toa, a publicação é uma das mais premiadas em festivais internacionais de filmes publicitários.

PROPMARK relembra 10 clássicos abaixo:

“De Rabo Preso Com o Leitor”

Em 1986, quando o publicitário Jarbas de Souza, da Jarbas Publicidade, lançou o bordão “De rabo preso com o leitor”, para sintetizar a independência em relação a governos e partidos, a Folha começou a colocar na mente do leitor a sua filosofia como jornal.

“Esse país tem um alarme”

O primeiro resultado da parceria entre Washington Olivetto e Folha surgiu em 1987, com a campanha do alarme. O publicitário havia acabado de fundar com sócios suíços a W/GGK — agência posteriormente deu origem à W/Brasil e depois WMcCann. O filme exibia manchetes de impacto, como “Bomba do terror causa morte no Rio” e “300 mil nas ruas pelas diretas”, enquanto uma sirene soava. De repente, vinha o slogan “este país tem um alarme, Folha de S.Paulo”.

O melhor comercial brasileiro?

“Hitler”, feito em 1988 pela W/GGK, é considerado um dos grandes clássicos da propaganda brasileira.

Certo dia, o então jovem redator Nizan Guanaes entrou na criação com a ideia pronta na cabeça. Enquanto o desenho de um homem ia tomando a tela, uma voz em off diria frases como “este homem salvou seu país”, “reduziu a inflação de um milhão por cento para 25% ao ano”, entre outras virtudes que só terminariam quando o espectador percebesse de quem era o rosto do desenho: Adolf Hitler.

O comercial culmina com a assinatura: “É possível contar um monte de mentiras só dizendo a verdade. Por isso, é preciso tomar muito cuidado com a informação e o jornal que você recebe”. A assinatura funciona como a cereja do bolo: “Folha de S.Paulo, o jornal que mais se compra e o que nunca se vende”. A direção de Andrés Bukowinski se tornaria marca registrada das campanhas do jornal.

Collor

Em maio de 1991, Olivetto e Folha ironizaram o então presidente Fernando Collor de Mello. A campanha “Collor antes e depois” mostrava imagens e frases inesquecíveis de seu delírio, como “Eu sou contra calote, incluída a poupança”.

Apanhando

Ao som de “Parabéns a Você”, repórteres são agredidos por políticos e esportistas, soldados e policiais, homens e mulheres.

No final do vídeo em preto e branco, entra a locução: “Nestes 75 anos a gente apanhou um bocado. Mas aprendeu a fazer o melhor jornal do país. Folha de S.Paulo. Não dá pra não ler”.

O comercial foi criado em 1997 pela agência F/Nazca.

Presidentes

Produzido por Aba Filmes, este comercial da W/Brasil para a Folha de S. Paulo celebrava os 75 anos do jornal. O comercial conta a história dos principais presidentes da nação nos últimos 75 anos (o filme, vale lembrar, é de 1996). Um clássico feito com a trilha do Hino Nacional de fundo.

O Mundo

Outro clássico, este de 1998, mostra o poder de síntese e a redação primorosa daquele período. Criado pela W/Brasil, o filme venceu o Clio em 1999 e segue a mesma estética dos outros do período.

Rato

Quem viveu os anos 90 e a década de 2000 certamente se lembra do número 3224-4000. O culpado dessa lembrança é um ratinho cinza meio amalucado. Ao longo dos anos, ele foi cavaleiro, bebê, jogador de futebol e contracenou com estrelas do porte de Carla Perez para mostrar que a Folha tinha a melhor oferta para os anunciantes. O bichinho foi criado pela W/Brasil e protagonizou alguns clássicos:

Moscas

O filme abaixo, criado em 2009, foi um dos primeiros comerciais da Africa para a Folha de S. Paulo. Dirigido por Fernando Meirelles e Paulo Caruso, o vídeo mostra colunistas do jornal, incluindo José Simão, os saudosos Clóvis Rossi e Gilberto Dimenstein, além de Barbara Gancia e Ruy Castro, cantando trechos de “Mosca na Sopa”, de Raul Seixas.

“A Folha publica, todo mundo replica”

Em uma campanha recente produzida pela TV Folha, o jornal mostra que incomoda tanto Jair Bolsonaro que pode lançar uma campanha protagonizada pelo próprio presidente, tamanha é sua obsessão pela publicação.

Fonte: PropMark


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