Accenture Song confirma aquisição da Soko, que se torna Droga5

2 de maio de 2024 às 19:39


David Droga fala sobre aquisição da agência liderada por Felipe Simi, que segue à frente da nova operação

Isabella Lessa
2 de maio de 2024 – 10h30

Fundada por Felipe Simi, Soko é adquirida pela Accenture Song e adota marca Droga5 (Crédito: Arthur Nobre)

A Accenture Song oficializou a compra da Soko — negociação revelada por Meio & Mensagem em dezembro — e integrará a agência à operação da Droga5 São Paulo, que iniciou atividades no País em fevereiro de 2022.

Com isso, a marca Soko, fundada em 2015 por Felipe Simi e Pedro Tourinho, deixa de existir, e tanto a liderança quanto toda a equipe de mais de 250 pessoas passam a responder como Droga5 – que, por sua vez, importa o portfólio de clientes da agência brasileira, que inclui contas como Spotify, Unilever, Guaraná Antarctica, Beck’s e Riachuelo.

CEO e creative chairperson da Soko, Simi comandará a Droga5 São Paulo ao lado da coCEO Brisa Vicente e do COO Felipe Belinky — o mesmo trio que lidera atualmente a Soko.

David Droga, CEO global da Accenture Song, começou as conversas com a Soko há cerca de um ano, mas conta que conhece a agência há muito mais tempo, antes mesmo de cogitar comprá-la.

“Uma pessoa criativa reconhece talentos e empresas criativas onde quer que estejam, e a Soko já estava no meu radar”, afirma Droga. “Não estou tentando comprar escala ou receita. Estou tentando comprar uma combinação de momento, habilidades, cultura e pessoas que acreditam no que podemos fazer juntos. É uma decisão emocional tanto quanto uma decisão de negócios”.

Embora considere que a Droga5 e a Accenture Song como um todo estejam bem munidas de pessoas e recursos, Droga diz que havia a necessidade de se movimentar mais rápido. Então, começou a conversar com Eco Moliterno, CCO da Accenture Song na América Latina, e com outras lideranças locais, para dar os próximos passos nesse sentido.

O começo da Droga5 São Paulo

No mercado brasileiro, a Droga5 São Paulo começou com o trio formado pelo CCO Renato Zandoná, pela managing director Stefane Rosa, e pelo group strategy director Nick Maschmeyer, tendo Netflix como cliente inaugural, além de projetos para a ONG Gerando Falcões.

Meses depois, a Levi’s escolheu os escritórios de São Paulo e Nova York  da Droga5 para criarem a campanha global em comemoração aos 150 anos do jeans 501. A equipe criativa de ambos os países foi comandada por Zandoná.

Depois de dois anos e meio à frente do escritório brasileiro, Zandoná voltou para a AKQA para assumir a posição de diretor executivo de criação da rede na América Latina, enquanto Stefane retornou à Droga5 Nova York. Já Maschmeyer está atuando como consultor criativo independente.

A saída dos profissionais ocorreu em fevereiro deste ano, quando as negociações de compra da Soko já estavam adiantadas.

“As pessoas que começaram a Droga5 no Brasil são ótimas. Esse movimento de agora foi conduzido com respeito a todas as partes e é um ganha-ganha para todos: para o mercado local, para a Song globalmente e para a Droga5. Alguns dos líderes da Droga5 São Paulo voltaram para Nova York, outros foram para outros players do mercado”, comenta Droga. Eco complementa: “o time que fundou a Droga5 fez um tremendo trabalho, trouxeram clientes como Netflix. E agora começamos um novo capítulo, será grande”.

Expansão da Soko

Com a aquisição da Soko, a Droga5 São Paulo avança alguns estágios no que diz respeito à sua posição no mercado de comunicação brasileiro. Afinal, a agência comandada por Simi, Belinky e Brisa detém um conjunto de contas importantes, como as já mencionadas anteriormente.

Responsável pela publicidade de Guaraná Antarctica desde 2020, recentemente a Soko ampliou participação na Ambev ao conquistar a conta da cerveja Beck’s. Também atende Stella Artois e Corona, outras duas marcas da companhia de bebidas.

Forjada inicialmente como agência de relações públicas, direcionada pela lógica do earned media, a empresa começou a realizar compra de mídia quando a Flagcx realizou a fusão da Soko com a Cubocc, em agosto de 2021.

A transformação no modelo não alterou, porém, a mentalidade que originou a Soko, garantiu Simi em entrevista concedida ao Meio & Mensagem em 2022: “No cenário de compra de mídia, o que nos diferencia das outras agências é criar a partir da disseminação orgânica da mensagem de marca e não dos canais pré-estabelecidos de comunicação. Digo que nossa visão de canais está pautada na frase ‘conquistar antes de pagar’, isso que rege nossa comunicação. Com isso, dinheiro do cliente acaba valendo mais porque nasce com essa perspectiva da entrega orgânica de mídia”, explicou.

Para além da publicidade

No mês passado, começou a ser veiculada a campanha global, criada pela Soko, que celebra o movimento Beleza Real, iniciado por Dove há 20 anos, e que inicia um novo capítulo na missão da marca da Unilever: desafiar os padrões estéticos agora também perpetuados pela inteligência artificial generativa (GenAI).

Para além dos trabalhos para as marcas, um dos objetivos centrais da Soko como empresa é o fomento à inclusão e à equidade na indústria publicitária brasileira, além da defesa de práticas sustentáveis no negócio.

Um dos reflexos dessa intenção foi a assinatura do compromisso com a Aliança sem Estereótipos, durante encontro com a ONU Mulheres, em Nova York, realizado em fevereiro. A agência aproveitou a ocasião para comunicar o lançamento da Walk, consultoria dedicada a ajudar as marcas a geraram impacto social por meio da comunicação — que tem à frente Gabriela Rodrigues, vice-presidente de impacto da Soko.

Fonte: Meio&Mensagem


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