Globo propõe reflexão sobre o futuro pós-pandemia

22 de fevereiro de 2021 às 14:26


Com pesquisa, campanha, debates e mostra no Museu do Amanhã, grupo aborda as transformações que o período trará para as paessoas

Bárbara Sacchitiello

As transformações decorrentes de um período tão atípico como esse quase um ano de pandemia não esbarram apenas na maneira como as pessoas vivem e trabalham. A maneira como as pessoas consomem, buscam entretenimento, se relacionam e cuidam da saúde também deve ser modificada. Para começar a colocar um termômetro e entender o clima dessa era pós-pandemia, a Globo, desde o ano passando, vem se debruçando em um projeto que, por meio de diversas frentes, pretende jogar luz às transformações que o novo coronavírus já trouxe e que ainda vai trazer para a sociedade brasileira.

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Batizado de “Quanto Isso Tudo Passar”, o projeto terá desdobramento em outras plataformas do grupo e conta com diversas iniciativas: uma pesquisa de opinião feita em parceria com o Datafolha, que será apresentada ao mercado publicitário nesta terça-feira, 23; uma campanha publicitária que convida para uma reflexão sobre o futuro; a série Conversas Sobre o Amanhã, que será exibida no Globoplay e uma mostra sobre os impactos da Covid-19, que ocupará os espaços do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

O start desse projeto começou no sábado, 20, com o lançamento do filme publicitário em todos os canais e plataformas da Globo. A peça institucional faz um convite para que as pessoas pensem no tipo de legado que o enfrentamento à crise deixará para o mundo, ressaltando a importância do autocuidado com si próprio e com quem se ama como um dos principais legados. Veja:

Outro pilar que compõe o projeto da Globo é a série de debates “Conversas para o Amanhã”, que será exibida no Globoplay e no YouTube do Museu do Amanhã, parceiro na iniciativa. Nos próximos dias 25 e 26 de fevereiro e 1, 2 e 3 de março, personalidades irão dialogar sobre os impactos da Covid-19 nos novos tempos, abordando temas como saúde, sociedade e ciência. A etapa visual e sensorial do projeto começa no próximo dia 4, com a estreia da mostra “Coronaceno: Reflexões em Tempo de Pandemia”, realizada no Museu do Amanhã e que conta com parceria de conteúdo da GloboNews e da Fiocruz.

Diretor de marca e comunicação da Globo desde o início de 2021, Manuel Falcão explicou a reportagem o propósito do projeto e a forma como o grupo vê as transformações sociais no pós-pandemia.

Meio & Mensagem: Quando a Globo começou a dar forma ao projeto “Quando isso tudo passar” e por que razão o grupo achou que era importante mergulhar nessa análise a respeito desse período?Manuel Falcão: 2020 foi um ano que nos trouxe diversos desafios e aprendizados, além de uma visão de cooperação mais necessária do que nunca para que esse momento passe. Nesse contexto, com a chegada da vacina, a reflexão sobre o futuro pós-pandêmico ganhou ainda mais importância. O projeto ‘Quando isso tudo passar’ nasceu de uma provocação do Sergio Valente, que nos desafiou a pensar sobre como precisamos entender a atualidade, além dos aprendizados e legados que levaremos desse período, para moldar um novo amanhã. É esse convite para a sociedade que estamos fazendo.

M&M: Em termos gerais de comportamento, quais são as principais mudanças que você acredita que as pessoas irão carregar dessa pandemia?
Falcão: O caráter coletivo do enfretamento à pandemia nos influenciou de diversas maneiras, inclusive acompanhando mudanças de sentimentos e hábitos da população. E algumas dessas tendências de comportamento estão embarcadas no projeto, seja no próprio tom da campanha, ou mesmo nos resultados da pesquisa ‘Ideia de futuro: O Brasil pós-pandemia pode ser melhor?’. Acredito que aspectos como a solidariedade social, o cuidado com o outro (principalmente com a família) e a maior atenção à saúde certamente vão seguir presentes, de alguma forma, com a superação da crise. Esses e outros pontos foram corroborados no nosso levantamento. As ações sociais, por exemplo, ganharam força. O crescimento da conscientização ambiental e da busca por um estilo de vida mais sustentável também. Outro ponto relevante é a busca do equilíbrio na vida pessoal e profissional, tendência que foi bastante aprofundada nos últimos meses. Além disso, a crise afetou o bolso do consumidor, que deve pensar mais em planejamento financeiro e no uso de serviços digitais.

Manuel Falcão: “Acredito que aspectos como a solidariedade social, o cuidado com o outro (principalmente com a família) e a maior atenção à saúde certamente vão seguir presentes” (Crédito: Divulgação)

M&M: E em termos de consumo de conteúdo? Já é possível ter um indício de para onde os hábitos das pessoas serão direcionados?
Falcão: A crise sanitária atual impactou não só a produção de conteúdo, mas também a forma como as pessoas consomem esse conteúdo. E esse processo certamente reverberará no pós-pandemia. De 2020 até agora, é perceptível o crescimento da relevância do jornalismo como prestação de serviço, e uma busca maior do público pelo entretenimento, inclusive pela imposição de novas rotinas. Na outra ponta, a transformação da pirâmide etária no Brasil acompanha famílias cada vez mais multigeracionais, o que reforça o aumento de consumo de conteúdos multiplataforma. Por isso, vejo a produção de conteúdo caminhando paralelamente a essa transformação de hábitos da sociedade. Este é um caminho que a Globo seguirá pavimentando, construindo diálogos com a sociedade e oferecendo ao público conteúdos que gerem reflexão.

M&M: Conte um pouco sobre a campanha: qual será o tom dos filmes e das peças publicitárias e que mensagem elas pretendem passar ao público?
Falcão: Eu diria que, mais do que uma campanha, este é um movimento integrado da Globo em todas as suas plataformas, com desdobramentos nos canais, seus perfis nas redes sociais, a exibição das conversas no Globoplay e a exposição no Museu do Amanhã. Os filmes começam a ser veiculados no dia 20, contam com desdobramentos nos canais Globo e seus perfis nas redes sociais, ampliando as pontes de contato com as pessoas. É um chamado para uma reflexão não só sobre o momento atual, mas sobre como esse período afetará o nosso futuro. Sobre quais são esses potenciais legados e aprendizados que levaremos para toda a vida, como a importância de não esquecer o ‘cuidar de si’ e o ‘cuidar dos outros’. Essa força das conexões humanas, dessa capacidade de ligarmos milhões de uns a milhões de outros – ainda que à distância -, foi um importante fio condutor para a criação das peças. Tivemos ainda um cuidado adicional de transpor essa mensagem única alinhada à linguagem e ao tom das nossas plataformas em que a campanha será exibida, incluindo o digital. Levando em conta o olhar jornalístico da GloboNews, a veia criativa do universo Gloob, todo o imaginário coletivo por traz do esporte para o SporTV, o toque ‘fun’ do Multishow, o entretenimento comportamental do Viva e GNT, além do aspecto mais informativo do Futura e do olhar social da Fundação Roberto Marinho. Tudo isso para entregar uma conexão genuína com o público e a possibilidade de criarmos uma verdadeira corrente de solidariedade e esperança.

M&M: Como a Globo definiu os temas para as cinco rodadas de conversas? É possível que esse projeto ganhe uma nova rodada?
Falcão: O ‘Conversas para o Amanhã’ é resultado de uma colaboração entre Globo, GloboNews e Museu do Amanhã, e a definição dos temas levou em conta alguns dos pontos centrais que vivemos atualmente, que também devem inspirar reflexões sobre o futuro pós-pandêmico. Até por isso ‘tematizamos’ as discussões tanto em torno de assuntos mais urgentes, quanto no que teremos de cauda longa. Nessa esteira, acompanhar as discussões em torno de temas como a ciência, a cultura, os impactos da crise na sociedade e os desafios sociais, econômicos e ambientais foi a maneira que encontramos de pautar o presente, de entender como esses tópicos vão evoluir com o passar da pandemia e de que forma eles poderão se desdobrar e impactar as próximas gerações. Outro ponto importante é que os eixos temáticos dessas conversas estão diretamente ligados aos ambientes e à estética da exposição ‘Coronaceno: Reflexões em tempos de pandemia’.

M&M: Que mensagem a Globo pretende passar com a mostra no Museu do Amanhã?
Falcão: A exposição quer ir além de aproximar o público dessa temática que parou o mundo, trazendo uma série de perspectivas e óticas sobre as questões ligadas à pandemia e a como pensar o amanhã. É uma experiência – realizada pelo Museu do Amanhã, em parceria com a Globo, GloboNews e Fiocruz – que tem um intuito de questionar. De abrir os olhos para a nossa forma de existir e de resistir no futuro. De mostrar a multiplicidade dos que seguem na linha de frente e como isso espelha a solidariedade que marca outras partes do projeto. De demarcar as perdas imateriais que esse período nos deixou. De falar sobre a sociedade, o meio ambiente, a cultura e a ciência. Todo esse arcabouço que marca a exposição é uma maneira de consolidar para o público esse ciclo de reflexão tão essencial.

M&M: Embora todo o estudo e projeto fale do pós-pandemia, sabemos que a ameaça da Covid-19 ainda está longe de terminar no Brasil. Em sua opinião, essas transformações na forma de pensar e nos hábitos das pessoas já estão acontecendo?
Falcão: Essa transformação é uma realidade iminente. É claro que esse processo não acontece de forma uníssona, inclusive porque somos uma sociedade plural e que passa por um momento muito delicado com a pandemia do coronavírus. Porém é nesse contexto de mudança e adaptação que nos vemos imersos desde março de 2020. Um contexto que nos fez adaptar desde pontos mais básicos da nossa existência (como as formas de trabalho, a maneira de nos relacionarmos e as práticas de limpeza e higiene, por exemplo), até outros comportamentos sociais que já vinham sendo repensados (como o uso de transporte individual e a aceleração de comportamentos digitais). Tudo isso tem um impacto, uma ‘marca’ própria na forma como encaramos o hoje e também o amanhã. Talvez, por isso, o diálogo e esse ‘pensar junto’ seja cada vez mais importante para o nosso futuro.

Fonte: Meio&Mensagem


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