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Quais são as apostas dos criativos brasileiros para Cannes

Publicado em 04/06/2025 às 16:09, por: Patricia Alexandre

Um dos trabalhos mais citados foi o da alemã Serviceplan para a rede de supermercados Penny; veja todas as indicações

Daqui a menos de duas semanas, no próximo dia 16, os olhos da publicidade mundial vão se voltar à Riviera Francesa, onde acontecerá mais uma edição do Cannes Lions.

Em 2025, em especial, o Brasil será destaque, afinal, vai ser o primeiro a receber o título de ‘País Criativo do Ano’, premiação criada neste ano que homenageará os principais protagonistas da criatividade global.

A escolha do Brasil não é à toa, já que o mercado tem 1.911 Leões desde 1971, sendo 20 GPs. Em 2024, o país recuperou a segunda colocação no ranking global de premiação com 92 Leões.

Quem sabe fazer – e fazer bem, diga-se –, claro, sabe dizer quais serão os trabalhos para acompanhar durante o festival. O propmark perguntou para criativos das principais agências do mercado quais os cases deverão ganhar destaque neste ano.

O mais citado pelos profissionais ouvidos pela redação foi ‘Price Packs’, desenvolvido pela Serviceplan, da Alemanha, para a rede de supermercados Penny.

A Price Packs é uma marca focada exclusivamente no preço, a começar pelo design da embalagem dos produtos. O objetivo foi ajudar os consumidores a identificar imediatamente os melhores preços.

“Uma ideia criativa com impacto no negócio que reafirma o compromisso da marca com a estabilidade dos preços”, disse Benjamin Yung, CEO da DPZ.

Veja abaixo as indicações dos criativos para o Cannes Lions 2025:

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Um dos meus cases brasileiros favoritos para Cannes este ano é o case ‘Interrupted Goal‘, da Fiat. Não apenas pela ideia criativa e execução cirúrgica, mas pelo domínio preciso do timing cultural. A campanha transformou uma falha, a interrupção de um gol ao vivo por um comercial, em oportunidade. Em menos de 24 horas, devolveram ao torcedor o momento perdido. Mais do que um pedido de desculpas, foi um gesto de respeito pelo território mais sagrado do brasileiro: o futebol”‌ ‌Mauro Ramalho, CCO da Publicis Brasil

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Minha aposta vai para o case ‘The final exam’, da Energy BBDO para Change the Ref. A ONG é o mesmo cliente de cases icônicos como The Lost Class e Bring Back Lockdown e dessa vez a ideia vem na forma de um game. Acredito que os jurados – muitos deles gamers – vão se identificar com o case. Não apenas pelo apoio ao controle de armas, mas por ser uma ideia que defende o game. Há muito tempo a questão da violência de armas é (erradamente) atribuida aos games violentos, então a idéia de usar um game para combater isso é exatamente a invertida criativa que vai bem em Cannes. O jogo foi desenvolvido pela agência de games Druid e tem um craft e autencidade assustadora”, Rafael Donato, CCO da Ogilvy Brasil

“Propaganda às vezes diverte, às vezes emociona, às vezes vira conversa de bar e às vezes nos dá um tapa na cara. ‘Plastic blood’, da DM9, é uma dessas. Na minha opinião, uma das ideias mais fortes do mundo esse ano, feita com um primor absurdo e favorita a leão grandão”, Otavio Schiavon, VP de Criação da BETC Havas

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Pelos resultados recentes dos principais prêmios internacionais, já dá pra perceber cases que vêm sendo superconsistentes. É o caso da campanha ‘Price packs’, da Serviceplan Germany para a rede de varejo Penny. Um case que já levou 2 GPs no Eurobest, um Grand Clio e 3 Yellow Pencil no D&Ad. Deve chegar bem forte em Cannes em categorias como Design, Creative Commerce e Media. Sua fortaleza é justamente a simplicidade quase irritante, mas muito centrada no negócio. Cannes vem se movimentando para premiar cases assim nos últimos anos e esse provavelmente vai ser um deles”, Tiago Abreu, ECD da GUT

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Acredito que uma campanha que pode levar alguns leões este ano é o case ‘Daisy vs Scammers’, da Virgin Media O2. Eles pegaram uma discussão global sobre o uso de IA para aplicar golpes e inverteram a lógica, usando IA para combater golpes. Por ter um contexto cultural muito atual, ineditismo da ideia e repercussão global que teve, merece levar alguns leões pra casa”, Rafael Ziggy, CCO na Droga5 São Paulo

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O que adoro na campanha de Cheetos, ‘Other hand’, e que foi traduzida para o Brasil como Dedos de Cheetos, é a simplicidade em pegar algo que só a marca pode falar e usar esse asset que, a princípio soaria como negativo, e elevar para algo proprietário. Assim, a marca deu margem para o público participar e amplificar a ideia trazendo algo do produto em suas mãos, literalmente. Essa leveza na abordagem ajudou as pessoas entrarem na brincadeira via redes sociais, trazendo essa aproximação ao público”, Alexandre Ravagnani, CCO da Cheil Brasil

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Acredito que ‘Osso premiado’, do KFC Brasil e criado pela DM9, vai fazer bonito em Cannes. Memória afetiva na veia né? Transformaram os palitos premiados da infância em uma experiência de marca inesperada, gravando prêmios a laser nos próprios ossos de frango. Uma ideia simples, mas a pegada nostálgica e a execução inovadora deixaram ela muito potente: conversa com o comportamento do consumidor, ativa o ponto de venda com criatividade e entrega uma experiência surpreendente. Tanto que já foi reconhecida com dois Ouros no Clio”, Dani Ribeiro, CCO da WMcCann

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Com um craft poderoso, o case ‘Death gold’, da DM9, escancara o trágico impacto da mineração sobre o povo Yanomami. Ao unir design e propósito, o projeto tem tudo para se tornar um dos grandes destaques do Brasil no Festival”, Rafael Gil, CCO da Artplan

“‘Hype friday‘ é uma ideia simples e que entrega muito bem o papel da marca. Mostra um grande entendimento do comportamento de colecionadores e fandoms, invertendo a premissa da Black Friday para transformar o consumo desenfreado da data em uma perspectiva sobre investimento”, Rafael Alves, diretor-executivo de criação da LePub São Paulo

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Com a inflação fazendo os preços mudarem a todo momento, uma rede de supermercados comprometida com preços baixos alterou todos os rótulos e embalagens dos produtos da sua marca própria para destacar o seu preço. Uma ideia criativa com impacto no negócio que reafirma o compromisso da marca com a estabilidade dos preços. ‘Price packs’ é extremamente pertinente para o momento que o Brasil passa, mas, por incrível que pareça, aconteceu na Alemanha. Essa campanha conquistou 4 Lápis no D&AD, incluindo 2 Yellow Pencil”, Benjamin Yung, CEO da DPZ

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Tenho muitos favoritos este ano. Gosto muito da campanha ‘Pesquise meu corpo‘,‌ ‌de O Boticário, pois traz uma iniciativa ampla que vai muito além da comunicação,‌ ‌pautando um tema urgente que é o conhecimento sobre a saúde feminina”, Laura Esteves, VP de criação da DM9

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Minha aposta para Cannes 2025 é Rainbow wool, da Alemanha — uma ideia tão absurda quanto genial: transformar a lã de carneiros gays (sim, isso existe e sim, eles eram descartados por não se reproduzirem com fêmeas) em peças de moda que financiam projetos LGBT mundo afora. A campanha mistura propósito com estética, e sarcasmo com estratégia. Mais do que falar de inclusão, ela desafia padrões da forma mais provocadora possível, usando a indústria da moda como megafone e um carneiro colorido como manifesto”, Rodrigo Marangoni, diretor-executivo de criação da Galeria.ag

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One Second Ads‘ é uma ideia nascida de um insight comportamental genuíno, executada de forma inovadora e absolutamente nativa ao contexto das plataformas digitais. A campanha subverte o formato tradicional, toca em um ponto central que é a atenção nas redes e conecta a marca de forma autêntica com a cultura dos fãs de música. Uma solução simples, culturalmente relevante e impossível de ser ignorada”, Juliana Leite, VP de projetos especiais e conteúdo criativo da Africa Creative

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Price packs‘ é uma ideia incrivelmente simples e visualmente muito bem resolvida. Além disso, o cenário atual de inflação alta e insegurança da economia nos Estados Unidos, deixa essa ação ainda mais relevante e ‘premiável'”, Luis Constantino, CEO da Oliver

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A$AP rocky‘ é um vídeo clipe visualmente surreal e surpreendente a cada frame. Uma linguagem nova, que desafia a estética tradicional dos clipes. Combina uma linguagem urbana com memes, perfeito para um mundo que precisa de uma novidade a cada milésimo de segundo. Sem falar que tem como cenário a cidade de Kiev na Ucrânia. Tudo no clipe da Iconoclast passa um recado. Até a locação”, Toni Fernandes, sócio e diretor de criação da monkey-land

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Submerso‘, da Apple Vision Pro, é um filme imersivo para usuários dessa tecnologia, com 17 minutos, e que coloca as pessoas em um navio que está afundando. O case representa o futuro do entretenimento imersivo e traz a consagrada narrativa de uma marca icônica no formato cinematográfico e mostra como a tecnologia pode caminhar lado a lado a experiências humanas”, Alvaro Rodrigues, sócio-fundador e CEO da Made

Fonte.: https://propmark.com.br/

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