É o fim do home office? Especialistas analisam o retorno do presencial

Algumas empresas têm investido na volta do trabalho presencial, mas casos como a superlotação do prédio da WPP acendem alerta
Cinco anos atrás, em meio ao pico da pandemia da Covid-19, o mercado se viu obrigado a adotar o trabalho remoto como solução para o isolamento social. Profissionais de diversos setores passaram a trabalhar de casa — na medida do possível e nas funções possíveis. De acordo com o FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), em 2021, 57,5% das empresas no Brasil adotaram o modelo de home office, seja parcial ou totalmente.
Com a tendência, alguns benefícios associados ao formato foram observados, como explica Miriam Rodrigues, docente do curso de administração do Mackenzie e especialista em comportamento organizacional: “O home office foi amplamente adotado durante a pandemia e mostrou vantagens como maior produtividade, redução de custos operacionais e mais qualidade de vida para os colaboradores”.
Pedro Signorelli, especialista em gestão com foco em OKR (Objectives and Key Results), reforça a perspectiva positiva dos colaboradores, e destaca a autonomia, liberdade e foco como pontos-chave para tal aprovação. “A liberdade para gerir o tempo, o foco no que realmente importa e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional se tornaram um grande diferencial”, observou.

o entanto, a taxa de adesão caiu para 32,7% em outubro de 2022, segundo o mesmo levantamento. Vale destacar que, na época — e ainda hoje —, o setor de comunicação foi um dos que mais aderiram ao modelo, isso porque, até 2022, 89,5% das empresas do segmento de serviços de informação e comunicação declararam ter adotado ou já estarem adotando o trabalho remoto. Ainda assim, até mesmo nesse mercado, o número caiu, baixando para 74,2% em 2023.
Se antes o home office parecia uma tendência crescente e consolidada, agora o trabalho presencial se mostra mais popular. Os dados da pesquisa ‘People at Work 2025’, realizada pelo ADP Research Institute com quase 38 mil entrevistas em 34 mercados ao redor do mundo, reforçam essa tese.
Globalmente, 56% dos trabalhadores afirmaram atuar de forma totalmente presencial — um aumento de dois pontos percentuais em relação a 2023 e de oito pontos em relação a 2022. Dos consultados, apenas 12% seguem em modelo totalmente remoto, enquanto 32% operam em regime híbrido (que intercala o trabalho presencial com o remoto). No Brasil, o movimento não é muito diferente.
Hoje, 53% dos trabalhadores estão inseridos novamente no modelo presencial, 35% seguem em regime híbrido, e 12% continuam atuando remotamente em tempo integral.
Fonte: Propmark