Ir para o conteúdo

Creators periféricos movimentam vendas e mudam o jogo da publicidade

Publicado em 05/08/2025 às 18:03, por: Patricia Alexandre

Digital Favela e Data Favela comprovam resultados gerados por influenciadores, mas narrativa deve ser autêntica e gerar identificação

A nova pesquisa do Data Favela, instituto criado pela Central Única das Favelas (Cufa) em parceria com o Instituto Locomotiva, reforça o que a Digital Favela já percebe na prática: as favelas não são apenas territórios invisibilizados, mas potências econômicas e culturais em constante expansão. Com 17,2 milhões de moradores e um consumo estimado em R$ 300 bilhões anuais, esses territórios ditam tendências e desafiam marcas a se conectarem com autenticidade.

“Sem esses dados, as marcas continuam no achismo e não entendem de verdade o que gera negócio na favela”, afirma Tiago Trindade, cofundador e CCO da Digital Favela. A empresa já realizou três levantamentos em parceria com o Data Favela. Hoje, possui quase 50 mil criadores de conteúdo cadastrados.

A identificação é a força desses influenciadores. “A marca já está na favela. Só quem não está lá são os decisores. O tênis está lá, a comunicação está lá, quem não está é o departamento de marketing”, critica Trindade.

Tiago Trindade, cofundador e CCO da Digital Favela: ‘A marca já está na favela. Só quem não está lá são os decisores

Para Bruna Hasclepildes, coordenadora de pesquisas do Data Favela, “esses territórios giram muita grana. Tem uma demanda reprimida de pessoas que querem consumir, mas são ignoradas por marcas que não enxergam esse potencial. E aí, chega uma hora em que a marca acaba sendo engolida, e precisa engolir esse consumidor”, afirma.

Lacoste e Kenner já perceberam esse movimento. “A Lacoste se consolidou dentro desses territórios e, quando viu, teve de começar a olhar de verdade para esse público. Hoje, dialoga com influenciadores como MC Hariel. O consumidor pode até não ter grana à vista, mas parcela, paga em dia, quer consumir — e com respeito.”

WhatsApp