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IA pode impactar 40% dos empregos em todo o mundo na próxima década, alerta agência da ONU  

Publicado em 20/05/2025 às 16:56, por: Claudia Sinapro-SP

Relatório da ONU aponta os possíveis impactos da Inteligência Artificial no mercado de trabalho global

A previsão indica que a tecnologia poderá substituir ou complementar o trabalho humano, aprofundar a automação e criar novas oportunidades,. Créditos:Freepik.

Um relatório divulgado pelo Departamento de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (UNCTAD) alerta que a Inteligência Artificial (IA) pode impactar cerca de 40% dos empregos em todo o mundo nos próximos dez anos. 

A previsão indica que a tecnologia poderá substituir ou complementar o trabalho humano, aprofundar a automação e criar novas oportunidades, principalmente em áreas de pesquisa e desenvolvimento.

Segundo o portal Euronews, o estudo revela que, com o avanço da IA, poucas empresas globais tendem a ser favorecidas, privilegiando o capital em detrimento do trabalho e colocando em risco a competitividade de países em desenvolvimento que dependem de mão de obra de baixo custo.

O relatório estima que a IA gerará um valor de mercado de US$ 4,8 trilhões até 2033, porém, os lucros estão concentrados em apenas 100 empresas, majoritariamente dos Estados Unidos e da China. Esses dois países também são responsáveis por um terço dos artigos científicos revisados por pares e dois terços das patentes globais no setor, consolidando um domínio tecnológico que, segundo a UNCTAD, pode ampliar desigualdades e excluir nações em desenvolvimento dos benefícios econômicos.

A pesquisa aponta ainda que gigantes da tecnologia, como Apple, NVIDIA e Microsoft, possuem valor de mercado equivalente ao PIB de todo o continente africano. Enquanto isso, Amazon e Alphabet, controladora do Google, somam cerca de US$ 2 trilhões. A União Europeia já iniciou investigações antitruste contra essas empresas e considera revisar a tributação sobre serviços digitais em suas operações no continente.

No campo das tecnologias emergentes, o estudo revela que os Estados Unidos lideram em Inteligência Artificial, big datablockchain e impressão 3D, enquanto a China se destaca em redes 5G, drones e energia solar fotovoltaica. Japão e Coreia do Sul também aparecem como referências em nanotecnologia e robótica.

Entretanto, a ONU aponta que 118 países, em sua maioria localizados no Sul Global, estão à margem das discussões sobre governança da IA, o que pode acentuar ainda mais as desigualdades econômicas e tecnológicas.

Para reverter esse cenário, a UNCTAD sugere que os países em desenvolvimento invistam em infraestrutura digital, incluindo internet de alta qualidade e capacitação em habilidades digitais, além de propor a criação de um centro global compartilhado para democratizar o acesso a ferramentas e processamento computacional de Inteligência Artificial.

Fonte: Fast Company

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