Cannes Lions aponta para ideias simples que impactam os negócios e a sociedade
1 de julho de 2024 às 18:48
Cases premiados comprovam efetividade para solução de desafios; criativos falam sobre perenidade das ações e destacam fator humano
Os trabalhos premiados no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions 2024 apontam para ideias simples, mas potentes no uso da criatividade para solucionar problemas globais. Elas são perenes, escaláveis e demonstram relevância social e nos negócios. O Leão está cada vez mais feroz na caça por resultados efetivos. “A propaganda voltou. Essa foi a grande tendência. Ideias fortes para produtos, com humor, para serviços, causas, para a vida. Poucos truques e traquitanas”, analisa Flavio Waiteman, sócio e CCO da Tech&Soul.
As 30 categorias da 71ª edição do Cannes Lions somaram 26.753 inscrições, ante as 26.992 peças submetidas em 2023. O Brasil encerrou a sua participação com 92 Leões, mesmo volume de prêmios conquistados no ano passado.
O país ganhou dois GPs, 14 Ouros, 31 Pratas e 45 Bronzes. Praticamente empatadas, DM9 e AlmapBBDO lideram o ranking nacional, com 112 e 111 pontos, respectivamente. Levaram também o mesmo número de prêmios. Foram 16 Leões para cada uma. O top 5 fecha com a GUT, VML e Africa Creative.
A competição de Film, a mais tradicional do evento realizado há 71 anos, exemplifica o retorno da propaganda criativa e eficaz. As produções classificadas na shortlist apresentaram um elevado padrão de qualidade. “Começava com uma ótima história para pegar a sua atenção, e a produção cinematográfica te levava até o fim. A frase ‘eu entendi, mas ninguém vai entender’ está entrando cada vez mais em desuso”, avalia Waiteman.
Dos 190 concorrentes em Film Lions, o Brasil disputou com ‘Tormenta’, da Almap-
BBDO para O Boticário, ao som da música ‘When the party’s over’, de Billie Eilish, para celebrar o Dia das Mães 2024. Já a Africa Creative foi listada com ‘The cure’, para a Editora Taverna, que expressa contrariedade ao Projeto de Lei 5.034/2023, para a suposta cura gay.
Mas o país não ganhou Leão na área, que distribuiu um Grand Prix para ‘Women’s football’, da Marcel Paris, na França, para a empresa de telecomunicações Orange, que ganhou também o GP em Entertainment for Sport. Com quatro minutos, ‘Play it safe’, da The Monkeys e Accenture Songs da Austrália para os 50 anos do centro de entretenimento Opera House de Sydney, ganhou o outro GP da área.
Brasileiros aparecem apenas em fichas técnicas de trabalhos internacionais. Com Leão de Ouro, a campanha ‘The first speech’ – com os filmes ‘Rússia’, ‘Turquia’ e ‘Venezuela’ – da Innocean Berlim, na Alemanha, para a ONG Repórteres sem Fronteiras, foi produzida por Stink Films São Paulo e Yatta Filmes Porto Alegre (RS). Ganhou também o Grand Prix for Good. A Canja Curitiba (PR) e Zombie Studio São Paulo assinam a produção de ‘47’, da Klick Health Toronto, no Canadá, para Café Joyeux.
Recado
O festival não premia só os melhores trabalhos. Levou Leão quem conseguiu transmitir mensagens claras para a indústria. “O recado foi um contraponto à era da efemeridade. De tudo passando muito rápido e nada fica de legado. Foi uma escolha mesmo, para passar o recado da relevância e força da indústria em impactar os consumidores e a sociedade”, destaca George “Benson” Acohamo, fundador da BSN Creatives.
Fonte: Propmark
Por Janaina Langsdorff – 01 de Julho de 2024 | 08:0