Como a digitalização ajudou o rádio a se manter relevante

27 de setembro de 2024 às 20:05


Meio ampliou o seu alcance por meio de plataformas, como os serviços de streaming, podcasts e transmissões ao vivo

Em 2024, o rádio segue como um dos meios de comunicação mais resilientes e adaptáveis do mercado publicitário brasileiro. Segundo relatório da Kantar Ibope Media, o processo de digitalização foi fundamental para assegurar relevância.

O rádio não apenas preserva a sua audiência tradicional, mas amplia o seu alcance por meio de plataformas, como os serviços de streaming, podcasts e transmissões ao vivo.

Mesmo diante dos desafios impostos pelas novas tecnologias e pela fragmentação da atenção dos consumidores, é reconhecido como uma mídia com lugar cativo no mix de mídia, especialmente para anunciantes que buscam públicos regionais e fidelizados.

Na escuta
A CBN investe em eventos ao vivo e conteúdos de marca, como o ‘CBN Talks’, para estreitar laços com a audiência e manter a relevância junto aos patrocinadores. Há, por exemplo, encontros sobre educação financeira apoiados pela Fundación Mapfre. A expectativa para o fechamento de 2024 é positiva.

A emissora já acumula três anos consecutivos de crescimento, especialmente em suas iniciativas de digitalização e personalização de entregas comerciais.

Já na Antena 1, o diretor-comercial Marco Formenton espera um avanço superior ao primeiro semestre de 2024, quando atingiu 16%. O foco da emissora está em projetos especiais e no fortalecimento de sua rede, que cobre mais de 655 municípios.

Além disso, a Antena 1 observa uma tendência de consolidação do rádio nas plataformas digitais, com a busca de conteúdos inovadores para ampliar a audiência em streaming e em outras mídias.

Fonte: Propmark

Por Adrieny Magalhães – 26 de Setembro de 2024 | 08:09

Campanhas no varejo brasileiro levam, em média, 25 dias para serem ativadas

às 20:01


Diferentes objetivos, diferentes conceitos, diferentes execuções: estas são algumas das camadas consideradas em uma comparação franca sobre o tempo dispensado pelas empresas brasileiras durante a criação de campanhas de Marketing para o varejo.

Em média, as organizações levam 25 dias para completar uma nova campanha, do briefing à produção. É o que sugere a pesquisa “Gestão de Marketing no Varejo”, produzida pela Godiva Propaganda em parceria com o Mundo do Marketing e o Qualibest.

Naturalmente, em função das diferenças entre objetivos e formatos de execução empregados pela empresa, o tempo de conclusão de uma criação tende a variar em uma curva de progressão mais ascendente do que descendente.

Enquanto metade (47%) das empresas avaliadas na pesquisa conseguem executar campanhas em até 15 dias, 25% levam entre 60 e 90 dias para vencer todo o processo criativo. 1% leva mais de 90 dias para lançar uma campanha no varejo.

Estes dados, bem como outros insights estratégicos incluídos na pesquisa “Gestão de Marketing no Varejo”, serão apresentados na tarde desta quarta-feira (25) no Varejo Summit, evento online gratuito realizado pela TD.

Durante a apresentação, serão abordados, também, temas como os profissionais responsáveis pelas definições das estratégias de Marketing nas empresas e o gargalo do Business Intelligence no núcleo empresarial.

As inscrições para o evento, online e gratuito, ainda estão abertas e podem ser realizadas no site do Varejo Summit.

Fonte: Mundo do Marketitng

Ian Cândido – 25 de setembro

Nove ferramentas de inteligência artificial que as agências estão usando

às 19:59


De avatares realistas a assistentes de textos, as agências estão se voltando à inteligência artificial (IA) para diversas necessidades

Por Ewan Larkin, do Ad Age

Ferramentas que transformam textos em imagens e que produzem avatares (Crédito: sikov/adobestock)

De avatares realistas a assistentes de textos, as agências estão se voltando à inteligência artificial (IA) para diversas necessidades.

Veja a seguir nove ferramentas que as agências estão experimentando hoje:

Captions

Startup apoiada pelo ator e músico Jared Leto e pela Index Ventures, a Captions permite que usuários criem e alterem vídeos. A VML tem explorado a habilidade da ferramenta em criar vídeos que parecem ter sido feitos por influenciadores, conta Brian Yamada, chief innovation officer da agência do grupo WPP.

HeyGen

A agência independente de mídia Noble People está testando a HeyGen, startup de IA que viabiliza a criação de avatares realistas que podem falar e traduzir suas palavras em diferentes idiomas. A empresa é avaliada em US$ 500 milhões e, recentemente, recebeu uma rodada de investimentos de US$ 60 milhões.

O recurso é utilizado pela Noble People para inserir voz em vídeos, por exemplo.

Hugging Face

Várias agências, como Goodby Silverstein & Partners e McKinney, estão utilizando o Hugging Face, que concentra modelos open source, como o Llama 2, da Meta, e Stable Diffusion, da Stability AI.

Nextatlas

A Weber Shandwick, do IPG, concedeu aos funcionários o acesso à Nextatlas, ferramenta de mapeamento de tendências e consumer insights. Segundo Michael Connery, vice-presidente de estratégia de IA da Weber Shandwick Futures, esse é um grande recurso para que os times confiram o teor cultural de campanhas ou encontrem inspiração quando fazem brainstorming para encontrar novas oportunidades”.

Recentemente, a Nextatlas estreou a Generate Suite, assistente de pesquisa alimentada por IA. O Omnicom e a Accenture também utilizam a ferramenta, segundo a empresa, que também trabalha com clientes como Barilla, Mondelez e Stellantis.

Perplexity

Uma das entrantes mais estabelecidas da lista, a Perplexity é uma plataforma de busca que agências, como Bandits & Friends e FCB, têm utilizado para desenhar estratégias e complementar pesquisas.

“A ferramenta resume dados e oferece respostas rápidas e relevantes com base em diferentes fontes. É ótimo para a estratégia e para a criatividade”, diz Andrés Ordóñez, chief creative officer (CCO) da FCB.

Em junho, a Perplexity nomeou a UM, do IPG, como sua primeria agência de mídia. A empresa acabou de lançar uma campanha com a temática do futebol, veiculada no Monday Night Football.

Stable Diffusion

Sediada em Madri, na Espanha, a SpecialGuestX está utilizando a Stable Diffusion, que converte texto em imagem. Já a RPA recorreu à ferramenta para trabalhar em uma campanha para a Honda, que incluiu uma peça intitulada “Prompted by Dreams”.

Tactlq

Tomar notas durante as reuniões pode ser uma tarefa tediosa. A Convicts então passou a utilizar o Tacqtic para facilitar o processo, o que provocou uma diferença notável no gerenciamento do que foi discutido nas reuniões.

Wordtune

O Wordtune é uma ferramenta de edição que identifica o estilo dos textos das pessoas e, a partir disso, faz sugestões de acordo a fim de aprimorar o material. O app chamou a atenção da SuperHeroes, agência de Nova York.

Writer

Os funcionários da Accenture Song estão utilizando ferramentas do Writer, startup que desenvolve produtos de texto criativos. Em setembro, a Accenture investiu na plataforma, mas os termos do acordo não foram divulgados.

Um dos recursos da ferramenta, Palmyra-Vision, analisa e gera texto a partir de imagens, incluindo gráficos e tabelas.

Fonte: Meio&Mensagem

25 de setembro de 2024 – 6h00

Caboré 2024: conheça todos os indicados nas 14 categorias

às 19:57


Meio & Mensagem divulga os profissionais e empresas que disputarão a coruja neste ano; cerimônia de premiação acontece no dia 4 de dezembro, em São Paulo

(Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)

Os indicados à edição de 2024 do Prêmio Caboré, o mais importante reconhecimento da indústria de comunicação, marketing e mídia no Brasil, foram revelados ao longo desta quarta e quinta-feira, dias 25 e 26, pelas redes sociais de Meio & Mensagem.

No fim da tarde desta quinta-feira, 26, foram divulgadas as duas últimas categorias que completam as 14 áreas da premiação: Profissional de Criação e Profissional de Inovação.

Os vencedores serão escolhidos pelos assinantes de Meio & Mensagem, em votação online auditada pela PwC, aberta de 28 de outubro a 28 de novembro.

A festa e cerimônia de premiação do Caboré 2024 acontecerá no dia 4 de dezembro, no Espaço Monte Líbano, em São Paulo.

Veja, abaixo, os indicados nas 14 categorias do Caboré 2024:

Agência de Comunicação

AlmapBBDO
DM9
Gut

Profissional de Veículo

Bebeto Pirró (UOL)
Gleidys Salvanha (Google)
Marcelo Pacheco (Eletromidia)

Serviço de Marketing

BR Media Group
Streetwise
Winnin

Profissional de Marketing

Ionah Kochen (Nestlé)
Marcel Sacco (BRF)
Renata Gomide (Grupo Boticário)

Profissional de Atendimento e Negócios

Carol Boccia (BETC Havas)
Raphaella Martins (Meta)
Verônica Gordilho (Africa Creative)

Plataforma de Comunicação

Kwai
Mercado Ads
Pluto TV

Profissional de Estratégia

Carol Mello (Galeria)
Juliana Elia (Publicis)
Rita Almeida (AlmapBBDO)

Anunciante

BYD
Coca-Cola
Nubank

Plataforma de Conteúdo

Record
Metrópoles
Netflix

Profissional de Mídia

Andre Scaciota (Itaú)
Stella Lopes (Ambev)
Vitor Miguel (WMcCann)

Dirigente da Indústria da Comunicação

Leonardo Chebly (Neooh)
Paulo Marinho (Globo)
Patrícia Muratori (YouTube)

Produção

Aventura
Jamute
The Youth

Profissional de Criação

André Kassu (CP+B)
Felipe Cury (Le Pub)
Rodrigo Almeida (Artplan)

Profissional de Inovação

Cecília Varanda (Unilever)
Daniel Martins (Galeria e Gux)
Nohoa Arcanjo (Creators LLC)

Fonte: Meio&Mensagem

25 de setembro de 2024 – 11h01

Do pioneirismo às tendências digitais, sintonia com as marcas permanece

24 de setembro de 2024 às 17:08


Em comemoração ao aniversário do rádio no Brasil, propmark relembra a contribuição deixada pela mídia para o mercado publicitário

A trajetória do rádio no Brasil se entrelaça com a própria história da comunicação no país. Esta edição especial, que comemora o Dia Nacional do Rádio, em 25 de setembro, lembra a longevidade e a evolução do meio que sempre contribuiu para o crescimento do mercado publicitário e para o cenário cultural.

Oficialmente, ele começou em 1922, com a primeira transmissão feita durante as comemorações do centenário da Independência. O presidente Epitácio Pessoa fez um discurso que foi transmitido de forma experimental para a cidade do Rio de Janeiro.

Contudo, apenas em 1923, com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por Roquette-Pinto, o rádio brasileiro começou a tomar forma como veículo de comunicação de massa. Já nos anos 1930, começou a se consolidar como uma das principais formas de entretenimento e informação para os cidadãos.

Nesse período, surgiram emissoras e o rádio se popularizou como o “companheiro diário” dos brasileiros, trazendo não apenas notícias e música, mas também programas de auditório, novelas e transmissões esportivas. O início da popularização do rádio foi marcado por sua capacidade de unir pessoas de diferentes classes sociais e regiões.

A partir dos anos 1940, o meio passou a exercer um papel indispensável na construção de uma identidade nacional, com a disseminação da música popular brasileira e a transmissão de eventos esportivos. A Copa do Mundo de 1950, realizada pela primeira vez no Brasil, entrou para a história.

Com o passar das décadas, o rádio precisou se adaptar a novas realidades tecnológicas e comportamentais. A chegada da televisão, nos anos 1950, trouxe  desafios. Muitas emissoras migraram os seus principais programas para a TV, principalmente os de entretenimento visual, como novelas e atrações de auditório. Em vez de sucumbir à nova mídia, o rádio demonstrou o seu poder de reinvenção, tornando-se um meio mais voltado para o jornalismo, música e transmissões ao vivo de eventos esportivos.

Em busca de evolução e de soluções capazes de entregar o melhor para os ouvintes, entre os anos de 1970 e 1980, a rádio FM ganhou força no Brasil, atraindo uma audiência mais jovem. Nesse período, a faixa AM, com características mais tradicionais, se manteve forte no jornalismo e na informação ao vivo.

Esse cenário dual entre AM e FM perdurou até a chegada da internet, no fim dos anos 1990, quando o rádio foi novamente forçado a se adaptar. Aos 102 anos, e após tantas inovações, ele é mais que um aparelho. Continua como um meio tradicional e familiar para muitos brasileiros, especialmente no interior do país.

Fonte: Propmark

Por Adrieny Magalhães – 23 de Setembro de 2024

Como as marcas de beleza estão desconstruindo estereótipos?

às 17:00


Se, por décadas, a indústria alimentou os padrões estéticos impostos à mulher, agora, assume a responsabilidade de derrubá-los 

Há 20 anos, a Dove, da Unilever, lançou a “Campanha pela Real Beleza”, criada pela Ogilvy. Em uma série de ações, a marca convocou as consumidoras para terem um olhar mais gentil sobre si mesmas e confrontar o padrão que, por séculos, ditava o que é ser belo. Além disso, abriu portas para que a concorrência também repensasse seu papel na construção da imagem do que é ser uma mulher bonita, algo inalcançável para a maioria.  

São muitos os exemplos, atualmente, de marcas de beleza que trabalham na desconstrução desses padrões, seja nas campanhas publicitárias ou na oferta de produtos que atendam à diversidade da beleza feminina. No entanto, esses padrões seguem firmes e o ambiente digital os reforça. Assim, as marcas têm novos desafios a fim evitar o sentimento de inadequação, tão comum às mulheres. “As pessoas estão mais conscientes de que padrões e estereótipos são prejudiciais e afetam como pensamos, sentimos e nos expressamos, perpetuando preconceitos”, afirma a CMO da unidade de Beauty & Wellbeing da Unilever, Nathalie Honda.

  

Nathalie Honda, CMO da unidade de Beauty & Wellbeing da Unilever: “As pessoas estão mais conscientes de que padrões e estereótipos são prejudiciais” (Crédito: Divulgação)

A global Natura, nativa brasileira, é outra marca pioneira ao trabalhar na desconstrução dos padrões de beleza. Ainda nos anos 1990, a linha Chronos foi a primeira marca a levantar a questão do etarismo ao questionar o mercado de skincare que, não raro, se baseava na promessa de parar o tempo. “Não acreditamos em produtos milagrosos, senão em tecnologia e inovação”, afirma a diretora de marketing da Natura Brasil, Denise Coutinho.  

Denise recorda que foi Chronos que realizou a primeira campanha publicitária com mulheres reais, livres de estereótipos. “Poder reverenciar diferentes idades, corpos e beleza em todas as esferas, seja em nossos produtos ou campanhas, sempre foi um dos objetivos”, reforça, ao mencionar a recente ação da empresa — parte da campanha de Natura Tododia, feita com a Africa Creative — que rebatizou a praia do Futuro, em Fortaleza (CE), de praia do Presente. O objetivo foi estimular as mulheres a não esperarem um corpo ideal para aproveitar o verão. Segundo pesquisa da Opinion Box, 46% das mulheres deixam de ir à praia ou à piscina por não se se sentirem bem com seus corpos. 

“Reverenciar diferentes idades, corpos e beleza em todas as esferas, seja em nossos produtos ou campanhas, sempre foi um dos objetivos”, diz Denise Coutinho, diretora de marketing da Natura Brasil (Crédito: Divulgação)

Para o Grupo L’Oréal, o fundamental é atuar sobre pilares que determinam que não existe um único modelo de beleza, que é uma aspiração universal que atravessa culturas e continentes. Ao longo dos anos, a empresa tem reforçado o papel de proporcionar campanhas mais inclusivas e garantir representatividade, afirma o head de diversidade, equidade e inclusão do Grupo L’Oréal, Eduardo Paiva. “Essa é uma jornada longa, que não começou agora, e tem muito a evoluir”, diz. 

Um exemplo é a questão da cor da pele. No Brasil, 56% da população se autodeclara negra. Apesar disso, de acordo com estudo da Locomotiva, a L’Oréal constatou que 98% das pessoas pretas e pardas não se sentem representadas nos comerciais. “Nosso novo projeto, o Beleza Mais Diversa, acaba de capacitar 50 criadores de conteúdo negros e boa parte vai compor o time das marcas do grupo”, afirma Paiva. 

Outra recente ação da L’Oréal foi retirar os produtos e colocar a consumidora no protagonismo de campanha publicitária. Para o Dia Internacional da Mulher deste ano, o slogan “Porque você vale muito”, que já tem 50 anos, foi substituído por “Porque nós valemos muito”. A campanha foi criada pela Lema Digital. A ideia era construir uma imagem feminina e feminista e teve como porta-voz a atriz Taís Araújo, parceira de L’Oréal Paris há 14 anos. 

“Essa é uma jornada longa, que não começou agora, e tem muito a evoluir”, afirma o head de diversidade, equidade e inclusão do Grupo L’Oréal, Eduardo Paiva (Crédito: Divulgação)

Para além das campanhas, Paiva lembra que, particularmente no Brasil, diversidade, equidade e inclusão são condições essenciais para a inovação. Dos 66 tons de pele mapeados pelo grupo ao redor do mundo, 55 foram encontrados no Brasil. Em 2022, o Grupo L’Oréal lançou projeto pioneiro que aumentou de 32 para 43 o número de fórmulas de protetores solares com cor. 

No Boticário, a questão das múltiplas belezas pode ser resumida em três passos, como explica a vice-presidente de marketing da empresa, Renata Gomide. Primeiro, vem a comunicação, a forma como a empresa se apresenta mais diversa. “Isso temos feito há muito tempo. Somos bastante reconhecidos por conseguir entregar e representar a sociedade em todas as marcas do grupo”, aponta. O segundo ponto é o que a empresa chama de “diversa beleza” e tem como partida bancos de imagem com mulheres reais, abertos para o uso por outras marcas. 

Renata Gomide, vice-presidente de marketing do Boticário: “É, sim, sobre beleza, sobre ser aspiracional, mas com diversidade e a melhor versão de cada uma das pessoas” (Crédito: Divulgação)

“Fazemos uma produção superbacana porque entendemos que é, sim, sobre beleza, sobre ser aspiracional, mas com diversidade e a melhor versão de cada uma das pessoas”, diz Renata. O terceiro ponto são grupos de afinidades dentro da empresa que trabalham não apenas em marketing, mas também em pesquisa e desenvolvimento para garantir diversidade no portfólio. 

Poder das redes

O estudo Sem Cabimento, realizado pela consultoria Dubu, ouviu 500 brasileiros, entre homens e mulheres de 16 anos a 50 anos, e apontou as marcas que realizam os melhores trabalhos em relação aos corpos dos consumidores. Entre os participantes da geração Y, dos quais 42% não souberam responder, as marcas citadas de maneira espontânea foram Natura (16%), Boticário (11%), Nike (8%), Nestlé (7%) e Adidas (6%). 

iram nomes como Nike (13%), Natura (6%), Boticário (5%), Ambev (5%) e Nestlé (4%). Nesse grupo, 61% declararam não saber responder. Os números podem indicar que, apesar dos esforços, nem todas as marcas têm conseguido se apresentar como diversa para todos os públicos, em especial para os mais jovens. O desafio talvez esteja no poder que as redes têm na construção de padrões, com seus filtros de Instagram e tutoriais virais do TikTok. 

Outra pesquisa, realizada pelo Projeto Dove Pela Autoestima, identificou que, a cada cem jovens com idade entre 10 anos e 17 anos, 97 dizem que foram expostos a conteúdo tóxico de beleza nas mídias sociais. Além da opinião dos jovens, o projeto ouviu especialistas. Cerca de 88% acreditam que as plataformas sociais trazem impacto negativo à saúde mental de jovens e 69% desses profissionais indicam que o conteúdo que mostra corpos perfeitos e irrealistas pode levar a consequências físicas ainda mais graves, como distúrbios alimentares e autoflagelação, entre outras. 

Duas ações da Dove buscam agir nesse cenário. Neste ano, chegou ao público a campanha global “Código Dove”, que tem como meta questionar os padrões de beleza presentes nas imagens de mulheres geradas por inteligência artificial (IA). Criada pela Soko, a campanha tem o objetivo de transformar as mulheres geradas pela tecnologia, cujas aparências continuam a refletir estereótipos sociais. 

A agência testou prompts para imagens de mulheres que incluem a frase “De acordo com a campanha Dove Pela Real Beleza”, e chegou a resultados mais diversos e reais. A outra ação foi o posicionamento da marca contra o filtro “bold glamour”, do TikTok, que alcançou mais de 20 milhões de downloads logo após o lançamento e surpreendeu pela qualidade da tecnologia de inteligência artificial generativa (GenAI). 

A campanha, encabeçada por influenciadores e desenvolvida pela Ogilvy e David, quer combater esses efeitos negativos. A ação #TurnYourBack afirma que “nenhum filtro deve determinar como você deve se parecer”. O vídeo da campanha também aborda o impacto de recursos parecidos, e mostra que 80% das meninas já utilizam filtros aos 13 anos e que 54% se sentem melhor com a própria aparência em fotos editadas. 

“O uso excessivo de filtros vem impactando drasticamente a imagem que as pessoas têm sobre si mesmas”, afirma Nathalie, da Unilever. É responsabilidade da empresa não promover ou reproduzir padrões de beleza, diz. “E esse compromisso não deve ser exclusivo da Unilever, mas de toda a indústria, que deve questionar padrões pré-estabelecidos e promover visão mais positiva e diversa”, completa. 

Para Denise, da Natura, as redes sociais, com seu poder de influência e disseminação de conteúdo, podem tanto reforçar padrões quanto ser ferramenta de desconstrução e empoderamento. O desafio está em como se utiliza essas plataformas. “Para as marcas, é muito importante a atenção na escolha de creators que representem o negócio e aportem a diversidade”, afirma. Com essa abordagem, é possível contribuir com uso mais consciente das redes sociais. “Onde a beleza é celebrada em sua pluralidade, e não limitada”, ressalta. 

A preocupação com a influência das redes também está presente no Boticário. “Na hora que você vai para a rede social e enxerga a geração que está vindo, a desconstrução não está acontecendo”, aponta Renata. É papel das marcas garantir que sua comunicação chegue a todos os lugares. Por outro lado, plataformas como TikTok, Meta ou Google devem ajudar nessa missão. “É uma obrigação das marcas de beleza e das plataformas, que fazem a gestão do conteúdo. Deveríamos nos dar as mãos sempre e evoluir na agenda da diversidade”, conclama. 

Fonte: Meio&Mensagem

Por Dimalice Nunes

23 de setembro de 2024

Por que as pessoas compram produtos indicados por influenciadores?

às 16:50


Já sabemos que o Marketing de Influência é uma estratégia altamente recomendável para empresas que buscam fortalecer a presença digital e abrir o caminho para alcançar novos públicos. Não por acaso, 69% dos brasileiros já realizaram algum tipo de compra após a recomendação de um influenciador nas redes sociais. Mas já parou para pensar nos motivos pelos quais as pessoas tendem a seguir as sugestões destas personalidades?

Para 65% dos entrevistados durante a montagem do relatório Influenciadores Digitais, do Opinion Box, o primeiro estágio do convencimento é o impacto causado por influencers que abordam assuntos de seu interesse. Mais que isso, é importante que os creators falem sobre o tema de forma autêntica e com propriedade, demonstrando real conhecimento sobre a pauta em questão.

Outros atributos, como a simpatia e o carisma do influencer (46%) e a atratividade do estilo de vida demonstrado pela personalidade (28%) surgem como alavancas de interesse. Na avaliação do Opinion Box, os números são indicativos de que as pessoas não apenas querem dicas sobre produtos de interesse, mas também buscam conexões reais com os influenciadores.

Além da identificação com os influenciadores, os motivos pelos quais os consumidores acatam as sugestões são bastante variados. Para 48% dos entrevistados, o mais relevante deles é ver um creator testando e aprovando um produto de interesse. 34% citaram a curiosidade despertada após a apresentação de um item ou serviço até então desconhecido, recomendado por um influencer.

Destacam-se, também, motivos como a oferta de cupons de desconto exclusivos (33%), a lembrança “acidental” de produtos de desejo após a abordagem de um influencer (33%), o desejo de testar um produto novo (24%) ou a simples confiança no bom gosto de um creator.

De modo geral, a maioria das pessoas que compra após indicação de influencers está satisfeita. Perguntados sobre a probabilidade de comprar novamente a partir das recomendações obtidas nas redes sociais, 75% dos entrevistados classificaram a hipótese como “provável”.

Por outro lado, para 56% dos entrevistados, a sensação de que os conteúdos produzidos por um creator estão perdendo a qualidade é um fator que contribui para a descredibilização dos produtos recomendados. Outro ponto de atenção é a dosagem das publis, postagens pagas pelas marcas: 36% dos respondentes tendem a desconsiderar as sugestões quando os posts patrocinados são feitos em excesso.

Fonte: Mundo do Marketing

Ian Cândido

20 de setembro de 2024

Ferramentas de tecnologia e códigos de conduta aprimoram práticas de mercado

20 de setembro de 2024 às 09:52


Conjunto de regramentos impulsiona a expansão sustentável dos negócios e ancora o desenvolvimento de talentos na publicidade

A WMcCann está testando a ferramenta ‘Triple MMM’, prática de Marketing Mix Modeling (MMM), que realiza otimizações e análises preditivas de campanhas, permitindo identificar os fatores que mais contribuem para o sucesso de uma ação. Ela analisa canais, públicos e o tempo de veiculação, entre outras variáveis que impactam os resultados de ações.

Em parceria com o IPG, a agência investe em diretrizes globais e tecnologias de ponta, que ajudam a aperfeiçoar campanhas e aumentar a eficiência operacional. ‘Taxonomy’ e ‘Growth accelerator’ estão entre as principais. “Taxonomy é uma ferramenta que garante a precisão na categorização e estruturação de dados. Ao organizá-los de maneira eficaz, assegura que as campanhas sejam baseadas em informações confiáveis, o que aumenta a qualidade do planejamento e das execuções. Com dados mais precisos, a segmentação e a personalização das campanhas se tornam mais eficazes, resultando em maior impacto no público-alvo”, explica Carol Escorel, COO da WMcCann.

Carol Escorel, da WMcCann: inovações impactam nos resultados das campanhas

Já o ‘Growth accelerator’ funciona como um simulador multimeios, que integra dados de negócios e de mídia para criar um mix de meios otimizado. “Permite a visualização de diferentes cenários de alocação de mídia, maximizando o retorno sobre investimento (ROI) com base em dados reais e preditivos”, aponta Carol. Ao combinar diferentes fontes de dados, esse recurso determina a melhor combinação de canais de mídia, garantindo que as campanhas atinjam o público certo, no momento apropriado e com o melhor custo-benefício.

Processos que antes levavam dias, agora podem ser realizados em questão de horas. O ganho de agilidade reduz o tempo necessário para lançar e ajustar campanhas, liberando mais prazo para o planejamento estratégico e inovação. Ao automatizar processos, a equipe pode se concentrar em tarefas de maior valor agregado, como a produção de campanhas mais criativas.

Além de intensificar o lançamento das campanhas, esses recursos são continuamente aprimorados com base na coleta de resultados. Precisão, agilidade e eficácia são garantidos a cada entrega ao cliente. “Essas práticas ajudam a elevar o padrão da publicidade, trazendo inovações que impactam diretamente a qualidade dos resultados das campanhas”, conclui Carol.

Sustentabilidade
Por mais que a publicidade brasileira seja conhecida pela abundância de talentos natos, o mercado precisa de regramentos capazes de garantir o crescimento sustentável dos negócios, e que apoiem a potencialidade dos profissionais.

Fonte: Propmark

Anatel retoma bloqueio do X no Brasil e STF multa Musk

às 09:38


Ao lado da Cloudflare, que forneceu o serviço de troca de IP do X, a Anatel disparou uma nova ordem para que operadoras suspendam acesso à rede social; STF se manifesta aplicando multa de R$ 5 milhões ao dia

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) voltou a emitir uma ordem de bloqueio do X após a plataforma ter voltado ao ar para alguns usuários na última quarta-feira, 18.

Além disso, segundo o g1, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, aplicou uma multa de R$ 5 milhões diários ao X por driblar a suspensão.

Após acessos na última quarta-feira, 18, Anatel volta a determinar bloqueio do X no Brasil (Crédito: BongkarnGraphic/Shutterstock)

O acesso havia sido parcialmente restabelecido devido a uma alteração de endereços IP por parte da rede social.

Aa Anatel contou com a Cloudflare, empresa que forneceu o serviço de troca dos identificadores, para isolar o tráfego do X no Brasil sem afetar os demais clientes que utilizam seus serviços no País.

A Anatel confirmou a informação em nota, divulgada à imprensa nesta quinta-feira, 19. Veja a íntegra:

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informa que, ao longo do dia 18/9, constatou que a rede social X estava acessível a usuários, em desrespeito à decisão judicial proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Com o apoio ativo das prestadoras de telecomunicações e da empresa Cloudfare, foi possível identificar mecanismo que, espera-se, assegure o cumprimento da determinação, com o restabelecimento do bloqueio. A conduta da rede X demonstra intenção deliberada de descumprir a ordem do STF. Eventuais novas tentativas de burla ao bloqueio merecerão da Agência as providências cabíveis.

Assim, a Anatel determinou que 20 mil operadoras e provedores de Internet bloqueiem o acesso de usuários à plataforma de Elon Musk, a fim de manter a ordem de suspensão estabelecida por Moraes no final de agosto. A Anatel classificou a ação do X uma “intenção deliberada” para descumprir a ordem do ministro.

O STF, por sua vez, apresentou um edital de intimação ao X, uma vez que a companhia não tem nenhum representante legal no País após o fechamento do escritório no último mês.

O documento pede que a empresa suspensa imediatamente a utilização de seus novos acessos pelos servidores CDN Cloudfare, Fastly e Edgeuno e outros semelhantes, “criados para burlar a decisão judicial de bloqueio da plataforma em território nacional”.

Na noite de quarta-feira, 18, o X havia comentado o restabelecimento do acesso a alguns usuários brasileiros por meio de seu perfil oficial de Global Government Affairs na rede.

Em nota, a empresa afirmou que, quando o X foi suspenso do Brasil, a infraestrutura de fornecimento do serviço para a região da América Latina não estava mais acessível para a equipe dos Estados Unidos. A mudança de operadora de rede foi realizada, de acordo com o X, para continuar fornecendo o serviço para os usuários.

“Embora esperemos que a plataforma fique inacessível novamente em breve, continuamos os esforços para trabalhar com o governo brasileiro para que ela retorne o mais breve possível para a população”, escreveu a empresa em nota.

Confira na íntegra:

(Crédito: Reprodução/X)

O que as agências mais amam — e o que mais odeiam — nos clientes

às 09:35


Ousadia e inovação são as características mais valorizadas, segundo líderes de 50 das maiores agências do País, enquanto concorrências são a prática mais criticada

Líderes de 50 das maiores e mais importantes agências do Brasil analisam características ideais e condenáveis nos anunciantes (Crédito: Adobe Stock)

Quais são as características do cliente ideal? Esse foi um dos questionamentos feitos pela reportagem de Meio & Mensagem a líderes de 50 das maiores e mais importantes agências de publicidade do mercado nacional.

O levantamento pediu que os entrevistados listassem livremente, sem limite de quantidade, as características do “cliente ideal”, considerando os traços que hipoteticamente gostariam de encontrar nos anunciantes.

Com menções de 34% dos líderes ouvidos, as características mais mencionadas foram ousadia e inovação — o dobro do índice alcançado por esses traços na pesquisa feita em 2014, quando Meio & Mensagem fez as mesmas perguntas para 50 líderes de agências. As expectativas atuais das agências em relação a esse ponto incluem mais arrojo na aprovação de ideias impactantes e mais disposição para correr riscos.

Por outro lado, se tem algo que não mudou ao longo de dez anos foi a principal queixa das agências em relação às práticas dos anunciantes que consideram mais condenáveis. Assim como ocorreu na pesquisa de 2014, metade dos entrevistados de 2024 apontou o dedo para as concorrências. Nesse quesito, os incômodos são muitos: a motivação de reduzir custos, o excesso de agências convidadas, a falta de remuneração para as participantes, a ausência de critérios claros e os retornos demorados e inconsistentes.

O que agências mais amam nos clientes

Principais características que os líderes de agências gostariam de encontrar no “cliente ideal” (percentual de menções em respostas múltiplas)

Ousadia e inovação: 34%

Em uma década, dobrou o percentual de líderes de agências que pedem que os clientes sejam mais ousados e inovadores, em áreas como as de estratégia e criação. Essa característica foi citada por 17% dos entrevistados na pesquisa de 2014; agora, o índice subiu para 34%, assumindo a dianteira nesse ranking. Entre os apontamentos feitos pelos entrevistados estão os de que os anunciantes deveriam “apostar em ideias ousadas para se destacar e construir a sua marca”, ter “inquietude para testar novos paradigmas”, “estar aberto a ideias disruptivas” e “lançar campanhas impactantes que fujam dos formatos e mensagens tradicionais”.

Parceria estratégica: 28%

A valorização do trabalho conjunto dos times do anunciante e da agência, quando se integram e atuam como uma só equipe, é uma das características mais valorizadas, que os entrevistados resumem em uma palavra: parceria. Eles ressaltam que essas parcerias estratégicas têm de ser “verdadeiras”, “sustentáveis” e “saudáveis” e pedem, sobretudo, para que o anunciante não enxergue a agência como “mera fornecedora” ou, pior ainda, como “concorrente do seu time de marketing”, mas sim como aliada. O trabalho colaborativo a quatro mãos, dizem, exige cumplicidade e corresponsabilidade. Essa característica oscilou de 31% para 28%, na comparação das pesquisas de 2014 e 2024.

Remuneração justa: 26%

Embora seja uma característica essencial no anunciante para que a agência exista, as citações à remuneração justa caíram de 35% para 26% em dez anos. Entretanto, as referências à negociação comercial saudável seguem altas — e é preciso considerar que 16% mencionaram “verba relevante”, como se verá mais adiante. Os líderes de agências pedem por “relações mutuamente saudáveis em termos financeiros e de qualidade de trabalho” e por “disposição para compartilhar o sucesso financeiro que vem do trabalho de muitas mãos”.

Criatividade: 20%

A crença das marcas no poder que a criatividade tem de construir marcas, transformar e alavancar negócios é uma das características dos anunciantes mais admiradas pelas agências. A valorização da criatividade deveria ocorrer, dizem os entrevistados, por ela ser “motor de crescimento” e “fio condutor em diferentes frentes — do grande filme aos demais pontos de contato entre marca e consumidor, passando por experiência e digital”. O peso da criatividade nessa pesquisa é similar ao de dez anos atrás, quando foi citada por 23%.

Respeito: 20%

O respeito ao trabalho desenvolvido pela agência e seus profissionais é característica listada por 1/5 dos entrevistados — em 2014 a incidência foi de 25%. Eles ressaltam que a relação só funciona se for boa para ambas as partes e que o cliente respeitoso “não abusa da relação comercial e pessoal”. Quando a opinião da agência é respeitada e valorizada, dizem, essa combinação faz com que “a agência evolua, invista ainda mais em bons profissionais, construa cases e, consequentemente, estabeleça uma relação pautada em resultados”.

Transparência: 20%

O pedido por uma relação comercial saudável e transparente é recorrente entre os líderes das principais agências de publicidade atuantes no Brasil. Alguns dos entrevistados desdobram a característica para enaltecer a “transparência no diálogo”, a “relação financeira equilibrada e transparente” e a “transparência na gestão de mídia”. Em relação à pesquisa de dez anos atrás, as citações à característica caíram de 25% para 20%.

Relação longeva: 18%

“Entender que a agência está lá como um parceiro da jornada e não simplesmente para criar a próxima campanha”, “porque ninguém muda nada de um dia para o outro”. Com declarações como essas, 18% dos líderes de agência citaram como característica desejada no cliente ideal a “relação de longo prazo”. Eles frisam que isso contribui para a “geração de confiança”, o que facilitaria o “atingimento de metas”. Na pesquisa anterior, de 2014, um traço similar, descrito como “fidelidade”, alcançou 23% de menções.

Coragem: 16%

Na opinião de parte dos líderes de agências, um dos quesitos em falta nos anunciantes é a coragem. “Coragem para tomar riscos, seja na estratégia ou na solução criativa, para escolher meios inusitados, para desafiar o status quo”, pede um dos entrevistados. Também são citadas como desejáveis a “aptidão à tomada de risco”, a disposição em “desafiar as corporações cheias de regras” e a postura de “permitir e, de certa forma, encorajar o erro”. Em relação à pesquisa anterior, houve alta de 11% para 16% nas menções à coragem.

Sinergia entre as pessoas: 16%

Característica não citada na pesquisa anterior, de 2014, a sinergia entre as equipes do anunciante e da agência aparece agora de diversas formas: desde o desejo de que os CMOs “entendam a importância da comunicação” até a indicação de que o ideal é que “os times tenham prazer em se relacionar”. O pedido de mais valorização das relações aparece em declarações como “independentemente da marca, o que importa são as pessoas por trás”.

Verba relevante: 16%

Na pesquisa atual, aparece explicitamente a indicação de que as agências valorizam no cliente ideal uma verba relevante. As citações incluem “budget suficiente para que a mágica aconteça”, “que possam trazer as ideias à vida”, “consistência nos investimentos em comunicação” e o desejo por “clientes que trazem fama e fortuna”.

O que agências mais odeiam nos clientes

Líderes de agências apontam os piores hábitos dos anunciantes, que influenciam negativamente as relações (percentual de menções em respostas múltiplas)

Concorrências: 48%

Dez anos se passaram desde que Meio & Mensagem fez, pela primeira vez, a pesquisa sobre características positivas e negativas dos clientes, e a prática mais condenável pelos líderes de agências continua sendo a mesma: as concorrências. Assim como ocorreu em 2014, agora, novamente, quase metade dos entrevistados condena os processos de seleção de agências, descritos como “bizarros”, “predatórios”, “nocivos”, “míopes” e “abusivos”. Eles sustentam que há excesso de concorrências, que vão “na contramão das boas práticas” e que, muitas vezes “o marketing exige um escopo gigante, mas a área de compras força redução de equipes”, denotando que o objetivo real é reduzir custos.

Pagamento em longo prazo: 26%

O serviço é prestado, mas o pagamento só acontece meses depois — os relatos vão de 60 a 180 dias. Essa é uma realidade com a qual muitas agências precisam lidar. Para os entrevistados, trata-se de uma situação “insustentável, que faz com que agências, produtoras e fornecedores acabem financiando empresas bilionárias”. Líderes entrevistados dizem que a prática “afeta a saúde financeira da agência e a continuidade dos projetos”. “Não é aceitável. Estamos falando de uma relação exclusivamente de capital intelectual, que deveria ter como premissa pagamentos dentro do mês do serviço prestado”, diz um dos ouvidos.

Negociação predatória: 26%

O “estrangulamento das margens das agências” é uma das questões que mais afeta a saúde financeira dessas empresas. Líderes ouvidos reclamam de “relações exclusivamente baseadas em preço e não na construção de valor”, “remuneração inadequada em relação à estrutura dedicada ao cliente” e “abaixo do escopo contratado”. O momento de revisão dos contratos é apontado como crucial no agravamento das negociações predatórias — “sempre querem mais por menos”. Há relatos de “renegociações exigindo aumento de escopo de trabalho com redução de fee”, “alta pressão pelo menor preço” e de “busca incessante pela redução, constantemente enforcando a evolução dos times e a qualidade do trabalho”.

Falta de transparência: 18%

Para líderes de agências entrevistados, a falta de transparência e de critérios exequíveis prejudica a confiança e a clareza dos projetos futuros, e acaba injetando desconfiança na relação.

Relações abusivas: 18%

Segundo parte dos entrevistados, alguns clientes “têm cultura de exploração”. “Isso, em geral, se traduz em falta de respeito e abusos na relação”, diz um dos líderes ouvidos. Há, ainda, menções a assédio, relacionamento abusivo, tóxico e desrespeitoso.

Desvalorização da agência: 16%

O não reconhecimento do valor do trabalho da agência desmotiva equipes e compromete a qualidade do serviço. É o que dizem 16% dos entrevistados, apontando “negligência em relação à experiência e conhecimento técnico da agência”.

Antagonismo entre marketing e compras: 14%

“A área de marketing quer criar valor, mas o procurement quer subtrair valor” — assim um dos entrevistados resume essa queda de braços. Além da reclamação de falta de conhecimento técnico por parte das áreas de compras, há apontamento de que a origem do problema é “receber briefing de uma área e negociar com a outra”.

Veja quais líderes de agências responderam à pesquisa:

Alan Strozenberg (Baila)
Ana Coutinho (Galeria)
André Chueri (Ampfy)
Andre Gustavo (Wieden+Kennedy)
Antonio Fadiga (Artplan)
Audrey Buglian (Nacional)
Benjamin Yung (DPZ)
Camila Andrade (Accenture Song)
Carol Boccia (BETC Havas)
César de Brito (DeBrito)
Claudio Kalim (Tech & Soul)
Fabio Meneghati (Greenz)
Fabio Rosinholi (We)
Felipe Belinky (Soko)
Fernando Diniz (Leo Burnett)
Fernando Musa (Ogilvy)
Filipe Bartholomeu (AlmapBBDO)
Gabriela Borges (Publicis)
Geraldo Rocha Azevedo (Execution)
Glaucio Binder (Binder)
Guga Ketzer (Suno United Creators)
Ian Black (New Vegas)
Icaro Doria (DM9)
João Dabbur (Mediabrands)
Julio Anguita (Babel-Azza)
Karina Ribeiro (VML)
Lica Bueno (Talent)
Luiza Baffa (AKQA)
Manir Fadel (Grey)
Marcia Esteves (Lew’Lara\TBWA)
Márcio Coelho (Brivia)
Marcio Oliveira (R/GA)
Marcio Santoro (Africa Creative)
Marina Pires (Monks)
Moacyr Maciel (Ideia3)
Paulo Fogaça (FCB)
Paulo Loeb (Fbiz)
Ricardo Calfat (REF+)
Rodrigo Rodrigues (OpusMúltipla)
Rodrigo Toledo (Dojo)
Sérgio Brandão (Asia)
Sylvia Panico (David)
Tatiana Marinho (Gana)
Tatiana Pacheco (Cheil)
Tiago Vargas (Dentsu)
Valeria Barone (Gut)
Vinicius Reis (CP+B)
Vitor Barros (Propeg)
Willie Taminato (EssenceMediacom)
Zé Augusto Nigro (Calia)

Fonte: Meio&Mensagem

Alexandre Zaghi Lemos
19 de setembro de 2024 – 6h00


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