Omnicom Media Group anuncia chegada da Fuse ao Brasil
30 de abril de 2024 às 17:04
Por propmark – 30 de Abril de 2024 | 12:04
A Fuse está conectada ao pensamento mais contemporâneo e às ferramentas de marketing modernas
O Omnicom Media Group acaba de anunciar a chegada da agência de esporte e entretenimento Fuse ao Brasil. Sob o comando do managing director Luiz Fiorese, a operação está baseada no número 143 da Rua Barão de Suruí, no Bairro de Campo Belo, região Sul da capital paulista – prédio onde está instalada também a Outptomo, agência pertencente ao OMG Brasil.
O local recebeu o mercado nesta segunda-feira (29) para o lançamento oficial da Fuse Brasil, evento que contou com debate sobre liderança no esporte, com as presenças do ex-jogador Cafu e do piloto Gabriel Casagrande. A conversa foi mediada pelo youtuber e influenciador Bruno Bock.
Ezze Seguros, F12Bet, Panini, Comitê Olímpico Brasileiro, Pay 4 Fun, Heineken, além de patrocínios com a KTO, já estão entre os clientes da Fuse Brasil. “Há quatro anos, estamos operando na área de esportes e entretenimento como um braço da Outpromo”, conta Fiorese, que foi diretor de marketing do São Paulo Futebol Clube e comandou a divisão de esportes da Outpromo.
O escritório brasileiro utilizará a estrutura operacional e comercial da OMG Brasil, além do ecossistema da Fuse no mundo, que possui 399 funcionários em 16 mercados. Fundada por David Pinnington no Reino Unido em 2008, a Fuse atende PepsiCo, Nissan, Enterprise e FedEx globalmente.
“A Fuse está conectada ao pensamento mais contemporâneo e às ferramentas de marketing modernas, ajudando marcas e detentores de direitos a navegar em um cenário complexo em todo o mundo”, comenta Louise Johnson, CEO da Fuse.
Consultoria de parcerias e direitos, ativação e mensuração de resultados são os serviços oferecidos pela agência, que já planeja o lançamento do Fuse Ignite, consultoria e vendas voltada para detentores de direitos.
Fonte: Propmark
Por que o TikTok vem sendo utilizado como plataforma de buscas?
15 de abril de 2024 às 15:27
Profissionais de marketing de influência destacam como as marcas podem se aproveitar desse novo hábito e do engajamento da rede social
Bárbara Sacchitiello
15 de abril de 2024 – 6h20
Sinônimo de território onde qualquer assunto ou informação pode ser encontrado, o Google, bem como outros buscadores, vem começando a enfrentar uma concorrência diferente nessa área.
Uma pesquisa divulgada pela Adobe em janeiro deste ano apontou que 64% dos jovens da geração Z (pessoas nascidas entre os anos de 1995 e 2010) preferirem recorrer ao TikTok para procurar estabelecimentos ou aprender como usar determinado produto ou ferramenta.
Esse comportamento vem sendo observado já há algum tempo por quem trabalha com redes sociais e pelas próprias plataformas, que vêm em uma disputa cada vez mais acirrada pela atenção e pelo tempo dos usuários.
O fato de já atrair a geração Z – e também a Alpha – para consumirem seus vídeos faz com que o TikTok seja visto, de forma mais natural, como um território onde procurar informações e dicas, concentrando diferentes usos na mesma plataforma.
Profissionais que atuam com marketing de influência e comunicação digital detectam essa mudança de hábito dos usuários de redes sociais. As plataformas, que antes se posicionavam apenas como entretenimento, hoje também são fonte de informação e consulta, na opinião de Flavio Santos, CEO e cofundador da MField.
As particularidades das buscas no TikTok
O fato de o público mais jovem estar usando mais o TikTok como ferramenta de buscas deve-se, também, a méritos da plataforma. Além de ser bastante eficaz, o ambiente da rede social traz muita aplicação do uso dos produtos e também traz perspectivas de suas aplicações, de acordo com Marcelo Nakamura, diretor de atendimento da NetCos.
Ou seja, se nos buscadores tradicionais é possível, por exemplo, encontrar explicações sobre o funcionamento de determinado aparelho, no TikTok o usuário consegue encontrar diversos vídeos de pessoas mostrando como fazer o melhor uso daquilo.
Bruno Maceno, head de conteúdo da JotaCom, cita um exemplo pessoal para explicar sobre as vantagens da ferramenta de buscas do TikTok. O profissional conta que queria muito aprender como fazer uma edição de áudio usando inteligência artificial para um projeto pessoal.
“Joguei nos buscadores convencionais e tive dificuldade em encontrar. Lembrei-me do TikTok. Joguei “como fazer X” e o segundo vídeo já era de um criador de conteúdo ensinando o passo a passo”, conta.
Pelo fato de oferecer essa experiência imersiva e visual, com conteúdos com potencial de engajamento, o TikTok acaba ressoando com os valores da geração mais jovem. Fernando Dineli, além de head de estratégia e growth da Roda Trade, da Holding Clube, também é do meio acadêmico. Ele revela que, com base em suas observações, 90% dos seus alunos são, atualmente, usuários do TikTok e, certamente, iniciam suas buscas pela plataforma.
“Isso aponta uma profunda mudança geracional nas preferências de busca”, analisa Dinelli.
A transformação geracional foi um ponto destacado por Bruno Lunardon, sócio e CEO da SoWhat, que define que a mudança nos hábitos de pesquisa está acompanhando a transformação cultural que a GenZ tem trazido para o mundo. Nessa análise, o executivo faz um comparativo entre as plataformas.
“O Google segue a lógica da enciclopédia, das listas telefônicas e uma forma de indexar conteúdo e organizar através de uma lógica de assuntos e conexões por temáticas. Em outras palavras, é uma centralização da organização para um pós-compartilhamento”, explica Lunardo. Ele complementa explicando que o pensamento pós-digital já nasce descentralizado, promovendo uma nova forma de pesquisar, sem a necessidade de uma curadoria e selo por indexação.
Marcas em uma nova realidade de buscas no TikTok
Se há consenso em relação ao fato de que as novas gerações começaram a diversificar o uso e as funções das redes sociais, também é unânime entre os profissionais entrevistados a opinião de que as marcas precisam, por sua vez, se adaptar a esses novos hábitos e aproveitá-los a seu favor.
Uma vez que as pessoas estão recorrendo ao TikTok para fazer buscas, é preciso que as marcas consigam produzir, para esta plataforma, conteúdo que ofereça real valor, segundo Dinelli, da Roda Trade. “Isso inclui a colaboração com influenciadores e a criação de conteúdo que fomente a interação com a comunidade, pois, afinal, para as pessoas, a ênfase está em seguir outras pessoas mais do que marcas”, pontua.
“O comportamento abre uma janela interessante de oportunidades para as marcas se aproximarem da sua audiência com mais conteúdos que sejam ‘encontráveis’, inclusive com mais atenção aos termos e palavras-chave já utilizados pelos usuários”, sugere Nakamura, da NetCos.
O profissional destaca como vantagem do TikTok o fato de mostrar influenciadores e especialistas consumindo produtos, o que coloca o próprio usuário à prova, como um argumento mais forte para as vendas.
Conteúdos com força de ‘pesquisa’
Nesse contexto, é fundamental, do lado das marcas e anunciantes, que sejam desenvolvidos conteúdos com intuito de pesquisa. Essa é a visão de Lunardon, da SoWhat, que relembra que, há alguns anos, foi feito o trabalho de indexação de páginas no Google, otimizando palavras e subindo conteúdos.
“Hoje, o mesmo trabalho já deve começar a ser feito no TikTok. Dentro desse aspecto, por enquanto, no Brasil, ainda vivemos uma possibilidade de crescimento ‘orgânico’ destas frentes”, diz o executivo. Ele acredita, ainda, que no futuro possam existir formatos pagos para conquistar esse protagonismo.
É preciso lembrar que o desafio dos buscadores é encurtar o caminho entre a audiência que já tem um hábito de consumo das redes sociais e, por isso, acaba vendo um facilitador usar aquele mesmo canal também para se informar. “As marcas, entendendo esse tempo de consumo, passam a direcionar seus conteúdos para responder às dúvidas e dores desses usuários”, destaca o CEO da MField, Flávio Santos.
A respeito do futuro desses novo hábitos de busca no ambiente digital, Maceno, da Jotacom, é enfático ao dizer que não há mais como escapar e que, em pouco tempo, teremos uma geração que busca muito mais vídeos com informações do que blogs ou sites.
“Lembra da onda de toda marca ter um blog? É o mesmo agora, com TikTok – seja com creators, seja com um canal próprio. Se a marca necessita passar informações precisas para um usuário, talvez o TikTok seja a próxima parada”, define.
Fonte: Meio&Mensagem
“Pensem como marketeiros, mas criem como creators”
às 15:23
Por propmark – 12 de Abril de 2024 | 17:04
Yuri Mussoly, head de conteúdo do TikTok, fala sobre como a plataforma pode ajudar as marcas a se conectarem com a audiência
“Marcas, não estraguem o TikTok”. Esse foi o pedido de Yuri Mussoly, head de conteúdo do TikTok em sua palestra na Gramado Summit de 2024. A executiva foi uma das atrações do palco principal para falar sobre como as marcas podem utilizar da plataforma e da creator economy para promover seus produtos e/ou serviços.
Em “Creators além da Publi”, Yuri discorreu sobre o funcionamento do TikTok, ressaltando que o aplicativo é muito mais sobre entretenimento e conteúdo do que sobre publicidade. “Muito se fala mas pouco se faz além da boa e velha publi. Todo mundo tá meio cansado e de saco cheio disso mas o TikTok é uma plataforma mais descontraída e aberta à cocriações, além de ser uma plataforma de descoberta de novos talentos”, afirmou a executiva.
Segundo Yuri, 70% dos usuários do TikTok acreditam que as comunidades da plataforma têm o poder de mudarem a cultura e que, por isso, é importante que as marcas se alinhem com os criadores, uma vez que são eles que fazem com que a plataforma seja relevante.
“As pessoas se conectam com pessoas, não com marcas e máquinas, embora nós estejamos vivendo em um mundo que usufrui da evolução da tecnologia para nos ajudar. Aqui, é sobre olho no olho, então a marca que usa o criador certo para se comunicar, tem mais chance de fazer sucesso porque o fator humano é muito importante. O criador é uma ponte entre a relação que a marca quer construir com o público”, explicou.
Para isso, ela deu três dicas para as empresas: criar uma conexão emocional com o público, construir uma narrativa e ter o pensamento no resultado e, com base nelas, apresentou opções de tom de voz que as marcas podem usar como uma estratégia de comunicação na plataforma.
Em “relacionável”, Yuri explica que as empresas podem adotar uma postura humorística e deu como exemplo uma publicidade feita pela Luftal, que usou dessa estratégia para divulgar o seu produto que combate os gases, assunto que muitas vezes é tratado como tabu entre as pessoas.
Já com o “aspiracional”, ela sugere que se estabeleça uma postura de soberana, digna de servir de inspiração e que estimule o desejo do público. A terceira opção é o “informativo”, onde as empresas podem usar da plataforma para informar sobre temas, como foi o caso do Itaú que apostou no marketing de influência para alertar sobre golpes bancários
Por fim, em “inspirador”, a executiva aponta que as marcas podem assumir um papel “social”, de realmente inspirar as pessoas em diversas frentes. De exemplo, ela citou a campanha “That’s Not My Name”, da Dove, que convidou os usuários da plataforma a recordarem apelidos que recebiam de amigos e familiares na infância e adolescência.
No fim de sua palestra, Yuri convidou as pessoas a “pensarem como marketeiros, mas criarem como creators” e relembrou que a plataforma oferece uma diversidade grande de conteúdos e possibilidades, basta as marcas entenderem a linguagem e se conectarem com os criadores corretos para as mensagens que querem dar.
Fonte: PropMark
Golpes e fraudes impactam e-commerce no Brasil em R$ 8,5 milhões
às 15:15
No ano passado, aumentou em 70% o número de vítimas de ataques cibernéticos ou vazamentos de dados, se comparado com 2022
Renan Honorato
15 de abril de 2024 – 6h03
A Adyen, em parceria com o Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (Cebr), fez estudo sobre o impacto das fraudes no varejo. Os dados apontam que, globalmente, o setor foi fraudado, em média, em R$ 15 milhões em operações fraudulentas no ano passado.
Contudo, quando detalhado localmente, as empresas, no Brasil, deixaram de arrecadar R$ 8,5 milhões, em média. No ano passado, aumentou em 70% o número de vítimas de ataques cibernéticos ou vazamentos de dados, se comparado com 2022. Esses processos impactam o avanço do open finance porque deixam relações entre empresas e consumidores mais inseguras. “A fraude é inerente ao comércio online. O grande desafio é que as estratégias de negócio das empresas, muitas vezes, está dissociada da estratégia de risco das operações online”, comenta o vice-presidente de vendas da Adyen Brasil, Renato Migliacci.
No outro lado da ponta, cerca de 43% dos brasileiros foram vítimas de golpes no ano passado. Nesses casos, o ticket médio dos golpe foi de R$ 2 mil reais. Isso representa alta de 137% em relação aos valores perdidos em 2022, cujo ticket médio foi de R$ 853. Com isso, os consumidores erguem barreiras adicionais que não envolvem apenas questões econômicas. Além disso, existe outro aspecto da fraude que envolve a compra e a devolução do valor para o banco, uma ação de má-fé por parte das pessoas, segundo Migliacci. “Quando isso ocorre, há o chamado chargeback, no qual o varejista precisa devolver o valor de uma compra realizada”, explica.
Pesquisa aponta crescimentos no negócio
Ao mesmo tempo, os meios de pagamentos digitais, como cartões e carteiras digitais, aumentou em 10% em 2023, segundo a Associação Brasileira de Meios de Pagamentos Eletrônicos (Abecs). Pelos entrevistados da Adyen, as empresas que adotaram esses modelos de pagamento cresceram 8% a mais que empresas que não trabalhavam com Pix ou carteiras digitais.
A pesquisa da Adyen mostra que 95% dos varejistas brasileiros esperam aumentar seu volume de receita este ano e 65% esperam um crescimento acima de 50%. Dentre os elementos apontados como objetivos para a modernização do negócio, estão os investimentos em serviços de operações mais eficientes e seguras. Todavia, existem outros elementos destacados: falta de dados sobre comportamento do cliente, orçamentos internos e ausência de infraestrutura de tecnologia para personalização da jornada do usuário.
Como deixar o consumidor seguro?
Dessa forma, mesmo que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no começo do ano, tenha fechado na meta estipulada pelo governo, pela pesquisa, os consumidores se apresentam mais apreensivos em relação aos preços e mais sensíveis às inseguranças econômicas. O IBGE, por exemplo, demonstrou que uma das razões dessa percepção é o aumento da inflação relacionada a alimentos e bebidas que, em dezembro do ano passado, estava em 1,11%.
Com isso, o consumidor se tornou mais atento às opções de produtos que atendam as expectativas por custo-benefício mais apropriado. No e-commerce, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) prevê crescimento superior a 10% em 2024. Entre as propostas de resoluções para esse dilema, a pesquisa mostra o interesse dos comerciantes em se adequar às novas diretivas de serviços de pagamento europeu que estipulam regras mais rígidas para proteger os direitos dos consumidores, por exemplo.
Possíveis soluções
Portanto, a pesquisa coloca o comércio unificado entre as soluções para os dilemas acima e como forma de assegurar crescimento nos negócios. Também conhecido como Unified Commerce, o conceito visa integrar canais online e off-line na jornada de compra numa mesma plataforma. “É importante que as empresas que já foram vítimas de fraude avaliem a efetividade de seus provedores de pagamentos e tecnologias anti-fraude”, diz.
Assim, a noção geral, no Brasil, é que o comércio unificado aumente o número de vendas, a fidelidade e melhore a jornada dos clientes. Pouco mais de 20% dos consumidores, por exemplo, avaliam como positivos os varejistas que solicitam comprovação de identidade nos pagamentos. Além disso, Migliacci pondera que os criminosos estão cada vez mais sofisticados em seus métodos, inclusive com a aplicação de IA.
Ainda, a pesquisa aconteceu entre janeiro e fevereiro deste ano e entrevistou mais de 38 mil consumidores e 13 mil empresas em 26 países. Regionalmente, foram dois mil brasileiros e 500 empresas com mais de 19 funcionários.
Fonte: Meio&Mensagem
“Criatividade não é sobre invencionismo. É sobre solução”
às 15:10
Por Carolina Vilela – 12 de Abril de 2024 | 14:04
Com a curadoria da Share, a Gramado Summit de 2024 tem um palco para falar exclusivamente sobre comunicação e marketing, intitulado como palco Share e, nesta sexta-feira (12), o espaço recebeu Deh Bastos, sócia e diretora executiva de criação da Map Brasil.
Ao longo do painel “Como ser criativo na prática”, a executiva deu as suas visões acerca da criatividade e deu algumas dicas aos presentes sobre como exercer a habilidade. “Eu falo de criatividade como negócio, porque a gente cria para vender alguma coisa mas, além disso, ela deve ser útil de todo mundo, o dia inteiro”, afirmou.
Com uma vida profissional pautada no ato de ser criativa e sendo atualmente um dos principais nomes do mercado publicitário, a executiva também traçou um paralelo sobre a criatividade e a infância.
Para ela, as crianças são uma fonte de criatividade e as pessoas vão perdendo a habilidade por conta dos padrões impostos pela vida adulta. Apesar disso, Deh Bastos acredita que isso possa ser restaurado.
“O ser mais criativo do mundo é a criança, então, todo mundo que já foi criança tem a capacidade técnica de ser criativo. As crianças são criativas porque elas tem três fatores essenciais, que é a curiosidade, a plenitude e a energia. A gente cresce e perde essas capacidades por conta de alguns padrões que a vida adulta nos impõe”, explicou.
Além disso, a executiva também alertou que o cansaço é o principal impeditivo de uma mente criativa e que o famoso “bloqueio criativo” é o resultado de diversas coisas que são aprendidas ao longo da vida e que fazem com que as pessoas percam os seus repertórios.
Sobre isso, Deh Bastos comparou esses aprendizados com as cracas de um barco, que vão se acumulando no casco da embarcação ao longo do tempo e prejudicam a velocidade de navegação.
“Existe uma profissão de limpador de cracas para dar uma renovada nesse barco para que ele possa alcançar velocidade de novo. Precisamos fazer esse exercício de entender o que aconteceu para que nós nos tornássemos menos produtivos criativamente, como o medo e o modelo capitalista de vida que não nos dá espaço e tempo para errar, fazendo com que a gente tenha sempre os mesmos comportamentos”, ressaltou a executiva.
Criatividade na prática
Um dos objetivos do painel era fornecer algumas dicas de criatividade para os participantes da conversa e, para isso, Deh Bastos usou o espaço para apontar algumas técnicas possíveis para que a criatividade começasse a ser praticada.
Entre as sugestões, estava um termo tradicional do mercado de marketing, o brainstorm, ou como a executiva gosta de chamar, “toró de ideias”. Neste caso, ela sugere que as pessoas façam o brainstorm escrito.
“Durante 10 minutos, escolham divergir das pessoas. Peguem um papel e escrevam sem pensar e sem filtrar as ideias. Depois disso, vai ser a hora de convergir, ou seja, começar a reduzir as possibilidades até chegar em um ponto”, sugeriu Deh Bastos.
Outra sugestão foi que as pessoas tivessem uma “dispensa” de referências genéricas, ou seja, usarem das coisas que as pessoas gostam fora do trabalho, como esportes, cinema e entre outras coisas, como inspiração para as soluções que precisam ser encontradas. “Eu preciso que você tenha em mente as coisas que gosta e que não usa no seu dia a dia de trabalho. Colecionem referências, guardem e deixem a disposição para quando você precisar acioná-las”, completou a executiva.
Por fim, a terceira técnica foi o “feedback”, composto por uma cadeia de causa e efeito onde uma informação sobre o passado influencia sobre o mesmo fenômeno no presente, ou seja, para Deh Bastos, feedback é um lugar para quem já passou por aquela situação e esse conceito se encontra com o processo criativo.
“Pouco importa qual é a ideia que você tem. O que faz com que ela seja grandiosa é o fato dela ter se tornado prática. Se essa ideia não foi a rua, ela não é boa e, muitas vezes, elas não vão para a rua porque as pessoas ouvem opiniões como se fossem feedbacks”, afirmou.
A executiva também ressaltou a importância do sentir no processo de criação, apontando que a criatividade vem de um lugar de sentimento que precisa ser trabalhado. “Eu acredito que a criatividade é muscular, então ela dói. Não é gostoso e não é uma tabela de Excel porque não tem como criar sem estar sentindo”, completou.
Manual de criação
Deh Bastos também soma a função de professora em seu currículo e levou para a Gramado Summit 2024 uma espécie de manual prático pra o exercício da criatividade composto por cinco passos: definir uma ideia, questionamentos, entendimento, adequação e teste.
Nesse momento, a executiva contou com a participação da plateia para tentar achar uma solução para um desafio comum entre as empresas, que é a gestão de pessoas. Usando as técnicas apresentadas anteriormente, as ideias foram sendo debatidas com base nos passos citados acima.
Sobre as ideias apresentadas, Deh Bastos alertou que a criatividade não é sobre invencionismo, mas sobre soluções e que, para chegar nesse momento, é preciso olhar para os lados e buscar por respostas que já foram dados para situações parecidas.
“Será que algo parecido já foi feito em algum lugar para resolver um problema semelhante ao nosso? Parem de tentar inventar a roda. As coisas estão dadas, olha pro lado, amplia esse olhar para ver como essa questão foi resolvida em outro lugar”, finalizou a executiva.
Fonte: PropMark
Ataque de Elon Musk à Justiça brasileira põe em xeque a presença das marcas no X
às 14:51
Por Janaina Langsdorff – 15 de Abril de 2024 | 08:04
O conflito entre Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), e o juiz Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), inflama a tentativa de se estabelecer os limites entre regulamentação das plataformas e censura, um imbróglio que parece estar longe do fim. No sábado, dia 6 de abril, Elon Musk perguntou a Alexandre de Moraes: “Por que você está exigindo tanta censura no Brasil?”.
A provocação foi lançada em um post antigo no perfil oficial de Moraes no X, que elogiava a nomeação de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça e Segurança Pública. Musk deflagrou, então, uma sequência de reclamações. Disse que a plataforma “foi obrigada, por decisões judiciais, a bloquear contas populares no Brasil”, e que todas seriam reativadas. Ameaçou ainda fechar o escritório brasileiro.
A reação de Moraes veio no dia seguinte. O ministro do STF abriu um inquérito contra Musk, determinando uma multa diária de R$ 100 mil por perfil desbloqueado, caso a plataforma descumpra as medidas judiciais. Elon Musk passou ainda a ser investigado no Inquérito das Milícias Digitais. Segundo Moraes, Musk articulou uma campanha de desinformação sobre o trabalho da Suprema Corte e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incitando a “desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas”.
No Brasil, a Constituição Federal assegura a liberdade de expressão, mas proíbe o anonimato. Se a pessoa infringir leis ou desferir alguma ofensa, terá de responder pelos danos. Mas a internet faz as próprias regras, acobertadas por plataformas que lucram à custa de polêmicas. O poder econômico alimentado por algoritmos e dados seria inimaginável há poucos anos.
O professor de marketing e mídia João Oliver, da ESPM, lembra a força que o Twitter já teve na formatação de estratégias de mídia e marca. Mas não reconhece a mesma potência no X. “Há uma clara mudança, no antes e depois. Fica cada vez mais difícil aprovar um plano de mídia”, situa Oliver. Para o acadêmico, o desvio de curadoria e boas práticas da plataforma preocupa mais que a possível associação e conivência de anunciantes à postura de Musk.
Fonte: PropMark
Qual o papel do erro para as lideranças?
5 de abril de 2024 às 10:58
Claudia Muchaluat, presidente da Intel Brasil, e Claudia Woods, CEO Latam da WeWork, debatem como a abertura para a vulnerabilidade pode transformar as relações e negócios
Tradicionalmente, no universo corporativo, o ideal de liderança foi construído como um sinônimo de ausência de erros. No entanto, com um cenário cada vez mais complexo, a digitalização e uma série de mudanças culturais e comportamentais, a discussão sobre o erro e a vulnerabilidade ganha urgência.
Esse foi o ponto de partida do debate entre Claudia Muchaluat, presidente da Intel Brasil, e Claudia Woods, CEO Latam da WeWork, com moderação de Maria Laura Nicotero, presidente da Momentum e COO da plataforma Women To Watch, durante o W2W Summit.
“Antes de chegarmos à liderança de uma equipe, nós erramos muito”, refletiu a CEO da Momentum. Vinda de uma formação em tecnologia, a presidente da Intel, conta que o caminho para ressignificar os erros não foi fácil ou intuitivo. “Eu criei essa ponte de me libertar e entender que o erro não é um fracasso. É um aprendizado muito potente”, reconhece Muchaluat.
Para a executiva, esse processo também permitiu que ela se aproximasse de seus colaboradores e notasse um recorte de gênero, em que mulheres – em razão da sua socialização – se cobram uma performance de perfeição maior que as dos homens.
Em contrapartida, a CEO Latam da WeWork defende um olhar sistematizado para o erro. “Na minha história, quando fui ser fundadora do Banco Original, eu me dei conta da magnitude do erro. Se a API que está entregando seu saldo bancário estiver errada, é uma crise muito grande”, narrou. Nesse sentido, ela explica que é preciso ter um plano para detectar os erros e, a partir disso, saber como corrigi-los.
Trabalho e propósito
Esse autoconhecimento e a disposição a acertar e errar também passa pela gestão de pessoas. “Se o seu NPS como líder é 100, tem alguma coisa errada. Nós confundimos muito esse reconhecimento positivo como estou sendo um bom líder”, afirma a líder de WeWork. Ela defende que é preciso criar um ambiente em que as pessoas se sintam seguras para discordar e conflitar.
Nesse sentido, escuta ativa e intencionalidade seriam conceitos chave. “Não é uma mentalidade de convencimento, mas de comprometimento”, aponta a presidente da Intel Brasil. Ela cita o exemplo da volta aos escritórios depois da pandemia. Há seis meses, a Intel desenvolveu e está testando o conceito de híbrido com propósito em que, colaborativamente, os times criam quais rituais presenciais serão importantes para melhorar cultura, engajamento e negócio.
Na WeWork, Wood vem acompanhando de perto essa transição. Ela conta que a decisão do retorno não pode ser compulsória, mas que isso não elimina o desejo das pessoas de se conectarem. “As pessoas querem estar juntas. O que elas não querem é atravessar a cidade, passar duas horas no trânsito, para estarem no mesmo lugar”.
Fonte: Meio&Mensagem
Dos retratos ao feed sem filtro: a jornada da autoestima feminina
às 10:51
Há 20 anos, Dove apresentou a bandeira da real beleza, posicionamento que foi evoluindo de acordo com as novas tecnologias e concepções acerca da representatividade
Há 20 anos, a marca Dove já começava a expandir sua atuação para outros segmentos de beleza, com o lançamento de linha de desodorantes e de alguns produtos para cabelos.
Na época, o anunciante seguia uma estratégia de marketing global que consistia em depoimentos de consumidores e usuários, sobre os impactos que os produtos da Dove tinham em sua vida.
Quem relembra a história é Silvia Lagnado, que na época era diretora global de marca da Dove e notou que o posicionamento de comunicação precisava de uma guinada. Foi a partir dali que começou a nascer o alicerce que sustentaria a imagem da Dove como uma marca cuja bandeira principal é a celebração da autoestima feminina.
Perto de completar 20 anos, o posicionamento de valorização da Real Beleza da Dove foi tema de um painel no Women to Watch Summit. Regina Augusto, curadora de conteúdo da plataforma Women to Watch e diretora-executiva do Cenp, conversou com quem participou da criação do conceito, há duas décadas, quando falar sobre a quebra de estereótipos não era algo comum.
Por isso, além de Silvia, também esteve no palco Fernando Musa, atual CEO do Grupo Ogilvy. Na época, já na agência, ele participou do processo de criação do conceito da valorização da beleza mais real.
Do briefing à emoção
Silvia relembrou que o briefing que originou o posicionamento não era muito detalhado, mas que trazia a ideia de quebra de estereótipos e de inspiração. A profissional lembra que, na época, tinha a intenção de cumprir um objetivo profissional, sem imaginar que estava trabalhando em algo que ajudaria a mudar o estilo da comunicação de marcas de beleza.
“Não tinha a ambição de revolucionar nada, Era o briefing que me movia e a vontade de fazer algo bem feito. Quando o construímos, era óbvio que ele não teria a participação de mulheres que, geralmente, costumam aparecer nas campanhas de beleza. Foi preciso cativar as pessoas com o briefing e explicar que aquela não era uma ideia maluca”, conta.
Do lado criativo, Fernando Musa acredita que uma das razões para o sucesso do conceito e da premissa da valorização de uma beleza menos estereotipada foi a junção de pessoas, tanto da Unilever quando da Ogilvy, imbuídas do propósito de apresentar um ponto de vista diferente.
Na conversa, Musa relembrou dos bastidores do filme “Retratos da Real Beleza”, lançado em 2013 e que acabou furando bolhas e sendo reconhecido como símbolo da mensagem de Dove.
“Já fazia dez anos da criação do conceito da Real Beleza e estávamos conversando na agência, em São Paulo, e pensamos que precisávamos de algo que religasse o propósito de combate aos estereótipos criado pela marca”, relembra.
O CEO da Ogilvy conta que a campanha, que mostrava como a autoimagem das mulheres tende a ser mais negativa do que a aparência que, de fato, elas têm, foi elaborada sem a certeza de como seria sua repercussão. “Fizemos as filmagens sem saber se aquilo daria certo, em uma época em que a internet engatinhava em termos de viralização. Acabou que, após o lançamento, todo mundo acabou se sentindo abraçado e se identificou”, pontua.
A real beleza no mundo de hoje
Ao longo dos anos, o conceito do que significa beleza ganhou novos contornos. Debates sobre pressão estética e como os padrões impostos pela sociedade são opressivos e, muitas vezes, inalcançáveis, ganharam força e voz entre mulheres que lutam para desconstruir estereótipos enraizados há tempos na cultura e na sociedade.
Ainda assim, falar sobre beleza ainda é desconstriuir tabus e rever conceitos Segundo Andreza Graner, atual diretora de marketing da Unilever, abordar a beleza hoje passa, inevitavelmente, entender a relação das pessoas, principalmente das mulheres, com as redes sociais.
“Numa era em que o Brasil é o País que mais segue influenciadores em todo o mundo, é preciso trazer esse tema para a conversa e falarmos sobre a forma como as redes sociais podem ser toxicas para meninas e mulheres”, comentou a porta-voz.
Segundo Andreza, a Dove conseguiu manter a consistência no posicionamento sobre a importância da autoestima, atualizando de acordo com as novas pautas. Recentemente, a marca fez, no Brasil, um manifesto em que diversas influenciadoras e famosas – entre elas, a atriz Paolla Oliveira – se comprometeram a não usar mais edições e filtros em suas fotos e vídeos postados.
“Mais do que uma celebração dos 20 anos dessa campanha, nossa preocupação é pensar no futuro e pensar nesse posicionamento pelos próximos 20 anos. Isso passa por discutir com maior profundidade o uso de inteligência artificial, filtros e tecnologia nas redes sociais. Seguiremos por esse caminho”, adiantou.
Fonte: Meio&Mensagem
Diversidade e inclusão não são tendências, são urgências
4 de abril de 2024 às 14:42
Cris Guterres conduziu um debate entre Brisa Vicente, Luana Xavier e Rosane Borges sobre como o mercado corporativo deixou a discussão sobre D&I de lado
O estrangulamento até a morte de George Floyd, afro-americano de 46 anos, pelo policial branco Derek Chauvin, em 25 de maio de 2020, chocou o mundo inteiro. Na época, milhares de pessoas publicaram imagens de telas pretas em suas redes sociais em forma de protesto. Com isso, marcas nacionais e internacionais também se uniram ao movimento Black Lives Matter e se declararam antirracista.
Entretanto, com o passar dos anos, esse interesse pela diversidade e inclusão racial se arrefeceu dentro das organizações, principalmente nas cadeiras de comando do mundo corporativo.
De olho nisso, no painel “George Floyd 4 anos depois: caminhada interrompida?”, a jornalista e apresentadora Cris Guterres se propôs a conduzir um debate entre Brisa Vicente, co-CEO da Soko, Luana Xavier, atriz e influenciadora digital, e Rosane Borges, professora e pesquisadora, justamente sobre como o mercado corporativo deixou a discussão sobre D&I em segundo plano.
Cris começou a conversa lembrando que é importante lembrar de George Floyd, assim como é igualmente importante lembrar de nomes brasileiros que também sofreram as consequências do racismo estrutural no País, como Amarildo de Souza, que foi torturado e morto pela polícia do Rio de Janeiro, além de Bento Freitas e Evaldo Rosa.
“Estamos marcando com George Floyd a nossa conversa, mas é importante iniciar dizendo que no Brasil, nós elegemos as vidas que importam mais. Os 80 tiros de Evaldo Rosa perfuraram milhares de corações”, frisou a jornalista.
Para Rosane, caso de George Floyd chocou o mundo inteiro, justamente, porque as pessoas o ouviram. “Ouvimos quando a escuta se torna uma decisão política”, ressaltou. “Ouvir alguém dizer por volta de oito minutos que não conseguia respirar, não há consciência antirracista, boa consciência que duma tranquila nos seus lençóis egípcios”, frisou.
Apesar disso, Rosane criticou a falta de visibilidade que casos brasileiros, de mesma ou até mais crueldade, tiveram. Neste sentido, ela enfatizou a conhecida chacina de Costa Barros, na qual cinco jovens foram assassinados com 111 tiros desferidos pela polícia em direção ao carro em que estavam. “Não há fenômeno que se compare aos 111 tiros de Costa Barros”.
A pesquisadora questionou porque a mídia, o governo, a indústria e a sociedade brasileira não se mobilizaram com esse caso como aconteceu com o assassinato de George Floyd. Rosane chegou a conclusão que essa mobilização não aconteceu porque os corpos desses brasileiros não importam.
O esfriamento da pauta
O ano em que George Floyd foi assassinado, foi o período em que Luana mais recebeu propostas de trabalho. Porém, com o passar do tempo, a atriz e influenciadora percebeu que essas propostas começaram a diminuir. Ela, então, se questionou até que ponto o mercado está evoluindo nesta questão. “Paramos na primeira página”.
Cris Guterre questionou a líder da Soko, Brisa Vicente, sobre como ela analisa o cenário atual de diversidade e inclusão no mundo corporativo desde o episódio de George. A executiva enfatizou que o mercado encarou aquele fatídico momento como uma tendência. “Isso não é um tema que se resolva de imediato, porque é uma questão estrutural e nosso mercado não está acostumado a pensar em tão longo prazo”, criticou.
Na visão de Brisa, essa mudança estrutural demanda um nível de compromisso, de investimento financeiro, de tempo, de consistência, que ficou muito difícil de ser implementado em uma indústria que trabalha com tantas coisas urgentes. “Foi tema que gerou muito movimento, que nos deu muita esperança, mas hoje vejo essa conversa esfriando. Vimos como tendência, algo que, na verdade, era uma urgência”, reforçou.
Para dar uma dimensão do atual momento do mercado em relação à diversidade e inclusão, Luana fez um questionamento à plateia do próprio evento Women to Watch Summit, constatando que, entre os presentes, poucos se identificavam como negros. Apesar dessa observação, Luana elogiou a organização do evento. “Aqui não é o fim, mas é o reflexo do que está acontecendo na nossa sociedade, é uma ponta do iceberg. Que bom que estamos discutindo esse assunto. Ter esse painel com esse também é um grande avanço”, complementou.
Voltando ao mercado publicitário, Brisa constatou que a indústria ainda não se ligou da importância de ter conexão com as pessoas. A executiva revelou que 7 em cada 10 pessoas não se identificam com a propaganda. “Isso porque a propaganda é feita por um tipo só de pessoa”, enfatizou.
Ao longo de sua experiência na Soko – agência que nasceu com a missão de combater as práticas tóxicas desse mercado – Brisa aprendeu que, nesse processo, é preciso ir além da inclusão; é preciso pensar na retenção e em políticas internas para que as pessoas, uma vez dentro, se sintam acolhidas.
Cris ainda pediu para a co-CEO da Soko dar um conselho para as lideranças para transformar o mercado corporativo. Brisa pontou algumas coisas, como ter intencionalidade na contratação e ter parceiros focados em proporcionar letramento para os colaboradores. “Hoje, não há justificativa para não trazer diversidade em todos os projetos”.
Fonte: Meio&Mensagem
Mônica Sousa: a executiva que inspirou a personagem
às 14:15
Na Mauricio de Sousa Produções, Mônica traçou sua jornada na área comercial e impulsionou a companhia a corrigir rotas para espelhar a sociedade
“Eu imagino que todas vocês cresceram com a Mônica. Mas, apesar de todo mundo conhecer a Mônica, pouca gente conhece a Mônica”, introduziu Adriana Ferreira Silva, jornalista e fundadora da Grená – Agência de Criação. A Mônica em questão é Mônica Sousa, diretora-executiva da Mauricio de Sousa Produções e a responsável por inspirar a personagem mais famosa da franquia de seu pai, a Turma da Mônica.
No Women To Watch Summit 2024, a executiva contou que sua casa foi espaço para que Mauricio desse início ao seu trabalho criativo e que a diversidade sempre foi uma marca das equipes do autor. “Meu pai estava começando a empresa dele, na sala da nossa casa, e precisava de artistas”, descreve Mônica. “Ele sempre ensinou que a porta dele estaria aberta para todos os funcionários, independente de quem fosse”.
A primeira tirinha de Maurício foi publicada na imprensa em 1959. No entanto, a Mônica só nasceu em 1963. O artista chegou a ser criticado pela ausência de mulheres em suas obras. A inspiração para a mudança foi a observação do comportamento das filhas: Mariângela, Magali e Mônica. “Ele começou a escrever porque as crianças são transparentes”, apontou Mônica. No total, Mauricio é pai de dez filhos.
Dentro da companhia, a jornada de Mônica começou como vendedora na lojinha da personagem. Depois, ela seguiu para área comercial onde narra ter sofrido resistência por ser um setor majoritariamente masculino e ter recebido o estigma de “filha do dono”. “Foi difícil no começo. Eu fui bastante pisoteada”, reconhece. A executiva se fortaleceu com a conquista de contratos importantes, especialmente na área de alimentos. Mônica foi diretora comercial e, posteriormente, promovida a diretora-executiva.
Mas, além do processo pessoal, ela acompanhou um reposicionamento da marca Turma da Mônica para se aproximar da sociedade e suas pautas. “A vida inteira a Mauricio de Sousa e a Turma da Mônica trouxeram coisas que aconteceram no mundo. Mônica e Magali sempre foram meninas que gostam delas mesmas. O Chico Bento sempre defendeu a natureza”, afirmou.
Mas, há oito anos, em uma reunião na ONU Mulheres, Mônica recebeu críticas sobre a falta de representatividade racial nos quadrinhos. A partir daí, a companhia trouxe uma série de consultores e especialistas para corrigir a rota e promover uma transformação interna com os roteiristas.
Desse esforço, nasceram mudanças como o desenvolvimento da personagem Milena e sua família, o projeto Donas da Rua e uma mudança no visual das mães dos personagens, que deixaram de usar aventais. A diretora-executiva conta que o processo também envolveu os parceiros licenciadores e fornecedores. “Antes, nós insistíamos para ter a Milena nas embalagens. Hoje, eles já pedem por ela”, afirma.
Para o futuro da marca, Mônica garante que a companhia pretende continuar investindo no desenvolvimento de conteúdo e de mais personagens. Além dos lançamentos no cinema e streaming, uma das apostas da empresa é o projeto Vamos Brincar com a Turma da Mônica que estimula o hábito da brincadeira e da socialização para crianças durante a primeira infância.
Fonte: Meio&Mensagem